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Randolfe Rodrigues

Senador pela Rede/AP

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Novo Fundeb: revolução em marcha

Uma característica importante a se destacar no novo Fundeb é o caminho percorrido para a sua aprovação. Diferentemente das anteriores, esta nova legislação foi gestada no parlamento em conjunto com a sociedade

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O Congresso Nacional aprovou nesta última semana de agosto o novo Fundeb, o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação. A primeira formulação de um fundo visando este objetivo começou ainda em 1997, com o antigo Fundef - Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental. Dez anos depois, foi renovado e rebatizado para o atual nome. Embora semelhantes, ambas iniciativas possuíam diferenças relevantes em relação à nova legislação aprovada.

Uma característica importante a se destacar no novo Fundeb é o caminho percorrido para a sua aprovação. Diferentemente das anteriores, esta nova legislação foi gestada no parlamento em conjunto com a sociedade, não sendo uma diretiva do Poder Executivo, como o extinto Fundef e antigo Fundeb. Desta vez, foi a articulação desenvolvida entre diferentes atores, lideranças e movimentos ligados à temática da educação pública que subsidiaram o texto aprovado. 

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Outro ponto a ser destacado é o caráter permanente do novo fundo, já que as emendas constitucionais anteriores traziam prazo definido de vigência para o Fundeb. Para termos ideia da importância deste caráter permanente, basta pensarmos que o Congresso Nacional aprovou a criação do maior fundo do planeta voltado ao desenvolvimento da educação pública. Em outras palavras, não se trata de uma legislação qualquer, mas de uma iniciativa revolucionária que garantirá o salto de qualidade necessário para o Brasil desenvolver as suas potencialidades. 

O financiamento do Fundeb também mudou de forma substancial. Sendo um fundo federativo, os aportes financeiros são feitos pela União, estados e municípios. A nova legislação aumenta a contribuição da União paulatinamente, de forma escalonada, chegando a 23% de participação no fundo em 2026. Uma conquista da sociedade, que disporá de mais recursos disponíveis para investimentos localizados nas unidades da federação mais necessitadas. 

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Este aumento do aporte financeiro da União ajudará a desafogar estados e municípios, muitas vezes incapazes de realizarem os investimentos mínimos para a prestação do serviço de ensino. Dessa forma, as unidades da federação podem deslocar investimentos para outras áreas.

O papel de valorização do profissional da educação merece ser comemorado. Afinal, o Brasil é um dos países que pior remuneram a categoria. Para efeitos de comparação, um professor do ensino básico e médio aqui recebe em média trinta vezes menos que um colega seu francês. Não se pode alcançar uma educação de qualidade sem remuneração adequada aos profissionais. Em uma década, estados e municípios terão condições de pagar o piso nacional aos professores.

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A introdução do dispositivo chamado custo aluno-qualidade (CAQ) - um cálculo realizado de acordo com a quantidade de alunos e as necessidades que uma escola tem para oferecer um ambiente de ensino de qualidade para os estudantes - vai ajudar a corrigir graves distorções observadas na gestão escolar ao redor do País. Apenas 41% das escolas urbanas brasileiras possuem biblioteca e outras 43% estão equipadas com laboratório de informática, por exemplo. 

O negacionismo científico verificado frente a pandemia do novo coronavírus pode ser explicado, entre outras coisas, pelo fato de que somente 18% das escolas públicas complementam as suas aulas com laboratórios de ciências. Atividades esportivas também são prejudicadas pelo fato de apenas 24% delas possuírem quadras poliesportivas e outros espaços de recreação, lazer e interatividades entre estudantes. E 80% das escolas públicas não estão conectadas à internet. 

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Este custo aluno-qualidade será uma importante ferramenta para erradicar as graves desigualdades sociais que impedem o nosso desenvolvimento. O Brasil, com suas dimensões continentais, apresenta diferentes realidades regionais e este mecanismo contábil é fundamental para melhor alocar os recursos de acordo com as necessidades específicas de cada localidade. 

A mobilização e engajamento da sociedade civil foram fundamentais para a aprovação do novo Fundeb. Nossa PEC 65/2019 - posteriormente absorvida no texto aprovado - foi fruto do trabalho de diferentes entidades ligadas à temática da educação. As centenas de fóruns criados para discutirem o tema tiveram a participação de estudantes, profissionais da educação, academia e comunidade escolar que, a despeito de suas diferenças, trabalharam em uníssono para esta importante conquista. 

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A vitória é do povo brasileiro e de uma nação que enfim tem a chance de despertar para o seu futuro.

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