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Ergon Cugler

Estudante da Faculdade de Tecnologia do Estado de São Paulo (FATEC) e diretor da União Estadual dos Estudantes de São Paulo (UEE-SP)

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O Brasil e o mundo: a crise internacional e os desafios do século XXI

Observar a sociedade numa perspectiva de luta entre classes – ou seja, moldada em conflitos de interesses, em disputas e revoltas – nos traz outra compreensão da formação não só do povo brasileiro, mas nos evidencia a relação entre toda formação social com o atual estado de desenvolvimento que encontramos os diversos países ao redor do mundo

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“Na guerra primeiro elabore os planos que assegurarão a vitória e só então conduza teu exército à batalha, pois quem não inicia pela construção da estratégia, dependendo apenas da sorte e da força bruta, jamais terá a vitória assegurada.”

– Sun Tzu (A Arte da Guerra)

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Existem teses que defendem a ideia de que a formação da identidade do povo brasileiro deu-se através de um processo pacífico, sem lutas ou disputas entre classes. Nega-se toda construção da nação através das revoltas e de culminâncias como a Independência (1822) ou a Abolição da Escravatura (1888) – ambas resultado de acúmulo de forças durante longo processo de resistência por diversos setores da sociedade.

Mas o que essas teses nos ensinam? Qual sua relação com a manutenção do sistema?

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Observar a sociedade numa perspectiva de luta entre classes – ou seja, moldada em conflitos de interesses, em disputas e revoltas – nos traz outra compreensão da formação não só do povo brasileiro, mas nos evidencia a relação entre toda formação social com o atual estado de desenvolvimento que encontramos os diversos países ao redor do mundo.

Portanto, isolar os fatores de construção das diferentes realidades em nossa formação social nos cega, de forma que todo processo histórico se faz por assemelhar com um ideal longe da realidade. Ao mesmo tempo, são estas teses que negam o processo cíclico de crises que vivemos neste sistema, moldado pela desigualdade social, pela superprodução desregulamentada, e pelo acúmulo de riquezas que assolam países e continentes por completo.

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Já não é mais mistério, metade de toda riqueza do mundo se concentra hoje em 1% da população, ao mesmo tempo que mais da metade da população não tem acesso a tecnologias como computador, internet e nem mesmo saneamento básico.

A discrepância, para alguns, é questão de meritocracia e, que por ações individuais, podemos ascender na vida com muito trabalho. Estes utilizam ainda exemplos de histórias de pessoas que saíram da pobreza e atingiram a riqueza, mas nossa observação deve partir de duas colocações básicas: 1. Quantos famintos e na miséria existem em relação a casos isolados e bem-sucedidos de ascensão na vida? 2. O projeto de desenvolvimento deve servir apenas à ascensões individuais e ignorar a elevação e emancipação da nação e do povo?

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Tais pontos básicos nos posicionam com a responsabilidade de ou apenas defender a atual lógica valorizando pequenas individualidades de ascensão, ou garantir um projeto forte de nação, que eleve as condições de vida ao patamar da dignidade.

Nesta fase que vivemos – do que então identificamos como imperialismo – ainda existe uma evolução da lógica de exploração das desigualdades, que é o rentismo. Antes as desigualdades se baseavam em questões materiais, de produção, mas agora o que reina é a especulação financeira, manipulando moedas e até a economia de países de forma intensa.

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Nos resta, portanto, compreender como agir fronte ao aumento das desigualdades potencializados pelo capital financeiro especulativo. Compreender, também, como o superar.

Precisamos encarar como atuação durante toda esta fase – que podemos identificar como de transição, pois pouco se sustenta e se mergulha cada vez mais em crises profundas – a defesa de pontos estratégicos, explorando as contradições e gerando rupturas, para a construção de uma sociedade emancipada, sendo estes:

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1. Embate ao imperialismo, de forma que o processo de construção de nações subdesenvolvidas ou em desenvolvimento não se submetam aos interesses de ordem econômico-políticas de países dominantes – onde ao caso do Brasil garanta projeto huno, de condução baseada em sua formação histórico-social;

2. Garantia de um país soberano, que aliado ao processo de embate ao imperialismo fortifique o projeto de nação, gerando riqueza – importante dizer, de ordem econômica, mas também social e cultural – ao modo de que a identidade do povo gere signos de unidade e de norte ao país, como também importante bandeira de esperança;

3. Ampliação da democracia e de seus canais, onde este projeto se identifique com as necessidades e realidade do cotidiano do povo brasileiro e que de suas mãos o venha a construir, num processo amplo em que o debate faça cada vez mais parte de seus espaços;

4. Garantia e fortalecimento dos direitos trabalhistas, que aliás andam ao lado do projeto de soberania e de dignidade do povo, mas também proporcionam produtividade junto à qualidade do processo de trabalho – pois não existe nação desenvolvida se não houver condições materiais àqueles e àquelas que produzem e constroem tal nação;

5. Maturidade pela compressão da paz, não isentando o embate ao imperialismo, mas promovendo a resistência a este através do fortalecimento dos mecanismos de defesa;

6. Condução de um processo intenso de desenvolvimento, que valorize a indústria nacional, a agricultura em seus amplos setores, a produção de energia como o petróleo, mas também dos setores eólico, solar e hidroelétrico de forma que estes fortaleçam tanto a economia nacional, quanto possibilitem – através de investimento em pesquisa – avanços tecnológicos e produtivos ao Brasil.

O sistema em que vivemos se demonstra cada vez mais insuficiente para o pleno desenvolvimento das forças produtivas de forma ampla a gerar riqueza à nação e ao povo brasileiro. No entanto é uma ponte necessária, através de sua condução acertada, para uma nova sociedade. Tal projeto de sociedade não tem a ver com dividir pobreza, mas desenvolver a nação – econômico e tecnologicamente – ao ponto de produzir riqueza suficiente a todo povo.

A tudo aquilo que a classe dominante não apresentou e segue sem apresentar condições de estruturar acerca deste projeto soberano de desenvolvimento é dada a responsabilidade de trazer para nós – povo – sua condução, de modo que venhamos a dirigir o fortalecimento da indústria de base, o controle de juros, câmbio, crédito e até mesmo as relações dadas pelo sistema financeiro. Aí mora a estratégia de condução utilizando das atuais forças produtivas.

Cada vez mais se torna evidente a necessidade de se construir um novo projeto que reúna desde a Soberania com Desenvolvimento Nacional, até o processo de ampliação da Democracia, pois somente estes elementos em harmonia dão base à nova sociedade. Tal processo de transição há de levar longas décadas – e mesmo séculos – mas com estratégia será conquistado através do acúmulo de forças aliado do povo.

Aliás, eis nossa responsabilidade de trazer esperança, com base real, ao povo brasileiro.

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