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Robson Sávio Reis Souza

Doutor em Ciências Sociais e pós-doutor em Direitos Humanos

159 artigos

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O bolsonarismo é uma obra coletiva

"Como a construção da cidadania é fruto de obra coletiva, o governo Bolsonaro também não é obra de um homem só. É o resultado da aliança do que há de mais reacionário na sociedade brasileira", escreve Robson Sávio Reis Souza

Jair Bolsonaro durante desfile cívico por ocasião do Dia da Pátria (Foto: Alan Santos/PR)
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Num país (historicamente) estruturado na violência, racismo, misoginia, desigualdade e desprezo pelo público, o pouco que existe na área dos direitos e da igualdade foi conquistado com lutas e engajamento político de grupos comprometidos com a democracia de fato (e não com essa democracia meramente procedimental - mantenedora de múltiplas exclusões  - alicerçada, ultimamente, no autoritarismo neoliberal). 

Como a construção da cidadania é fruto de obra coletiva, o governo Bolsonaro também não é obra de um homem só. É o resultado da aliança do que há  de mais reacionário na sociedade  brasileira. Uma coalizão, heterogênea, que envolve empresários e militares; banqueiros e agronegócio; corporações judiciais, da mídia, da medicina, entre outras; predadores da natureza (madeireiros, mineradoras, latifundiários) e da cultura; fundamentalistas religiosos (católicos, evangélicos, judeus). Esses grupos (de apoiadores de Bolsonaro e aderentes de ideologias  reacionárias, portanto para além de Bolsonaro) estão ancorados e conectados, neste momento político, em estratégias de guerra híbrida. Utilizam, entre outras ferramentas, as redes sociais para engajamento político e se articulam com grupos internacionais da extrema-direita direita global

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Portanto, além dos 20% de apoiadores fidelizados (muitos fascistas desde sempre), é importante reconhecer que Bolsonaro goza da parceria com outros setores organizados e mobilizados em vários nichos sociais. 

Uma das estratégias mais conhecidas das guerras híbridas é provocar a divisão social e a mobilização constante das massas através de fake news e temas com apelo moral, sexual, religioso. Capazes de provocar grande aderência das mentes e corações das pessoas, as fake news e os temas morais e religiosos são excelentes estratégias para engajamento de grupos radicais e a distração geral da opinião pública, enquanto "a boiada (da destruição das políticas públicas, demolição da credibilidade das instituições e erosão das bases de solidariedade social) vai passando".

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Por isso, um dos maiores desafios das lideranças progressistas nos dias atuais deveria ser na mobilização popular, com vistas na articulação de amplos segmentos sociais à defesa dos temas políticos que realmente importam.

"Proletários de todos os países, uni-vos!”, conclamaram Marx e Engels no Manifesto Comunista de 1848. Esse apelo proferido para união da classe trabalhadora nunca esteve tão vivo e necessário como nos dias atuais, para aqueles que desejam reconstituir  um Brasil democrático.

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Não nos iludamos. O bolsonarismo é uma obra coletiva. E é dessa forma, e com estratégia eficiente, que deve ser enfrentado.

Oportunismo eleitoral, disputa interesseira de narrativas e diversionismo político em redes sociais corroboram às fraturas já existentes no campo popular. É preciso união e liderança para a construção de ampla coalizão democrático-popular capaz de derrotar Bolsonaro e, no mínimo, enfraquecer o bolsonarismo.

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