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Florestan Fernandes jr

Florestan Fernandes Júnior é jornalista, escritor e integrante do Jornalistas pela Democracia

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Novos ventos com ares de mudança

É alentador ver a reação dos progressistas em terras latino-americanas. Para nós, brasileiros, os novos ventos chegam em boa hora na luta contra o fascismo. Finalmente parece estar surgindo a tão esperada luz no fim do túnel para a América Latina

Ex-presidente Dilma Rousseff durante encontro do 247 em Niterói (Foto: Ederson Casartelli)
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Por Florestan Fernandes Jr, do Jornalistas pela Democracia - Na última sexta-feira à noite (25/10), participei de um jantar com a ex-presidenta Dilma Rousseff num restaurante sofisticado na praia do Flamengo. Dilma chegou pontualmente às 20h30 e, com passadas largas, atravessou o bar chamando a atenção dos clientes que bebiam e conversavam ao som alto de músicas de baladas internacionais. Numa sala reservada, ela permaneceu por cerca de três horas rodeada por seis jornalistas. Foi uma conversa descontraída em que, em vários momentos, ela se entusiasmou e teve que interromper suas próprias falas para evitar confidências indesejáveis. 

Disse, por exemplo, que ignorou Michel Temer na festa da vitória por não ver nele um verdadeiro companheiro de campanha. Dilma certamente preferia alguém do PMDB mais próximo do senador Roberto Requião e não do deputado Eduardo Cunha. Na época, segundo Dilma, ela e os dirigentes do PT avaliaram a possibilidade de abrir mão do PMDB e oferecer a vaga de vice para Eduardo Campos, do PSB. Mas a ideia não vingou. O ex-governador de Pernambuco acreditava que tinha boas chances de ganhar a presidência da República.

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Dilma também fez críticas ao neoliberalismo, afirmando que não existe a menor possibilidade de as grandes obras necessárias para o desenvolvimento do país serem feitas pelo capital privado. Aliás, um assunto que ela se alongaria no dia seguinte no encontro do Brasil 247 com os assinantes do site em Niterói e que vale ser conferido na TV 247.

Já estávamos no cafezinho quando um dos garçons perguntou se Dilma receberia a cozinheira para uma foto. A resposta foi afirmativa. Em pouco tempo, não só o pessoal da cozinha, mas outros funcionários da casa fizeram fila para abraçar e tirar fotos ao lado de Dilma. Até aí, tudo normal. Os trabalhadores tinham bons motivos para demonstrar carinho pela presidenta que sancionou, entre outras coisas, a regulamentação dos direitos das domésticas. O problema estava fora da sala, no caminho até a rua. Qual seria a reação dos clientes que lotavam o bar ao lado da sala em que estávamos? Uma galera entre 20 e 30 anos, a grande maioria da elite carioca. Por tudo isso, confesso que fiquei bem apreensivo com possíveis manifestações de ódio contra a presença da ex-presidenta.  

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E Dilma realmente teve muita dificuldade para sair do restaurante, mas por motivos mais afetivos do que rancorosos. Vários jovens cercaram a ex-presidenta pedindo para tirar selfies. Enquanto isso, outros clientes iniciaram um coro de Lula Livre fazendo o L com as mãos. Dilma parou para as fotos durante todo o percurso. Uma verdadeira maratona de campanha mesmo não estando em busca de votos. Ao chegar na calçada, a ultima selfie, desta vez para o porteiro que elegantemente beijou a mão da protagonista da noite. 

O que presenciei naquele restaurante carioca é uma sinalização surpreendente de que os ventos podem estar mudando de direção. Ventos que chegam dos andes chilenos nos protestos contra a pobreza provocada pela política neoliberal. Vem também do Equador, com as manifestações de ruas contra a carestia. Da Bolívia, com a reeleição de Evo Morales e, finalmente, da Argentina, com a eleição em primeiro turno de Alberto Fernández. O novo líder argentino, que é contra as políticas neoliberais,comemorou a vitória nas urnas pedindo a liberdade de Lula. 

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É alentador ver a reação dos progressistas em terras latino-americanas. Para nós, brasileiros, os novos ventos chegam em boa hora na luta contra o fascismo. Finalmente parece estar surgindo a tão esperada luz no fim do túnel para a América Latina.

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