CONTINUA APÓS O ANÚNCIO
blog

O dia em que perdemos a Amazônia

Sobre o artigo recente de Stephen Waltz, aventando a hipótese de uma a possível "invasão da Amazônia" gostaria de ser otimista, mas... Não há como!

Golpe se preserva também à custa da devastação da Amazônia
CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.

Sobre o artigo recente de Stephen Waltz, aventando a hipótese de uma a possível "invasão da Amazônia" gostaria de ser otimista, mas... Não há como!

Já com anterioridade Pascal Boniface, então assessor chefe de Estratégia Internacional da ONU, em seu relatório "Guerras do Século XXI", advertia para a imperiosidade de uma intervenção militar na Amazônia, utilizando como base legal a mesma Doutrina de "Soberania Limitada" , utilizada em Kossovo contra a Sérvia em nome dos Direitos Humanos, para "salvar" a Amazônia dos brasileiros. No caso, uma versão do "RtoP" aplicar-se-ia em caráter "universal", considerando a Amazônia um bem natural da Humanidade.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Disso resultou uma nota de advertência de Aldo Rebelo ao Secretário Geral da ONU e ao voto do Itamaraty, que eu mesmo redigi em grande parte, contra o reconhecimento da autonomia de Kossovo, e contrário a Washington (ficamos ao lado da China, Rússia, Índia, Espanha e Grécia).

Quanto à materialidade física da questão notemos que:

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

1. Uma operação transnacional seria, hipoteticamente, feita nos termos da ação britânica contra a Argentina ou, mais concretamente, da Otan+EUA contra a Líbia, em 2011;

2. Tal ataque seria feito por uma tremenda força aeronaval combinada, muito superior em meios de projeção e desdobramento de força;

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

3. O ataque seria feito em um ponto entre a Baia de São Marcos e o Oiapoque, área notável por acesso e por ausência de meios de defesa;

4. As defesas brasileiras existentes na linha São Marcos - Belém seriam atingidas pelo desdobramento da força invasora a partir de 100-300 quilômetros, com meios aviônicos e missilísticos;

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

5. Não temos proteção para tal ação, destruídos os meios prévios à aproximação contra São Luís, Macapá e Belém estaria aberta;

6. As comunicações físicas entre o Grande Norte e o Brasil seriam interrompidas e a bacia do Amazonas paralisada;

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

7. As bases da Otan na Guiana e Suriname seriam acionadas e utilizadas para apoio de C3I;

8. Não temos garantia da postura da Colômbia e de instalações americanas no território colombiano;

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

9. Ao apossar-se de uma das cidades-portos amazônicas do Brasil, a coalizão invasora exigiria negociações;

10. Os fabulosos recursos humanos e técnicos brasileiros como "Guerra na Selva" teriam que se converter em grupos de guerrilha - para o que estão preparados e podem fazer - e infiltrar-se nas áreas urbanas sob domínio invasor;

11. O Brasil seria submetido a um amplo bloqueio econômico e financeiro, com quebra monetária e paralisia econômica;

12. Ao organizar a Resistência militar os centros militares em Brasília e Goiânia são alvos de ataques de "decapitação" a partir de Belém e da frota de ocupação;

13. Forma-se um governo paralelo em São Paulo, que oferece negociações aos governos adversários;

14. Exige-se a formação de um "Protetorado Livre do Tumucumaque" - velha ideia do Príncipe Philip e apoiada por várias ONGs - e livre fronteira com Suriname e Guiana;

15. Formação de um organismo internacional de administração da Amazônia, com sede em Bruxelas.

Bem, pode ser uma certa "ficção geopolítica", mas acreditem, amigos, tenho estudado seriamente cada ponto. Tratar a Amazônia com descaso é de altíssimo risco.

*Francisco Teixeira é historiador e professor da UFRJ

iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

Assine o 247,apoie por Pix,inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Cortes 247

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO
CONTINUA APÓS O ANÚNCIO