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Ribamar Fonseca

Jornalista e escritor

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O bolsonarismo é o maior inimigo do nosso país

"Os bolsonaristas não têm limites. Graças ao capitão já se sabe hoje quem são os brasileiros que se sentem à vontade numa ditadura e, por isso, querem intervenção militar", escreve o jornalista Ribamar Fonseca

Manifestação a favor de Bolsonaro e contra o PT, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília.Foto José Cruz/Agência Brasil (Foto: José Cruz/Agência Brasil)
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Todos sabem que nada acontece sem a permissão de Deus. Diante disso, não é difícil concluir que se Bolsonaro foi eleito Presidente da República é porque Deus permitiu. Então surge a inevitável pergunta: por que Deus permitiu a eleição de um sujeito arrogante, autoritário, racista, homofóbico, negacionista e despreparado para o cargo? A resposta não parece difícil: como Deus não faz nada de inutil certamente a eleição do capitão teve um objetivo útil. Mas, qual? Ele tornou possível identificar quem é quem no Brasil, permitindo a separação do joio do trigo: atraiu das trevas todos os que pensam exatamente como ele e que estavam escondidos em todos os setores de atividades. São os afins. Confirmou, assim, o enunciado da Física, segundo o qual “os semelhantes atraem semelhantes”.  E conseguiu provocar uma divisão até nas famílias, onde sempre tem um bolsonarista fanático que segue o capitão em todas as suas atitudes, mesmo nas mais malucas e irresponsáveis, como recomendar cloroquina até para as emas do palácio. 

Na verdade, justiça seja feita, ele nunca enganou ninguém, nem mesmo na campanha eleitoral. Mostrou-se de corpo inteiro, racista, homofóbico, defensor de torturas, arrancando entusiásticos aplausos nos comícios quando simulava armas com as mãos e anunciava a intenção de matar petralhas e comunistas. As mulheres, surpreendentemente, eram as mais entusiasmadas. Ele cumpriu a sua promessa de campanha, de facilitar a posse de armas e hoje, como consequência, proporcionou a criação de arsenais particulares, aumentando  o índice de homcidios no país. Depois da sua posse a violência cresceu e seus apoiadores se acham liberados e fortalecidos para insultar e ameaçar seus opositores. Nem os membros da Corte Suprema escapam da fúria deles. Uma advogada gaúcha chegou a recomendar o estupro e morte das filhas dos ministros do Supremo. Os bolsonaristas não têm limites. Graças ao capitão já se sabe hoje quem são os brasileiros que se sentem à vontade numa ditadura e, por isso, querem intervenção militar. 

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Surpreendentemente, recentes pesquisas revelam que se a eleição fosse hoje Bolsonaro se reelegeria. Segundo essas pesquisas (Paraná e Forum) ele tem a preferência de quase metade da população, batendo todos os concorrentes no segundo turno. Se essas pesquisas refletem efetivamente a realidade então vale a pena perguntar: será  que metade do nosso povo é masoquista? Ou, então, ainda não sofreu o suficiente para aprender a votar. Neste caso, o capitão precisa mesmo permanecer no Palácio do Planalto pelo menos mais um mandato pois os seus seguidores, aparentemente, ainda não sofreram na pele as consequências da sua desastrosa administração. Ou, então, estão anestesiados pela indústria de fakenews que é a base de sustentação do seu governo. Certamente por isso Bolsonaro mandou a Advocacia Geral da União recorrer ao Supremo contra o bloqueio dos perfis de bolsonaristas nas redes sociais, determinado pelo ministro Alexandre de Moraes. 

Sem o menor pudor, o capitão assume a defesa dos responsáveis pela indústria de fakenews que diariamente inunda as redes sociais de noticias falsas. Além de contrariar as finalidades da AGU, Bolsonaro confessa com essa ação que sempre esteve por trás da indústria de fakenews, cujos operadores tem até gabinete no Palácio do Planalto, o chamado “gabinete do ódio”. Ele sabe que a determinação do ministro Alexandre de Moraes, que conduz o inquérito  das fakenews no Supremo, quebrou a espinha do seu esquema, dificultando a sustentação das mentiras que afetaram a cabeça dos seus apoiadores. Por isso, mesmo se expondo, não hesitou em atropelar a AGU para defender seus interesses e dos “faketeiros” que até pouco tempo agiam covardemente no anonimato, destruindo reputações e fazendo ameaças. Agora vai ficar mais difícil, por exemplo,  alardear a realização de obras que não são dele, enganando os tolos que acreditam em tudo o que é veiculado na internet.  

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Uma outra pesquisa recente aponta Bolsonaro como o segundo melhor presidente do Brasil, depois de Lula.  Realmente é inacreditável o poder das fakes, pois em um ano e meio de governo o capitão não fez absolutamente nada que possa produzir benefícios ao país e seu povo. Auxilio emergencial? É iniciativa do Congresso. Enquanto isso o coronavirus vai matando muito mais gente do que seria natural se houvesse uma coordenação do Ministério da Saúde no combate à doença, o que não acontece porque a pasta tem no comando um general da ativa que não entende nada de saúde e, ainda assim, ignora os alertas dos técnicos. Ele está perfeitamente afinado com o capitão que, mesmo sem ser médico, receita cloroquina para as vítimas da pandemia, exibindo caixas do medicamento como um troféu, até para as emas do Alvorada, o que provoca suspeitas sobre sua sanidade mental, pois nenhum Presidente da República em seu juízo perfeito teria tal atitude. 

Embora as eleições presidenciais ainda estejam distantes, Bolsonaro, com apenas um ano e meio de governo, já está empenhado na sua reeleição, o que se acontecer poderá significar a falência do nosso país. Por isso, é importante o apoio às decisões do ministro Alexandre de Moraes no combate às fakenews, pois a permanência dessa indústria de mentiras pode alimentar a ilusão dos bolsonaristas quanto ao seu ídolo.  Além disso, a militarização do governo, onde mais de dois mil militares ocupam cargos civis, a começar pelo Gabinete Civil da Presidencia, ocupado por um general, pode fortalecer o sonho de intervenção que vem sendo alimentado por bolsonaristas,  inclusive dentro das próprias Forças Armadas. O capitão sabe disso e, para garantir o apoio militar, já projeta aumentar o salário da tropa, contrariando as declarações de dificuldades financeiras do governo.   

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Por outro lado, a blindagem do ex-juiz  Sergio Moro continua intacta, mesmo depois dele deixar o Ministério da Justiça. Há tempos o julgamento da sua suspeição vem sendo procrastinado pelo Supremo Tribunal Federal que, agora, por decisão do ministro Gilmar Mendes, foi adiado mais uma vez para depois da pandemia. Aparentemente o ex-juiz, mesmo não tendo mais nenhum poder,  continua atemorizando a Corte Suprema que, desde o seu tempo na Lava-Jato, não tem coragem de decidir contra ele. No fundo o objetivo, mesmo, é evitar que o ex-presidente Lula seja beneficiado, pois a suspeição do ex-ministro implicará na anulação da sua condenação.  Pelo visto, portanto, se depender do STF o ex-presidente continuará injustiçado por uma farsa montada para impedi-lo de voltar ao poder. Enquanto isso o presidente da Corte, ministro Dias Toffoli, manda arquivar todos os inquéritos contra ministros do STJ e do TCU. Dois pesos e duas medidas. Uma beleza. 

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