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Ricardo Mezavila

Escritor, Pós-graduado em Ciência Política, com atuação nos movimentos sociais no Rio de Janeiro.

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O caminhão de lixo e o carro de luxo

Renê assassinou o gari Laudemir de Souza Fernandes, 44 anos, e foi malhar

René da Silva Nogueira Júnior (Foto: Reprodução)

Quando os trabalhadores do caminhão de lixo, de uma empresa que presta serviço para a prefeitura de Belo Horizonte, faziam o procedimento para que fosse feita a coleta em uma rua, não imaginavam que instantes depois, seriam vítimas de uma covardia.

O empresário Renê da Silva Nogueira Júnior, que estava atrás do caminhão, exigiu que o veículo liberasse o caminho para que pudesse passar com seu carro elétrico, modelo BYD, de cor cinza.

Renê não admite que garis, que cumprem suas horas de trabalho para deixar a cidade limpa, atrapalhem seu trajeto até a academia.

O empresário, que se apresenta nas redes sociais como, “Christian, husband, father & patriot” – Cristão, marido, pai e patriota – saiu do carro e disparou uma arma .380 pertencente à sua esposa, delegada de polícia.

Renê assassinou o gari Laudemir de Souza Fernandes, 44 anos, e foi malhar.

É um crime que a gente não pode esperar de um ser humano normal. Eu não sei o que aconteceu de verdade, qual era o estado dele, se estava drogado, se tinha bebido, eu não sei. Eu acho que os exames têm que apontar isso para a gente saber responder melhor.” – Disse um colega de Laudemir que estava no caminhão.

Laudemir era cristão, marido e pai de uma menina. Trabalhador, amado pela família e amigos, como são os patriotas. Diferente do burguês parasita que puxou o gatilho, ou como o traidor que conspira contra o país no exterior, usando o escudo do falso patriotismo.

Renê é mais um psicopata que se julga inimputável; é mais um vaidoso mau caráter, egocêntrico, que despreza a vida do outro; é a cara da desigualdade de classes que tem se manifestado, nestes últimos anos, da forma mais vil e desumana.

* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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