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Luciano Teles

Professor adjunto de História do Brasil e da Amazônia da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e autor de artigos e livros sobre a história da imprensa operária e do movimento de trabalhadores no Amazonas.

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O desprezo pela vida dos brasileiros

Bolsonaro e todos os que o apoiam e participam do seu governo continuam patrocinando a morte

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Quando o novo coronavírus começou a circular no território brasileiro, isso há um ano, Bolsonaro, seus ministros e parlamentares fiéis, juntamente com a sua base de apoio social, trataram de elaborar e difundir fake news e de desdenhar dos efeitos dramáticos que o coronavírus poderia ocasionar à vida da população brasileira. Passaram a propalar aos quatro cantos do país que esse vírus se tratava de uma “gripezinha”, que não mataria tanta gente assim e que isso tudo não passaria de um “plano chinês” para amedrontar o mundo e, assim, aumentar a sua influência e o seu “domínio comunista”. Mesmo observando a disseminação do vírus em países como a Itália e a Espanha, por exemplo, e a agonia vivida pelas suas populações, que assistiram os seus sistemas de saúde funcionarem no limite e, tristemente, viram muitas vidas serem perdidas para o vírus que se mostrou destruidor, nada adiantou. 

Ou seja, nada disso foi motivo de preocupação por parte do governo brasileiro, pois quanto mais o coronavírus se espalhava, especialmente nos meses de abril em diante (2020), mais forte se tornavam as mentiras e as negações sobre ele, de tal modo que até mesmo instituições, como a Organização Mundial da Saúde (OMS), passaram a sofrer ataques diversos, sendo a ciência desprezada nesse contexto. O governo brasileiro, com o apoio explícito dos seus adeptos (Forças Armadas, líderes neopentecostais, amplo setor da elite brasileira, do judiciário, da mídia corporativa e bolsonaristas em geral) agiu no sentido de boicotar os protocolos de combate ao vírus: o uso de máscaras, o isolamento social e a vacina. 

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E, nessa sabotagem geral, pais, mães, filhos, filhas, avós, avôs, sobrinhos, primos, vizinhos e colegas de trabalho perderam a batalha para a Covid-19, perderam a vida, causando dor, tristeza e luto. O Brasil chegou aos 100 mil mortos, foi quando ouvimos do “chefe da nação”: e daí? O desprezo pela vida já havia se tornado explícito, não havia nenhum constrangimento quanto a isso. Desse modo, defender a “imunidade de rebanho” pelo contato da população com o vírus mortal passou a ser algo “normal” para o Planalto, a ponto de sempre se colocar de forma contrária ao fechamento das escolas, dos comércios (dos serviços não essenciais) e demais atividades econômicas. Não foram poucas as vezes que o presidente Jair Bolsonaro andou sem máscara, causou aglomerações e atacou governadores e prefeitos que haviam decretado restrições de circulação de pessoas e de atividades econômicas. 

Aos 150 mil mortos, nada mudou. Um novo ano surgiu, 2021, e com ele cenas dramáticas de uma segunda onda da pandemia. O descaso/abandono do governo central para com o vírus fez irromper uma nova cepa em Manaus, com uma carga viral 10 vezes maior e uma transmissão mais rápida. A capital do Amazonas viu seu sistema de saúde colapsar, e vidas serem perdidas por falta de oxigênio. Não havia mais leitos clínicos e de UTI, pacientes infectados pela Covid-19 tiveram que ser transportados para outros estados para tratamento. Nesse cenário triste, mais mortes e um alerta emitido para o país: o que aconteceu no Amazonas pode acontecer em outros estados! 

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Nenhuma mudança. O governo central continuou no mesmo caminho de perfilhar a morte. Há uma escassez de vacina (por conta do boicote do governo central) e, hoje, ultrapassamos as 250 mil mortes. Infelizmente estamos caminhando para o triste número de 300 mil mortes. 17 capitais estão com ocupação de UTIs acima de 80%. Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul, já ultrapassou os 100% de ocupação e em Várzea Grande, Mato Grosso, houve um congestionamento de ambulâncias (pacientes com Covid-19) no Hospital Metropolitano. 

E, ainda assim, Jair Bolsonaro - e todos os que o apoiam e participam do seu governo - continua patrocinando a morte, ao promover aglomerações, ao pleitear o não uso de máscaras e ao incentivar a população brasileira a desrespeitar o isolamento social e a desacreditar na ciência. Este já cometeu diversos crimes de responsabilidade, sendo o mais grave, a nosso ver, as mortes permitidas/incentivadas por ele. Aqui existe um desprezo pela vida dos brasileiros. 

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Jair Bolsonaro e todos os que o sustentam, principalmente a elite brasileira, as Forças Armadas, a mídia corporativa, os parlamentares que lhe dão sustentação, os líderes neopentecostais e setores do judiciário, têm as suas mãos manchadas de sangue!

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