O Dia da Vitória e o dever da memória histórica, para honra e glória dos povos soviéticos
O 9 de Maio, Dia da Vitória, é inspirador. Deve-se ao heroísmo dos soviéticos e de todos os povos que lutaram contra o nazi-fascismo.
Por José Reinaldo Carvalho - Neste 9 de Maio, o povo russo volta às ruas para celebrar o Dia da Vitória, data em que, em 1945, a Alemanha nazista assinava sua rendição incondicional diante do Exército Vermelho. Foi a União Soviética, sob a liderança firme do Partido Comunista, liderado por Stálin, e com o heroísmo incomparável do seu povo, que suportou o maior fardo da guerra e foi decisiva para libertar a humanidade da barbárie fascista. Mais de 27 milhões de soviéticos tombaram, mas o nazismo foi vencido.
O papel da União Soviética foi absolutamente central. O país do socialismo enfrentou cerca de 80% das divisões nazistas na Europa. Sozinha, a URSS destruiu o grosso do exército de Hitler. A Batalha de Stalingrado e a de Kursk mudaram o rumo da guerra. Sem o heroísmo do povo soviético, a vitória não teria sido possível. Mas os países imperialistas ocidentais, a partir dos Estados Unidos, tentam obscurecer essa verdade.
A efeméride é celebrada com entusiasmo tão fervoroso porque é parte da própria identidade da Federação Russa e de todos os países que constituíam a União Soviética. A vitória de 1945 é vista como um símbolo de unidade nacional, de resistência e de honra. Ela reafirma o papel histórico de todas as nacionalidades da antiga potência socialista como bastião contra o fascismo. Comemorar o 9 de Maio é também dizer que esses povos nunca mais permitirão que sejam invadidos ou dominados.
Entretanto, a história vem sendo deturpada. O Ocidente tenta apagar o papel central da URSS e promove o revisionismo histórico ideologicamente corrompido, igualando nazismo e comunismo, e colocando os EUA como protagonistas de uma vitória que não lhes pertence. Essa falsificação serve a um projeto maior: apagar o exemplo socialista da URSS e justificar o domínio do imperialismo ocidental sobre o mundo.
Por óbvio, a memória do 9 de Maio não pertence apenas ao povo russo, mas também a todos os povos que lutam contra o colonialismo, o neocolonialismo, as guerras pelo saque das riquezas nacionais, os bloqueios, as sanções e as bases militares espalhadas pelo mundo. A conquista da vitória é um patrimônio de toda a humanidade, porque marca o fim da Segunda Guerra Mundial na Europa e a rendição da Alemanha nazista. A vitória de 1945 pertence a todos os povos que acreditam em justiça, liberdade e autodeterminação.
Por isso, é dever dos democratas, patriotas e progressistas, socialistas e comunistas em todo o mundo do mundo ressaltar a importância histórica do “Dia da Vitória” e a necessidade de manter viva a memória da luta contra o nazifascismo. O içamento da bandeira soviética por um soldado do exército vitorioso na cúpula do Reichstag, em Berlim, representa o momento triunfante em que a máquina de guerra hitlerista era derrotada, depois de ter sido destroçada em duras batalhas.
A Segunda Guerra Mundial, deflagrada em 1939, foi resultado do agravamento das contradições entre as potências imperialistas e da conivência de Estados ocidentais com o avanço da Alemanha de Hitler. França, Reino Unido e Estados Unidos toleraram, em diversos momentos, o rearmamento do regime nazista, acreditando que a agressão se voltaria contra a União Soviética.
O caráter imperialista das potências ocidentais era um fator que pouco antes da deflagração do conflito, exercia pressão sobre a luta antifascista dos povos e a URSS. Um exemplo disso foi o infame Pacto de Munique de 1938, no qual França e Reino Unido cederam às pretensões expansionistas de Hitler sobre a Tchecoslováquia, em troca de uma ilusória paz — na prática, uma tentativa de empurrar o conflito contra a URSS.
Inicialmente travado entre grandes potências capitalistas pela redivisão do mundo, o conflito provocou a insurgência dos povos. Movimentos de resistência floresceram na França, Itália, Grécia e em tantos outros países. A resistência ganhou um caráter patriótico, antifascista e democrático, unificando setores diversos em torno da luta pela libertação nacional. A formação de uma frente mundial antifascista foi fator ponderável na resistência. Ela uniu comunistas, socialistas, liberais democráticos e nacionalistas, sob a bandeira da liberdade e contra a opressão.
No interior da URSS, a invasão alemã em 1941 desencadeou a Grande Guerra Patriótica, momento em que os povos soviéticos, do campo à cidade, do Exército Vermelho às milícias populares, se unificaram em torno da defesa da pátria socialista.
Os fatos históricos demonstram que foi a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), sob a liderança do Partido Comunista, o país que deu a contribuição decisiva para o fim do conflito. Ainda hoje é preciso combater as falsificações históricas e reafirmar que foi a União Soviética o fator decisivo para que se chegasse ao Dia da Vitória, em 9 de Maio de 1945”.
A magnitude da tragédia provocada pelo conflito é incontestável: a guerra envolveu direta ou indiretamente 80% dos países do mundo, transformando-se em um marco que redefiniu o século XX. O conflito resultou em mais de 50 milhões de mortos, 27 milhões dos quais soviéticos. Os horrores da guerra incluíram a destruição de cidades inteiras, a deportação de povos inteiros e o genocídio sistemático promovido pelo regime nazista.
Com a vitória, advieram conquistas democráticas e sociais em muitos países. O fim da guerra significou o desmonte da máquina nazifascista e abriu espaço para a independência de dezenas de nações, a criação das Nações Unidas e o avanço de direitos sociais no mundo. Como afirmou o escritor brasileiro Jorge Amado, o resultado da guerra permitiu o surgimento de “um mundo da paz”, liderado por um bloco socialista que oferecia alternativa ao domínio colonial e imperialista.
A luta da URSS contra o nazismo foi parte de uma luta maior contra o colonialismo. Hoje, as potências ocidentais ainda tentam ditar regras aos países do Sul, impor sanções, intervir em nome dos seus "valores".
No entanto, oito décadas depois do fim da guerra, o mundo volta a conviver com perigos similares. O aumento das tensões geopolíticas, a militarização, a proliferação de bases militares, o avanço da extrema direita, o revisionismo histórico, as intervenções estrangeiras e ameaças neocolonialistas tornam urgente o apelo à memória histórica. A humanidade se vê ameaçada por novos conflitos.
Mais do que recordar, o Dia da Vitória deve inspirar. A resistência ao fascismo, hoje como ontem, é uma tarefa que exige mobilização popular, unidade política e defesa intransigente da soberania nacional. Em tempos de instabilidade, recordar a derrota do nazifascismo é também uma forma de reafirmar os valores da solidariedade entre os povos e da paz.
Enquanto o passado ensina, o presente cobra vigilância. Somente a união dos povos e sua mobilização na defesa consequente da soberania nacional, da democracia e da paz serão capazes de conjurar o perigo de guerra.
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