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Miguel do Rosário

Jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje

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O bicho acuado e a estratégia de comunicação

O ministro Gilberto Carvalho deveria acionar também a Veja. E usar o Reinaldo Azevedo como testemunha de acusação

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Texto publicado originalmente no blog Tijolaço

Ao ler esta notícia no Brasil 247, sobre a recente estripulia da Veja, patrocinar mais uma opereta de difamação em forma de livro, dessa vez usando Romeu Tuma Júnior, concluo que a Abril está determinada a continuar sendo uma das linhas de ataque mais agressivas ao governo. E o tom desesperado revela um bicho acuado e desesperado, e por isso mesmo perigoso.

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A guerra da mídia contra o governo Dilma hoje é apenas uma pequena mas importante seção de um confronto muito maior, que acontece no mundo inteiro, em especial nas Américas. É uma guerra ideológica, entre a máquina e o homem, entre o dinheiro e o trabalho.

Por isso é errado, por parte do governo, subestimar o poder de influência da Veja. O seu objetivo não é mais – talvez nunca tenha sido – ganhar a massa. Basta-lhe convencer setores importantes da classe média. A vanguarda do capitalismo, o que o sustenta em toda parte, é a classe média, porque apenas ela tem qualidade (dinheiro) e quantidade (número de famílias) em escala suficiente para adquirir os bens de maior valor agregado. A massa adquirire eletrodomésticos, mas é a classe média que compra os modelos mais caros. E são os modelos mais caros e modernos aqueles que precisam de mais publicidade, e, portanto, mais mídia.

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Num país em que a maioria da população ainda é muito pobre, a tendência do capital, portanto, é formar uma classe média cada vez mais distante da vida do povo.

A mídia brasileira perdeu qualquer escrúpulo ético que pode ter tido um dia. Tornou-se canalha, mau caráter e má, conforme bem descreveu Paulo Nogueira, que a conheceu por dentro e a partir de sua cúpula.

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Entretanto, ela tem razões para estar desesperada. A sucessão crescente de escândalos envolvendo tucanos, sobretudo o trensalão, atinge-a diretamente, e precisam ser abafados, e nada melhor do que um livro supostamente bombástico sobre Lula.

Os ataques da oposição ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, parecem ter tido um efeito salutar. O até então timorato Cardozo, sempre disposto a baixar a cabeça para os argumentos apresentados pela imprensa, tornou-se mais assertivo. Em linguagem popular, ficou “mordido”.

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O momento é de endurecer sem ternura. O show de sadismo da oposição midiática, por ocasião das prisões dos réus da Ação Penal 470, desvelou sua degradação moral e seu espírito baixo de vingança. Importante notar, aliás, que o sadismo veio da mídia, não da oposição partidária, mostrando que o adversário mais perigoso do governo e do PT não é mais, há tempos, o PSDB. O PSDB se tornou um mero braço político da mídia, mas é a mídia que toma as decisões.

Não é toda a mídia, mas um bloco específico, que conhecemos muito bem, liderado ideologicamente pelos mais ricos, mais radicais, e com mais articulações internacionais: as famílias Marinho e Civita.

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É preciso montar estratégias de comunicação mais sólidas para se lidar com essa situação, até porque ela parece estar afetando a economia nacional. Keynes já alertava Roosevelt para os danos ao desenvolvimento econômico se a inimizade dos veículos de mídia (eles odiavam Roosevelt, visto quase como um comunista pelos radicais da direita americana da época) afetassem o espírito empreendedor do país.

Se a mídia se limitasse a xingar seus adversários, tudo bem. Mas isso não a satisfaz. Ela quer manipular – e consegue, frequentemente – o judiciário e o ministério público.

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E quer influenciar os empreendedores a não acreditarem no país. A queda no investimento, vista no PIB do terceiro trimestre, reflete puro pessimismo, e sem razão de ser. O consumo das famílias cresceu; a indústria está firme e crescendo; as obras de infraestrutura estão avançando – com lentidão irritante, mas avançando; a inflação está controlada. Até mesmo a questão fiscal foi extraordinariamente resolvida com o sucesso do Refis, o programa da Receita Federal. O país descobre cada vez mais petróleo, gás e outros recursos naturais.

É ridículo que os investimentos privados declinem diante de um quadro assim. Mas é o que está acontecendo, porque não há um contraponto midiático eficaz por parte das forças de governo. A blogosfera tem desempenhado um papel notável, mas ainda não temos um poder de fogo capaz de neutralizar os ataques sistemáticos da mídia à economia nacional.

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