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Leonardo Attuch

Leonardo Attuch é jornalista e editor-responsável pelo 247.

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O Brasil voltou com Lula. A brasilidade voltou com Janja

Recepção no Itamaraty ao presidente Emmanuel Macron foi uma exaltação aos sabores do Brasil, pelas mãos da chef Morena Leite, escolhida pela primeira-dama

Emmanuel Macron, Lula, Janja e Morena Leite (Foto: Ricardo Stuckert)
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Na última quinta-feira, pouco antes de embarcar de volta a Paris após uma viagem de três dias ao País, o presidente francês Emmanuel Macron postou uma declaração de amor ao Brasil. "Algumas pessoas compararam as imagens da minha visita ao Brasil com as de um casamento, e eu digo a elas: foi um casamento! A França ama o Brasil e o Brasil ama a França!", escreveu o líder francês em seu X. "Acreditamos na democracia. Acreditamos no futuro e acreditamos que sempre há um caminho para o otimismo e o progresso. Compartilhamos valores que estão no cerne de nossa história comum. Acabamos de inaugurar um novo capítulo na nossa relação! Viva a amizade entre o Brasil e a França!", acrescentou Macron:

De fato, raras vezes em visitas dessa natureza se viu tanta afinidade entre dois chefes de estado. A sintonia foi tal que ao final dos três dias de encontro, Macron recebeu da presidência da República um book de fotos com as principais imagens de seu périplo pelo País, ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, captadas pelas lentes do fotógrafo Ricardo Stuckert. Lula e Macron estiveram juntos em Belém (PA), que será a sede da Cop-30, em Itaguaí (RJ), onde foi lançado o submarino Tonelero, fruto da parceria Brasil-França no Prosub, e no último dia na capital federal, onde o presidente francês foi recebido para uma recepção no Salão Brasília do Palácio do Itamaraty, meticulosamente preparada pela primeira-dama Rosângela Janja Lula da Silva.

Antes de Brasília, Macron também passou por São Paulo, onde participou de encontros empresariais, em que foi reforçada a disposição de investir por parte dos grandes grupos franceses no País. Com multinacionais como Carrefour, Renault, Michelin, Accor, CNP Assurance, Total e muitas outras, a França é o terceiro país com maior volume de investimentos na economia brasileira. Ficou claro, durante a visita de Macron, que o Brasil, de fato, voltou ao mapa-múndi dos grandes investimentos internacionais, como tem sido exaltado pelo Itamaraty, desde que o presidente Lula retornou ao poder.

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Sim, o Brasil está de volta, mas não apenas no campo da economia. A brasilidade também voltou, pelas mãos da primeira-dama Janja, que cuidou de cada detalhe da recepção oferecida a Macron no Itamaraty, realizada no mesmo dia em que ela própria foi condecorada pelo líder francês com a medalha da Légion D'Honneur, a mais alta comenda francesa. No belíssimo salão projetado por Oscar Niemeyer no Itamaraty, que é considerado por muitos o mais elegante palácio brasileiro, cada uma das mesas ganhou o nome de uma cidade francesa ou brasileira. Rio de Janeiro, Bordeaux, Brasília, Paris, Recife, Nice, São Paulo, Marseille, Florianópolis (onde este repórter estava) e assim por diante.

O ponto alto do encontro, no entanto, foi o menu de sabores brasileiros preparado pela chef Morena Leite, do restaurante Capim Santo, de Trancoso (BA), que foi pessoalmente escolhida por Janja para coordenar a preparação do buffet. Formada pela prestigiada escola francesa de gastronomia Le Cordon Bleu,  Morena é conhecida por valorizar todos os ingredientes da culinária brasileira. "A gastronomia é um fator de comunicação da nossa alma e do nosso aconchego", disse ela ao 247. "Nossos valores são acolher e compartilhar. E a comida tem que representar os valores de um povo", pontuou.

