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Ricardo Flaitt

Jornalista

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O Brasil que se constrói com argumentos irreais

Em detrimento da dura solidez de aprovação de regras que alteram e alterarão profundamente o futuro da grande maioria da população, segue o país sendo construído com o fato desmanchando-se no ar. É o Brasil sendo construído em alicerces de argumentos vazios, que gerarão consequências trágicas, e sólidas

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Com a desconstrução e demonização programadas da Política (o que em si também é um ato político), o Brasil foi arremessado a um perigoso vácuo do pensamento, fazendo com que as pessoas deixassem de analisar os fatos e, consequentemente, participarem do jogo democrático para construção políticas públicas no sentido do bem-estar social e passaram a reproduzir conceitos distorcidos, muito distantes do que se está em pauta no Congresso Nacional, onde se definem as regras sociais do país.

Paradoxalmente, a partir da propagação em massa da negação da Política o povo passou a acreditar que estava fazendo política. Assim, gradativamente, perde-se ainda mais o lastro com a realidade. A maior expressão dessa desconexão com o palpável se refletiu no anseio de mudança, como capaz de equalizar todos os desequilíbrios sociais.

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Da abstração à prática. Em 2017, o governo Temer encaminhou ao Congresso a proposta para uma Reforma Trabalhista. O argumento condutor para as alterações alicerçava-se que o Brasil precisaria modernizar suas relações trabalhistas para geração novos empregos.

O povo, distante de compreender o teor das propostas da Reforma Trabalhista, mas explicando a vida pelo arrocho cotidiano, considerou a questão como a solução final para ampliar a renda em seus lares. O grande problema é que, em política, nem sempre reformar é sinônimo de melhorar. Há muitos interesses que permeiam reformas profundas na legislação.

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Sob este ambiente de simplistas compreensões, a Reforma Trabalhista foi aprovada no Congresso Nacional. E, com ela, consequências como a legalização do trabalho intermitente (contratação por horas) e terceirização permitida em todos os setores da produção. Medidas que não geraram postos de trabalho suficientes, seguem promovendo o achatamento do poder aquisitivo e ampliando a informalidade direta e velada, com um estímulo indireto de contratações por meio de emissão de notas (pejotição).

 A Reforma Trabalhista não gerou empregos, mas promoveu o desmonte dos direitos trabalhistas, condições mínimas civilizatórias frente à sonhada máxima exploração dos despossuídos, que nada tem, a não ser a possibilidade de vender sua força de trabalho.

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O achatamento da classe trabalhadora poderá ainda ser mais agressivo. Também sob o argumento da geração de novos postos de trabalho, o novo governo sinaliza reduzir ou extinguir direitos como o 13º salário. Com tanto desemprego, mais uma vez, grande parte da população deixa discutir o fato e suas consequências, depositando suas esperanças em uma solução sem conexão com a realidade.

 A máxima exploração da força de trabalho, que ainda não foi implantada em sua plenitude, impactará significativamente na renda dos cidadãos e, consequentemente, no consumo, reverberando negativamente em todo sistema. O mercado depende de consumidores, porém, como consumir se os vencimentos restringem-se à sobrevivência básica?

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A Reforma Trabalhista representa uma ilustração de que os fatos se perderam no vácuo de pensamentos simplistas, milimetricamente projetados para atender interesses de pequenas castas sociais, enquanto o povo pensa estar caminhando para a modernidade, o consumo, ao desenvolvimento da nação.

 Uma nova Reforma, a da Previdência, está na esteira do Congresso. Não se discute com a sociedade os pontos desta Reforma e suas consequências com as alterações nas regras para as concessões de aposentadorias e de benefícios que representam amparos sociais aos que estão à margem do sistema produtivo. Novamente, o argumento é de que todas as soluções para o desenvolvimento do país e a solução dos desequilíbrios sociais dependem da aprovação da “Nova Previdência”.

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Com abstração distante e entretidos com soluções simplistas, a população somente compreenderá os efeitos da Reforma Trabalhista com a realidade prática, no dia a dia, em xícaras de arroz. O mesmo efeito tende a acontecer com a Reforma da Previdência.

Em detrimento da dura solidez de aprovação de regras que alteram e alterarão profundamente o futuro da grande maioria da população, segue o país sendo construído com o fato desmanchando-se no ar. É o Brasil sendo construído em alicerces de argumentos vazios, que gerarão consequências trágicas, e sólidas. 

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