Nossa velha imprensa é tão covarde que não enfrenta nem golpistas bolivianos
"Os jornais bolivianos não alinhados com a direita tratam a deposição de Morales como golpe. Os jornais brasileiros “liberais” tratam o golpe como renúncia", diz o jornalista Moisés Mendes. Ele ainda afirma: "a nossa grande imprensa é tão covarde que não enfrenta nem golpistas bolivianos"

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Quem manda hoje na Bolívia? Os jornais bolivianos não sabem responder. A cobertura do golpe é precária, mesmo em jornais que não aderiram à deposição de Morales.
Os militares assumiram o controle absoluto do poder? Ninguém sabe. A segunda vice-presidente do Senado, Jeanine Añez, aliada dos golpistas, diz que vai assumir a presidência (depois do golpe atingir o vice-presidente da República e os presidentes de Câmara e Senado). Mas a impressão é de que ninguém dá muita atenção à Jeanine.
Uma dúvida atormenta os golpistas: qual será a função do chefe deles, o empresário, corrupto e fundamentalista religioso Luis Fernando Camacho Vaca, El Macho, se ele não tem representação política?
Pode começar agora uma guerra entre El Macho, o Bolsonaro deles, e grupos ligados ao ex-presidente Carlos Mesa, que disputou a eleição com Morales. Os militares ficarão com quem?
O interessante é que os jornais bolivianos não alinhados com a direita tratam a deposição de Morales como golpe. Os jornais brasileiros “liberais” tratam o golpe como renúncia.
A nossa grande imprensa é tão covarde que não enfrenta nem golpistas bolivianos.
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