Notícias do golpe
No segundo tempo da prorrogação, a oposição quer agora acusar Dilma com base numa investigação sobre as chamadas "pedaladas fiscais" no BNDES, que sequer foi concluída, nas contas de um ano que sequer terminou. Pode? Com combustível midiático pode!
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No primeiro round os golpistas massacraram o adversário. Na semana passada, a coisa complicou.
O primeiro golpe que eles sofreram (e sentiram) foi um direto no fígado aplicado pelos ministros Teori Zavascki e Rosa Weber do STF.. Foram três liminares concedidas pelos dois juízes, suspendendo o andamento dos processos de impeachment da presidente Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados, conforme as regras estabelecidas pelo presidente Eduardo Cunha.
O golpe seguinte veio da Suíça. O Ministério Público daquele país notificou à Procuradoria Geral da República a contabilidade das contas secretas do deputado carioca. São 9 milhões de reais no seu nome e 24 milhões na conta da esposa. A PGR identificou ainda que seu patrimônio real (62 milhões de reais) equivale a 38 vezes o declarado à receita em 2014.
Nesse segundo round os golpistas quase vão a nocaute, nas palavras do deputado Paulinho da Força: "A gente estava fazendo impeachment pela imprensa. Achávamos que era muito mais fácil tirar a Dilma do poder do que está sendo"
Para complicar a avidez golpista de Aécio e Cia, o artigo 85 da constituição fala textualmente que "O Presidente da República, na vigência de seu mandato, não pode ser responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções". Ora, o TCU recomendou a rejeição das contas da presidenta correspondente a 2014, e agora é um outro mandato.
Mesmo assim a turma do golpe não perdeu a pose. No segundo tempo da prorrogação, quer agora acusar Dilma com base numa investigação sobre as chamadas "pedaladas fiscais" no BNDES, que sequer foi concluída, nas contas de um ano que sequer terminou. Pode?
Com combustível midiático pode!
Pode inclusive, transformar personagens como Paulinho da Força, Zé Agripino, Cássio Cunha Lima e o próprio Aécio, todos enrolados com denúncias graves no Ministério Público, em mosqueteiros da moral e da ética a promoverem a queda da presidente mais honesta que já pisou nos tapetes do palácio do planalto.
Nos últimos dias alguns grupos direitistas convocaram manifestações pelo país afora com o slogan "Natal Sem Dilma". Em Brasília conseguiram reunir não mais de 30 pessoas; em Belo Horizonte 16 manifestantes e em São Paulo, 1.500 pessoas. Muito pouco para derrubar 54 milhões de votos. O personagem de maior destaque nessas manifestações foi o artista pornô, Alexandre Frota
No outro lado da linha, em encontro realizado em um palco paulista de forte simbolismo político, o Centro Universitário Maria Antônia. Em São Paulo, 150 intelectuais e personalidades do mundo acadêmico defenderam o Estado democrático de direito no Brasil.
A abertura do encontro coube ao cientista político André Singer que lembrou "os 30 anos de consolidação de nossa democracia não pode ser arranhada por um movimento golpista".
A professora Marilena Chauí como sempre, tingiu de emocionalidade o encontro: "É insuportável para a minha geração que aqueles que lutaram contra o golpe sejam os golpistas de hoje, que se prestem a uma irresponsabilidade histórica deste tamanho".
Mas a melhor definição do momento político atual coube ao ministro do Supremo, Luís Roberto Veloso: "O Brasil tem que se definir se é uma grande nação ou uma republiqueta"
Numa tradução mais fiel, significa que os golpistas andam confundindo a oitava economia do mundo com qualquer repúbliqueta de bananas da América Central.
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