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Eduardo Guimarães

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O bolsonarismo e o caminho com Maiakóvski

Já se vai o tempo em que se contentavam em roubar uma flor do nosso jardim

Bolsonaro deixa o Brasil sem acionar o Itamaraty (Foto: Reprodução ABr)
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 O  poema “No caminho com Maiakóvski” foi escrito em 1968 pelo autor brasileiro Eduardo Alves da Costa. Durante o regime militar que esmagou este país por mais de duas décadas, era reiteradamente lembrado pela resistência, mas erroneamente atribuído ao poeta russo Vladimir Maiakóvski (1893-1930).

 Dizia assim: 

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 “Na primeira noite eles se aproximam

 e roubam uma flor

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 do nosso jardim.

 E não dizemos nada.

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 Na segunda noite, já não se escondem:

 pisam as flores,

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 matam nosso cão,

 e não dizemos nada.

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 Até que um dia,

 o mais frágil deles

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 entra sozinho em nossa casa,

 rouba-nos a luz, e,

 conhecendo nosso medo,

 arranca-nos a voz da garganta.

 E já não podemos dizer nada.”

 Assim começaram muitas ditaduras, mundo afora. Os fascistas de todas as épocas, de todos as bandeiras, até os que mal se sabiam ou eram sabidos como fascistas, começaram assim. 

 Só para ficar no dia anterior a este escrito, vemos uma alta autoridade do Poder Judiciário sendo tratada a pontapés por gente que deve comer com as mãos quando não está caminhando sobre os quatro membros. Resignado, o magistrado se calou e escorreu pelo portão de  embarque. Cabisbaixo. 

 Na fascistolândia catarinense, pararam o carro de um indivíduo que, pensando que estava em um país livre, exibia no veículo uma  bandeira com o rosto do homem que a democracia e a maioria do eleitorado colocaram no Palácio do Planalto pela terceira vez. Quase lincharam esse portento de ingenuidade.

 E isso em um país que se diz a maior democracia do mundo, mas que tem espécimes desse jaez rastejando por toda parte, tal qual ao Sul do Equador, aqui em Pindorama. 

 Os personagens ofensores do poema confundido, supracitado, vieram  crescendo em bestialidade e ousadia. E quanto mais se enfraquecem, mais ferozes se tornam, porque encontram força no imobilismo de suas vítimas. E dele arrancam o vigor para virarem a mesa e o jogo. Muitas vezes, pela força. 

 Já se vai o tempo em que se contentavam em roubar uma flor do nosso jardim. Agora, já nos arrancam a voz da garganta, assim como fizeram naquele aeroporto da América do Norte ou no refúgio que o nazismo julgou mais conveniente para se esconder na terra do Caminho com Maiakovski.

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