O divórcio litigioso de Mauro Cid e Bolsonaro
Nesse litígio, Mauro Cid tem todas as armas para derrotar Bolsonaro e Bolsonaro não tem nenhuma para abalar seu ex-ajudante de ordens
O fato de Mauro Cid e seu pai não terem ficado em silêncio no super- depoimento de hoje na PF - além de Frederic Wassef - evidencia um racha no grupo acusado de organização criminosa por falsificar certificados de vacina, vender jóias do patrimônio público e conspirar para derrubar um governo eleito.
Bolsonaro, Michelle, Fabio Wajngarten, Marcelo Câmara e Osmar Crivelato se recusaram a depor, deixando claro que combinaram fazer assim e que seguirão juntos na defesa das acusações que sofrem.
Não há mais dúvida que Mauro Cid, cujo celular é o grande arquivo que pode levar à punição de Bolsonaro tanto no caso das vacinas, quanto no das jóias e no da tentativa de derrubar um governo eleito, está divorciado de seu ex-chefe, tal como seu pai.
E o divórcio, está claro, é litigioso.
Quanto a Wassef, também resolveu falar, partindo para a defesa solo. Quanto mais longe de Bolsonaro, melhor. Ele tem um papel importante no caso das jóias, sobretudo.
Tal como o próprio ex-presidente inelegível afirmou, daqui em diante é cada um por si - e Deus por ninguém.
Convenhamos que, nesse litígio, Mauro Cid tem todas as armas para derrotar Bolsonaro e Bolsonaro não tem nenhuma para abalar seu ex-ajudante de ordens.
O divórcio só interessa a Mauro Cid e ao seu pai.
E ao Brasil, que vai saber o que aconteceu nos porões do Palácio do Planalto entre a vitória e a posse de Lula.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

