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Emir Sader

Colunista do 247, Emir Sader é um dos principais sociólogos e cientistas políticos brasileiros

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O Brasil sobreviverá a Bolsonaro

"Bolsonaro terá que deixar a presidência deixando um Brasil miserável e faminto. Um país desfeito dos direitos das pessoas. Mas o Brasil sobreviverá a Bolsonaro. Há forças democráticas suficientes para derrubá-lo", escreve o sociólogo Emir Sader. "O favoritismo do Lula para ganhar, até no primeiro turno, expressa essa vontade popular de reconstrução do país"

(Foto: Roberto Parizotti - Fotos Públicas)
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Ele veio para destruir. Disse com todas as letras. Como se tudo o que tivesse sido construído, especialmente durante o governo do PT, tivesse sido negativo e tivesse que ser destruído.

Essa é a versão popular da tese do Estado mínimo do neoliberalismo, segundo a qual se trata de reduzir tudo o que tiver que ver com o Estado à sua expressão mínima, para dar lugar à centralidade do mercado.

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A ideia do neoliberalismo é que a ação do Estado falseia as condições de liberdade do mercado, favorece os setores menos competitivos, seria fonte de incompetência, de corrupção.

Um processo que tinha sido colocado em prática por Fernando Collor e por FHC nos anos 1990. A economia só voltou a crescer e a gerar empregos, quando essa estratégia foi negada e superada pelos governos do PT.

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A economia voltou a crescer pela retomada dos investimentos estatais, pela elevação dos salários sempre acima da inflação, pela geração de milhões de empregos com carteira de trabalho. Foi um papel virtuoso, que não se espelhou nos debates públicos, que continuaram a manter a criminalização do Estado, pelos argumentos reiterados dos analistas da mídia, apologetas da economia de mercado.

O golpe de 2016 permitiu à direita retomar a destruição, com o governo Temer e, agora, com o governo Bolsonaro. Ela consiste na privatização de patrimônio público, com processos de privatização, que tiram empresas da esfera estatal e a colocam em mãos de grandes monopólios internacionais, muitas vezes estatais.

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Consiste no corte radical de recursos para políticas públicas, especialmente de saúde e educação. Consiste, também, na promoção de todo tipo de trabalho precário. Consiste no abandono em qualquer forma de regulação do mercado por parte do Estado.

Consiste no fortalecimento da centralidade do mercado, típica do neoliberalismo. Na aceleração do processo de mercantilização das relações sociais, transformando em mercadoria o que era direito. Segundo a concepção neoliberal de que tudo tem preço, tudo se vende, tudo se compra, em que o consumidor é o sujeito central.

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Com Bolsonaro, o Brasil, e não apenas o Estado brasileiro, passou por um processo de mercantilização, de degradação dos direitos das pessoas, de precarização da vida da maioria das pessoas.

Bolsonaro veio a destruir, não a construir nada. A retirada do Estado permite a deterioração das condições de vida da grande maioria das pessoas. O país vive a situação de  maior miserabilidade que já teve na sua história. O Estado deixa abandonada a maioria da população, que luta para sobreviver nas condições mais penosas.

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Bolsonaro terá que deixar a presidência deixando um Brasil miserável e faminto. Um país desfeito dos direitos das pessoas.

Mas o Brasil sobreviverá a Bolsonaro. Há forças democráticas suficientes para derrubá-lo e empreender a reconstrução do país.

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Há consciência plena de que o país não pode continuar assim. Há uma grande maioria insatisfeita, que rejeita Bolsonaro e seu governo.

O favoritismo do Lula para ganhar, até no primeiro turno, expressa essa vontade popular de reconstrução do país, de retomada da democracia, do crescimento econômico e da geração de empregos.

Me lembro de ir a Brasília ver João Figueiredo sair do governo e terminar o ciclo da ditadura militar. Espero voltar a ir a Brasília para, senão ver o Bolsonaro abandonar o governo em helicóptero, como fez Donald Trump, pelo menos ver um presidente eleito pela grande maioria dos brasileiros, voltar à presidência, para comandar a reconstrução do Estado brasileiro e do Brasil como país, como nação e como democracia.

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