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Celso Raeder

Jornalista e publicitário, trabalhou no Última Hora e Jornal do Brasil, é sócio-diretor da WCriativa Marketing e Comunicação

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O anauê de campanha do adversário da Manu

Manu é abraços, beijos, carinho, afeto e solidariedade. Melo, ao contrário, emprega uma saudação que lembra muito aqueles cumprimentos de cunho ultranacionalistas, de exclusão dos diferentes, típico dos déspotas que mascaram suas intenções e só as revelam uma vez instalados no poder

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O grande público não tem obrigação de perceber. Mas, para quem lida com marketing político, é um erro imperdoável não tirar proveito das falhas gestuais do adversário. Vamos pegar como exemplo a campanha de Porto Alegre, entre Manuela D´Ávila e Sebastião Melo. É só comparar a expressão corporal dos dois, nos programas eleitorais, para entender o abismo que os separam. Manu é abraços, beijos, carinho, afeto e solidariedade. Melo, ao contrário, emprega uma saudação que lembra muito aqueles cumprimentos de cunho ultranacionalistas, de exclusão dos diferentes, típico dos déspotas que mascaram suas intenções e só as revelam uma vez instalados no poder. 

Propaganda eleitoral consegue mascarar muita coisa. Menos os traços de personalidade do candidato. Melo não tem um olhar transparente diante das câmeras. É notável o esforço que faz para esconder o que realmente sente e pensa. Isso fica claro quando alardeia seus laços de parceria com o general Hamilton Mourão, tentando extrair daí apenas o bônus de ser amigo do vice-presidente. Mas na hora em que Manuela traz para a TV o negacionismo do Mourão sobre o racismo no Brasil, Melo logo veste a carapuça. E olha que nem ela – e muito menos eu -, acha que o candidato do MDB seja racista.  

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Não há nada de errado em ser amigo do Mourão, do Bolsonaro, do Olavo de Carvalho, da turma que não quer vacina contra covid, daqueles que incendeiam o Pantanal e a Floresta Amazônica. Apenas acho que o eleitor tem direito de saber disso na hora de decidir em quem vai votar. Aquele “anauê” integralista, de punhos cerrados batendo no peito, diz muito mais sobre o futuro de Porto Alegre sob o comando do candidato emedebista, do que as musiquinhas xaropes e imagens de drones utilizados para vender a imagem de Melo como um bom prefeito para a cidade.  

De todas as campanhas eleitorais de segundo turno no país, Porto Alegre deveria ser, em tese, a de voto mais consolidado em favor da mudança. Agora, é esperar para ver se, no domingo, os gaúchos resgatarão seu passado de lutas e conquistas, ou se deixarão levar pela doutrina do ódio disfarçado em comerciais de margarina.

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