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Emir Sader

Colunista do 247, Emir Sader é um dos principais sociólogos e cientistas políticos brasileiros

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O amor e o ódio a Lula e a Cristina

"O que seria o Brasil sem Lula? O que seria a Argentina sem Cristina? Sonho das oligarquias, pesadelo para os povos brasileiro e argentino", escreve Emir Sader

(Foto: Ricardo Stuckert)
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Os argentinos não entendem como um brasileiro pode odiar o Lula. Como alguém que fez governos tão bons, que diminuíram a fome, a miséria, as desigualdades em um país tão desigual, pode ter gente que não apenas não goste do Lula, não vote por ele e, além disso, o odeie.

Os brasileiros não entendem como os argentinos podem não querer a Cristina. A Argentina havia passado pela pior crise da sua história. Depois da hiperinflação, da crise que levou o país a ter cinco presidentes numa semana, Nestor Kirchner e Cristina fizeram governos que recuperaram o prestígio de governar o país, renegociaram a gigantesca dívida que tinham recebido com o FMI, controlaram a inflação, fizeram a economia voltar a crescer.

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Lula e Cristina, no entanto, são vítimas dos maiores ódios que já existiram nos nossos países. Seus opositores não querem apenas derrotá-los. Incitam atentados contra eles. Querem não apenas vê-los presos – como já ocorreu ao Lula, sem ter cometido crime algum -, querem que eles sejam mortos.

Parece que é a única fórmula mágica que seus adversários – ou melhor, seus inimigos – têm, para vê-los desaparecer da vida deles, para apagá-los definitivamente da suas cabeças. Como se fossem pragas que os atormentam. Quando acreditavam que tinham se livrado da Cristina e dos seus, ela volta como vice de um candidato escolhido por ela.

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Mas é necessário não dar sossego a esse governo. E a maior ofensa que a mídia acredita difundir contra esse governo é dizer que ele é controlado pela Cristina, como se ela defendesse interesses diabólicos.

É preciso diabolizá-la, demonizá-la, para poder exercer o ódio com todo o furor de uma direita oligárquica. Para poder propagar mentiras em outdoors e convocar à sua morte. Parece o espectro da Evita que a direita argentina nunca pôde superar.

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E se não conseguem ter maioria contra o governo, o melhor é incentivar as divisões internas. Sabem que o peronismo unido costuma ganhar e que, para ser derrotado, precise se dividir ou ser dividido. Se não consegue derrotar o inimigo, a direita argentina joga a carta de dividi-lo.

Olhando do Brasil parece o maior absurdo o que fazem com Cristina e como o peronismo corre o risco de, dividido, voltar a ser derrotado, justo quando o Brasil pode voltar a ter o Lula como presidente.

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A direita brasileira, de maneira análoga, impotente para conseguir derrotar Lula democraticamente, vê multiplicarem-se as ameaças de atentado contra o ex-presidente. Parece que o único jeito para ela de se desfazer desse líder que fala a linguagem do povo, que atormenta a direita brasileira há mais de 40 anos, é eliminá-lo.

Cristina e Lula, Lula e Cristina, grandes líderes populares de seus países, lideranças que tantos outros países gostariam de ter, veem o ódio ser propagado contra eles. Mulher em um país renomado pelo machismo. Pobre e nordestino em um país marcado pela riqueza de alguns contra a pobreza da grande maioria.

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O que seria o Brasil sem Lula? O que seria a Argentina sem Cristina? Sonho das oligarquias, pesadelo para os povos brasileiro e argentino.

Mas por que não os enfrentam apenas, sem esse ódio? Porque a grande maioria dos brasileiros e argentinos os amam. São amados porque os representam, porque falam suas línguas, porque realizam suas necessidades, podem os levam com eles quando governam.

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O destino do Brasil e da Argentina se confundem com os destinos de Lula e de Cristina. Se triunfa a vida ou a morte. Se triunfa a solidariedade ou o egoísmo. Se triunfa o amor ou o ódio.

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