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Marcel Barros

Presidente da Anapar

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O Black Friday do Brasil

A grande ironia é que parte dessas riquezas está sendo adquirida por empresas estatais da China, da Holanda, da França e de outros países, que assim reforçam estrategicamente seu poder na geopolítica mundial, às custas da liquidação da soberania deste país que já sonhou em ser protagonista à altura de sua importância econômica, geográfica, política, demográfica e cultural

mishell (Foto: Marcel Barros)
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Não há registro na história de um governo que tenha feito em tão pouco tempo alterações tão profundas nas leis para beneficiar os donos do capital em detrimento da maioria da população que labuta duramente para sobreviver.

Em menos de um ano, Temer impôs o congelamento por duas décadas nos investimentos em programas sociais, liberou geral a terceirização, acabou com a legislação trabalhista e, sob pressão do mercado, insiste em aprovar ainda em 2018 a reforma da previdência.
Até onde a memória alcança, tampouco se conhece casos de países que tenham aberto mão da soberania e entregue com tanta docilidade e subserviência as riquezas nacionais ao grande capital internacional quanto o que Temer está fazendo.

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E o mais chocante. Tamanha destruição está sendo conduzida por um governo que não foi eleito, tem apenas 3% de aprovação e está atolado em denúncias de corrupção – sem que haja reação significativa da sociedade brasileira.

Há pouquíssimo tempo, o Brasil era uma força ascendente na geopolítica mundial. Enterrou a ideia da Alca (a aliança de "livre comércio" planejada em Washington). Fortaleceu o Mercosul. Ajudou a construir os Brics e a colocar de pé o banco desse bloco em parceria com China, Índia, Rússia e África do Sul. Tornou-se uma das principais autoridades nas discussões globais sobre meio ambiente. E ganhou protagonismo nos fóruns multilaterais, a ponto de obter um êxito diplomático notável ao negociar, em parceria com a Turquia, o acordo nuclear aceito pelo Irã (rejeitado pelas potências ocidentais naquele momento, mas renegociado nas mesmas bases mais tarde, e que está em vigor).

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Tudo isso desmoronou desde que Temer aboletou-se no Planalto. O governo impopular entregou o pré-sal, sabe-se agora seguindo roteiro escrito pela Shell. Concedeu isenções fiscais de R$ 1 trilhão para as petroleiras nos próximos 25 anos. Planeja entregar a base de Alcântara aos EUA e privatizar a Eletrobrás, que domina o ciclo estratégico de produção de energia nuclear.

Temer já tentou extinguir a Reserva Nacional do Cobre e Associados (Renca), entre Pará e Amapá, permitindo que até mineradoras estrangeiras operem na região. E pode colocar em votação no Congresso ainda este ano o projeto que permite a estrangeiros comprar terras no Brasil, maior produtor mundial de grãos e de proteína animal e dono da maior área agricultável e das maiores reservas de água doce do planeta.

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Os ativos produtivos estratégicos do país estão à venda, a preço de Black Friday.

E a grande ironia é que parte dessas riquezas está sendo adquirida por empresas estatais da China, da Holanda, da França e de outros países, que assim reforçam estrategicamente seu poder na geopolítica mundial, às custas da liquidação da soberania deste país que já sonhou em ser protagonista à altura de sua importância econômica, geográfica, política, demográfica e cultural.

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Mas esse gigante está prostrado diante de um governo títere do grande capital que o colocou no poder.

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