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Heraldo Campos

Graduado em geologia (1976) pelo Instituto de Geociências e Ciências Exatas (UNESP), mestre em Geologia Geral e de Aplicação (1987) e doutor em Ciências (1993) pela USP. Pós-doutor (2000) pela Universidad Politécnica de Cataluña - UPC e pós-doutorado (2010) pela Escola de Engenharia de São Carlos (USP)

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O congresso dos sonhos

O congresso dos sonhos foi o que dominou minha mente enquanto dormia. Um congresso de geologia reunindo amigos e se dirigindo para apresentar trabalho em sessão temática, carregando o bom e velho carrossel de slides com fotografias, mapas e gráficos

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Hoje acordei leve, como há muito tempo não acontecia. Ultimamente os pesadelos têm dominado as poucas 4 a 5 horas de sono nas madrugadas. Os políticos e os vizinhos canalhas são os personagens que dominam os agitados cenários nesse período do dia vital para repor as energias.

O congresso dos sonhos foi o que dominou minha mente enquanto dormia. Um congresso de geologia reunindo amigos e se dirigindo para apresentar trabalho em sessão temática, carregando o bom e velho carrossel de slides com fotografias, mapas e gráficos. 

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Bons tempos esses dos congressos tradicionais, quando a presença física das pessoas era importante no momento de transmitir as ideias e as teses dos artigos autorais, publicados em anais no velho formato papel. As bibliotecas das universidades e dos institutos de pesquisa dispõem dessas raridades, num mundo que caminha para ser cada vez mais virtual e a distância de tudo e de todos.

Quase sempre, após as sessões temáticas percorridas e assistidas até a exaustão, tinha um espaço, no final do dia, para reunir os amigos existentes (e outros que iam sendo agregados durante o evento) para aquela boa cervejinha do final de tarde. Essa prática aos poucos foi sendo abolida, mesmo antes de rolar a pandemia do coronavírus, que acabou por tornarem esses congressos cada vez mais virtuais, impessoais e a distância.  

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Mas como nem tudo eram flores, não era sempre que podíamos viajar e apresentar nos congressos os trabalhos que tínhamos aprovados pelas comissões científicas organizadoras, mas, que mesmo assim, eram publicados nos anais e estavam disponíveis ao público científico.

Nessa situação, lembro-me de um congresso em particular, que por alguma outra atividade que me prendia no local de trabalho daquela época, não pude ir pessoalmente. Foi o 40º Congresso Brasileiro de Geologia da Sociedade Brasileira de Geologia (SBG) que aconteceu em Belo Horizonte (MG) no ano de 1998.

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Como nessa fase áurea dos congressos presenciais os anais eram distribuídos logo no primeiro dia para os inscritos, recebi alguns dias depois do encerramento, um e-mail perguntando sobre o trabalho completo do resumo expandido “A geologia da libertação”, de minha autoria. Respondi ao interessado, por e-mail, que não havia um trabalho completo sobre esse assunto e que somente era a manifestação de um sentimento. 

Depois dessa resposta, e para que esse sentimento não ficasse preso aos anais do congresso, resolvi transformar o resumo expandido em uma pequena crônica que foi publicada em alguns jornais regionais algum tempo depois. Por causa do sonho que tive essa noite entendo que vale a pena recorrer em seguida, mais uma vez, a um pequeno trecho da “A geologia da libertação”, ainda na busca imaginada por outros caminhos: “Não se trata de uma geologia de consequências, em primeiro lugar, uma geologia que mostra a vontade de fazer, mas implica o fazer mesmo, fazer este, sempre movido e orientado para a vida da Comunidade.”

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É sempre bom lembrar que o título e o texto em que se apoia esse resumo expandido publicado, o tempo inteiro, foi por causa da leitura dos livros “Teologia da Libertação no Debate Atual” e “Como Fazer Teologia da Libertação” de Leonardo Boff e de Clodovis Boff, por refletir sobre esses temas e comungar com os pensamentos desses renomados teólogos da libertação.

“A verdadeira coragem é ir atrás de seus sonhos mesmo quando todos dizem que eles são impossíveis.” (Cora Coralina).

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