O amor venceu o ódio... agora vamos às reformas!
A liderança política da presidenta Dilma será fundamental para alcançarmos os objetivos, porém é tarefa do Partido dos Trabalhadores reinventar a sua atuação parlamentar
Terminada as eleições gerais de 2014, carregamos uma vitória cheia de simbolismo e de significados. A mais esperada das eleições desde 2002, quando a esperança venceu o medo, trouxe consigo importantes reflexões acerca da nossa sociedade e do sistema político, em debate desde que as manifestações populares tomaram as ruas em junho de 2013.
Esse quadro evidencia dois importantes fatores que não podem ser ignorados: 1) a falência do voto para a representação no parlamento enquanto reflexo de idéias e programas partidários e; 2) a polarização ideológica nas eleições para o executivo, sobre dois projetos distintos de Brasil. Fica claro que não há mais espaço para tolerar o atual presidencialismo de coalizão e a sua dita governabilidade, tamanha a distorção entre as duas votações. É preciso mudar o sistema político.
Após o pleito, essas distorções ficam mais evidentes quando, de modo artificial, começam a surgir rumores de rearranjos na organização partidária no Congresso Nacional. Quanto a esse pragmatismo torpe, é preciso responder nas ruas qual a política que os setores verdadeiramente democráticos, populares e socialistas pretendem.
A presidenta Dilma se posicionou, sobretudo no segundo turno, à esquerda no embate político e assim encantou toda uma jovem militância, que ocupou espontaneamente as ruas, com vibração e entusiasmo, para defender os interesses das minorias, da comunidade LGBT, da população negra, das mulheres, e de toda a classe trabalhadora. Esses jovens permanecem mobilizados e "não temos tempo para ter medo" de ocupar as ruas e a política para desalojar poderosos monopólios e avançar na democratização do Estado brasileiro. É certo de que a mudança necessária não virá do Executivo, constitucionalmente limitado, ou do legislativo, empresarialmente financiado. Virá do povo.
Enquanto partido, o PT está com todas as suas fichas na mesa enquanto instrumento de fato transformador. Esta juventude não menospreza seus adversários e considera inclusive a hipótese de revés na luta pelas reformas, desde que haja luta de forma explícita e com posicionamentos enfáticos no parlamento, audiências públicas, consultas e plebiscitos populares e muita mobilização popular nas redes e nas ruas. Mas esta mesma juventude não admitirá de forma alguma o acovardamento, com um discurso opaco que considera apenas os tais "limites da governabilidade".
A liderança política da presidenta Dilma será fundamental para alcançarmos os objetivos, porém é tarefa do Partido dos Trabalhadores reinventar a sua atuação parlamentar, colocando seus mandatos a serviço de um projeto popular e não a interesses individualizados. O PT é um instrumento das massas e da classe trabalhadora, portanto o seu dever é ombrear lado a lado com os movimentos sociais e coletivos urbanos para impulsionar as mobilizações e vocalizar nas tribunas e nas votações os anseios populares.
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