O Dia das Mulheres
"Não há crime mais covarde que matar uma mulher, especialmente a própria parceira. A violência cresce à medida que elas conquistam espaço", diz Paiva
No dia internacional das mulheres vale a pena falar de um assunto que domina todos os dias do ano. O assassinato de mulheres, sobretudo por seus companheiros, conhecido como feminicídio.
Nada mais hediondo e covarde do que matar uma mulher, sobretudo a sua parceira. Mas é um hábito que sempre existiu e mais agora que as mulheres começaram a conquistar seus espaços. Vamos tentar entender porque isso acontece.
Se juntarmos as características masculinas seculares e mais o estímulo ao uso de armas que vemos nos últimos anos, passa a ser um ato quase que automático para certas pessoas. Se juntarmos a isso uma justiça viciada nos velhos padrões, que apesar de estar mudando ainda é lenta e machista, o caso vai se estabelecendo como padrão.
Homens que não evoluíram, que não se adaptaram aos novos mandamentos que a condição feminina estabeleceu, são muito complicados, difíceis mesmo de mudarem os próprios comportamentos. Não aceitam as mulheres como elas são hoje em dia. Na hora do confronto surgem todos os ensinamentos arcaicos que foram passados nas famílias, na escola, no trabalho e ao invés de admitir a mudança, ou assimilar os novos tempos deixam extravasar o lado machista e violento. Acabam se revoltando de modo às vezes fatal. A partir daí contam com uma justiça que ainda joga a seu favor.
Com isso vai se estabelecendo uma estatística terrível que desenha este quadro desequilibrado a favor dos machistas. Vamos constatando a cada dia que nada muda. A polícia prende mais, a justiça tenta punir, mas a cultura reinante ainda é a de que temos que aceitar essas novas regras se quisermos ser modernos. O que acontece é que o Presidente Trump não colabora muito com isso, pelo contrário. Decreta que os dois gêneros existentes são o masculino e o feminino e ignora solenemente as conquistas do setor.
Vai ser difícil lutar assim, mas é importante que isso fique bem claro. A evolução não tem mais volta. Já experimentamos mudanças fundamentais que nos trazem um grau de civilização muito maior. Já vivenciamos uma sociedade com mais igualdade apesar das tentativas da extrema direita que deseja a volta à barbárie. A sociedade evolui assim. Dois passos pra frente e um pra trás. Cabe às mulheres e aos cidadãos mais esclarecidos tocar essas ideias. O mundo mudou e apesar da força destrutiva da direita o retrocesso é mais uma ideia do que um fato. Vamos em frente. No dia internacional das mulheres é importante lembrar disso. Que o dia 8 de março dure o ano inteiro e por todos os anos.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