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No menu preparado por Morena Leite, com a colaboração dos chefs Katrin e Dante Bassi, do restaurante Manga, todas as regiões do Brasil estiveram representadas, seja na galinhada com arroz de pequi, na conhecida moqueca de ovos com leite de coco, nos raviolis de tapioca com queijo da Canastra, no robalo assado, no rosbife na brasa e na mousse de cacau com cumaru servida na própria fruta amazônica. "A brasilidade me conecta com o governo Lula e com a Janja. A mandioca é o ingrediente que melhor nos representa. O cacau é brasileiro. O caju é brasileiro. O mundo precisa conhecer o pão de queijo", diz Morena Leite. "Eu cresci em Trancoso, que é uma esquina do mundo, mas sempre quis ser antropóloga, sempre quis trabalhar o Brasil e a sua gastronomia. Janja também se preocupa muito com a boa alimentação e com o combate à fome, levando em conta a sazonalidade de cada alimento", destaca a chef.

Morena também conta que, na recepção, Macron perguntou a ela o que deveria comer entre todos os pratos e a recomendação foi a moqueca de ovo – que é, de fato, inesquecível. As bebidas oferecidas foram vinhos e espumantes premiados da Serra Gaúcha, assim como cachaças especiais de Minas Gerais. Não por acaso, Lula presenteou Macron com queijos mineiros e vinhos gaúchos, para alegria do ministro Paulo Pimenta, que é de Santa Maria (RS).

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Na França, país que mais recebe turistas no mundo, a alta gastronomia é tratada quase como uma questão de segurança nacional. Anualmente, os grandes chefs franceses são recebidos por chefes de estado no Palácio do Eliseu. Até porque são eles que geram divisas para a economia francesa, garantindo o fluxo de turistas que visitam o país para comer e beber bem. A valorização dos produtos locais, com selos de denominação de origem, é também outra questão de estado. Os pedaços de terra mais valiosos do mundo são os localizados na área de Champagne, onde são produzidos os espumantes mais caros do mundo. Isso também vale para regiões valiosas de Bordeaux e da Borgonha, com vinhos mundialmente reconhecidos.

Em outros tempos, num encontro como o de Lula e Macron, o Brasil poderia ter adotado uma postura colonizada, oferecendo queijos e vinhos franceses na recepção. Mas o evento, com a exaltação da brasilidade por Janja e Morena Leite, foi também uma demonstração da política externa ativa e altiva, que é a marca registrada de Lula e Celso Amorim, que representam para as relações internacionais o que Pelé e Coutinho representaram para o futebol.

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Foi também gratificante ver no evento o reconhecimento a figuras importantes dos dois países que têm feito a ponte entre Brasil e França, ao longo dos anos, como o tetracampeão Raí, que brilhou no Paris Saint-Germain, o boulanger Olivier Anquier, que reinventou a história do pão no Brasil, e os chefs Alex Atala e Erick Jacquin, entre vários outros nomes. Do PIB brasileiro, estiveram presentes nomes de peso do setor privado, como Luiz Carlos Trabuco, do Bradesco, Rubens Ometto, da Cosan, e Marcos Molina, da Marfrig, e do setor público, como Jean Paul Prates, da Petrobras, Tarciana Medeiros, do Banco do Brasil, e Décio Lima, do Sebrae Nacional, além de ministros como Ricardo Lewandowski, da Justiça, Margareth Menezes, da Cultura, Renan Filho, dos Transportes, Jader Filho, das Cidades, Jorge Messias, da AGU, Carlos Fávaro, da Agricultura, e Cida Gonçalves, das Mulheres, assim como lideranças da área jurídica, como Cristiano Zanin Martins, do Supremo Tribunal Federal, e Marco Aurélio Carvalho, do Prerrogativas. "Quem ali esteve saiu com orgulho do Brasil e da brasilidade", disse Marco Aurélio ao 247.

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