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Pedro Del Castro

Assessor da Liderança do PT no Senado

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O Capitalismo em crise e em revisão

Será que o Capital buscará mais uma vez a sua reorganização geográfica por guerras? E a humanidade ficará inerte ao que acontece?

Será que o Capital buscará mais uma vez a sua reorganização geográfica por guerras? E a humanidade ficará inerte ao que acontece? (Foto: Pedro Del Castro)
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A crise estrutural e global do capitalismo iniciada em 2008, se manifestou de forma desigual, combinando o entrelaçando de todo o sistema mundial de produção de mercadorias. Estes sintomas que eclodiram tal crise, paradoxalmente começaram a se apresentar em algumas décadas anteriores e, da periferia mundial, desenvolveu-se em direção ao centro do capitalismo mundial. Seus ensejos principais localizaram-se no prolongado processo de acumulação de capital combinado com a elevação progressiva da potência científica e tecnológica dos meios de produção, isso multiplicado sobretudo, após a revolução tecno-científica, que se expressou na explosão da informática, da química fina, da robótica e parindo o que hoje é denominado como a 4º Revolução Industrial (a produção fabril em maquinas/impressoras 3D).

Observem que uma parcela cada vez maior do capital acumulado foi se deslocando para a especulação financeira, convertendo-se em capital fictício, desta forma, não poderia ser reinvestida diretamente no sistema produtivo, o que, como resultado, poderia (ou pode) levar ao colapso o sistema de produção de mercadorias. Assim, duas marcas preponderantes do capital monopolizado e financeirizado (a financeirização e o desemprego), nunca foram bolhas ou desequilíbrio conjuntural, mas sim, algo resultante desse enorme movimento.

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Já nos meados da década de 1970, nascem os elementos estruturais de uma crise potencial de superprodução permanente e de exclusão continuada da força de trabalho humano do processo de produção. Vários episódios prenunciaram um desastre acentuado da economia mundial, entre as quais o altíssimo nível de desemprego nos países desenvolvidos, os crescentes déficits orçamentários, a crise das "pontocom", as crises da Rússia, México, Argentina e Tigres asiáticos, dentre tantos outros exemplos

O problema é que todas as novas tentativas das classes dominantes param neutralizarem o impacto dessas sinalizações demandaram enormes esforços, desgastes políticos, queimas fabulosas de capital, alcançando assim, tão somente alívios efêmeros, aos quais se seguiram o retorno dos sintomas e de um quadro geral ainda mais agravado. Os custos humanos, ambientais e econômicos foram elevadíssimos e descomunais.

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Em 2008, com a quebra do Banco Lemann Brothers nos EUA, o sinal amarelo acendeu mais uma vez para as classes dominante, isso, no sentido de que foi chegado ao ponto de que, não era difícil prever que o metabolismo do monstro em agonia iria consumir ainda mais os sacrifícios na tentativa de recuperação.

É chegado ao tempo em que a crise pode assumir a forma da existência do próprio capital? Isso, não podemos afirmar, mas suas manifestações se alternam em ciclos cada vez mais fugazes se confundindo numa relação de essência e aparência.

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Vale lembrar que o Brasil nadou contra essa maré, o modelo econômico adotado pelos governos Lula conseguiu muito mais do que sobreviver em meio à crise. Com Lula e o primeiro governo de Dilma, conseguimos mostrar ao mundo o que fazer e como fazer para prosperar em meio a tais dificuldades. Um breve dado é que, enquanto o mundo quebrava, o Brasil gera emprego e renda, estimula o consumo interno, isso caminhando para o fim da extrema pobreza até 2014. As taxas de desemprego em alguns países no momento mais alto da crise econômica ficaram assim: Espanha 25%, França 10%, E.U.A 8,2% e Brasil 4,4%.

No mesmo sentido a Crise Ambiental é, sem dúvida alguma, um dos maiores impasses do capitalismo em sua crise mundial. Através da escassez de energia, água potável, terras cultiváveis e de todo tipo de recursos naturais renováveis, além das questões das mudanças climáticas e os impactos imprevisíveis da acelerada extinção de grande número de animais e de vegetais responsáveis pela manutenção de elos tão preciosos da cadeia alimentar, chegaremos à constatação de que a humanidade, mais uma vez, caminha para um futuro de desalento.

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Sobre esse quadro tão grave e desalentador, os governantes das principais economias globais se reuniram na 21ª Conferência do Clima (COP 21), que foi realizada em dezembro de 2015, em Paris, e que como única resolução real tiraram o encaminhamento de acordo entre os países para diminuir a emissão de gases de efeito estufa, diminuindo o aquecimento global e em consequência limitar o aumento da temperatura global em 2ºC até 2100.

Ou seja, se de um lado a COP 15 em 2009, se declarou incapaz de constituir um fundo com irrisórios 100 bilhões de dólares para combater os efeitos mais emergentes das catastróficas mudanças climáticas previstas pelo IPCC (Painel Intergovernamental do Clima), isso, por pressões do grande monopólio empresarial mundial. A COP 21, também mostrou ineficácia para apresentar ao planeta uma resposta de enfrentamento as mazelas ambientais impostas pelo capitalismo na busca pelo lucro.

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Acontece que ao redor do mundo grandes empresas capitalistas alardeiam políticas de sustentabilidade, ocultando que, em última instância, a incontornável necessidade de expansão permanente da produção e consumo de mercadorias reduz seu discurso ambientalista à mera propaganda. Inúmeras instituições científicas internacionais repetem incansavelmente que a simples manutenção dos atuais padrões de produção e consumo pode culminar em algumas décadas com a liquidação das condições ambientais necessárias, adequadas à preservação da vida, em especial da vida humana no planeta.

A predação do meio ambiente também reflete a divisão internacional do trabalho, com a exportação para o terceiro mundo das indústrias intensivas em consumo energético e de materiais, bem como emissoras de grandes volumes de poluentes. Esse processo possibilita uma compatibilização da agenda ambiental com a dinâmica do desenvolvimento do capitalismo nos países centrais, cujo crescimento econômico é cada vez mais alicerçado na tecnologia da informação, nos serviços financeiros e na pesquisa científica, com a consequente desmaterialização da produção. Aos países periféricos ou emergentes, cabe à produção industrial pesada e altamente poluente. Essa dinâmica revela a total incompatibilidade entre qualquer agenda ambiental séria e o ciclo de desenvolvimento capitalista nos países periféricos.

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Outro grave elemento da crise estrutural de novo tipo do sistema capitalista" é a erosão da credibilidade e da legitimidade social das instituições de representação política e organização da vida comunitária que compõem o Estado moderno. Nas últimas décadas, governos aumentaram crescentemente e regressivamente a arrecadação de impostos para cumprir seus compromissos com os grandes capitalistas, enquanto buscaram todas as formas possíveis para se desonerar dos compromissos com a maioria da população. Os países (principalmente da Europa) assumem cada vez mais o seu papel de sustentáculo, inclusive financeiro, das grandes corporações.

Nesse sentido, não é à toa a ascensão conservadora de fortes no Brasil e no mundo. No Brasil Golpe de Estado Midiático- Jurídico-Monopolista-Parlamentar, realinhou as forças conservadoras numa unidade programática, num projeto que já havia sido derrotado nas ruas na década de 90 e nas urnas nos primeiros anos de 2000, mas que serviu, para a organizar uma nova composição de forças e ilhar a esquerda brasileira, numa espécie de nova política de alianças para depredação do Estado Social construído pelo Projeto Democrático e Popular e de Deslocamento do Centro Político que anteriormente estava virado para Esquerda, os levando para a Direita.

O processo eleitoral de 2014 para a presidência da república, apresentou uma realidade adversa das encontras em 2002, 2006 e 2010, pois mesmos o Partido dos Trabalhadores ganhando a presidência de nossa nação, a direita tradicional e conservadora, ganhou na disputa do quantitativo parlamentar.

Essa equação deu força necessária para a execução do Impeachment de Dilma e pariu um novo modelo de Golpe de Estado, modelo qual, é mais sutil do que os genocídios e toda espécie de torturas oriundas dos golpes militares executados nas décadas de 1960 e 1970 e, que, seguem assombrando os governos democraticamente eleitos na América Latina. E no Brasil, após sua execução completada um ano, imprime uma agenda Neoliberal de ataques aos trabalhadores e de vendas do patrimônio nacional nunca vista em sua magnitude e velocidade.

No mundo, o conservadorismo político como resultado de uma resposta à crise econômica ganha cada vez mais força, os Le Pen do partido Frente Nacional na França, acumulam mais e mais força com o passar do tempo, na Alemanha, Suécia e Holanda as manifestações anti-imigrantes ganham cada vez mais força social e política e Trump com discurso protecionistas e anti-imigrantes ganhou o comando na nação mais poderosa de nosso globo.

Será que é chagado o tempo em que o Capital precisa se reorganizar nos modelos do Século XIX para sanar sua crise e descobrir o novo caminho a seguir? Será que o Capital buscará mais uma vez a sua reorganização geográfica por guerras? E a humanidade ficará inerte ao que acontece?

Quem viver verá! 

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