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Aloizio Mercadante

Aloizio Mercadante é economista, professor licenciado da PUC-SP e Unicamp, foi Deputado Federal e Senador pelo PT (SP), Ministro Chefe da Casa Civil, Ministro da Educação e Ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação

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O estelionato eleitoral de Jair Bolsonaro

Bolsonaro segue apostando em duas táticas, a eleitoral e a golpista, para tentar se segurar no poder, escreve Aloizio Mercadante

Jair Bolsonaro (Foto: REUTERS/Carla Carniel)
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Aloizio Mercadante, 247 - Desesperado com a inevitável derrota eleitoral que se aproxima, Bolsonaro coloca em curso uma ampla, geral e irrestrita violação da legislação eleitoral. Tenta reverter a enorme e consolidada rejeição ao seu governo. Além de ferir de morte o conceito da paridade de armas na disputa política, o uso da máquina pública em ano eleitoral, da forma como vem sendo feito por Bolsonaro, deixará uma granada fiscal sem pino no bolso do próximo governo.

Não bastasse o despejo de dinheiro com o aumento do Auxílio Brasil e com o subsídio dos combustíveis, em uma manobra abertamente eleitoreira, uma vez que as medidas só duram até o fim do ano, Bolsonaro, agora, compromete a subsistência futura das famílias em extrema pobreza com o empréstimo consignado em parcelas do Auxílio Brasil. Por meio de uma medida provisória, o governo autoriza o desconto de até 40% dos R$ 400, que é o valor permanente do benefício.

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Notícias na imprensa dão conta de que instituições financeiras já estão oferecendo empréstimo consignado com taxa de juros de 78,8% ao ano. É evidente que haverá assédio sobre essas pessoas em situação de pobreza. Em um primeiro momento , elas poderão sacar R$ 600 do Auxílio Brasil mais R$ 2 mil do consignado, gerando uma sensação de alívio momentâneo para um segmento muito fragilizado da sociedade.

Acontece que, na hora de pagar a fatura, essas mesmas pessoas serão jogadas no flagelo da fome, já que parte do Auxílio Brasil estará comprometido com o pagamento do consignado. Sem falar no fato de que os juros escorchantes praticamente dobram o valor da dívida em um ano, deixando as pessoas que vivem em extrema pobreza no desespero, na fome e reféns de uma dívida impagável.

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Esse é mais um problema que o futuro governo terá que resolver em um cenário fiscal extremamente difícil. As chamadas “pedaladas”, que serviram de falso argumento para a efetivação do golpe contra a presidenta Dilma, são apenas um velocípede, quando comparadas a essa motociata fiscal praticada por Bolsonaro. É estarrecedor que as instituições e os órgãos de controle permaneçam inertes e não reajam a essa cristalina afronta de Bolsonaro ao regramento fiscal e eleitoral.

Além disso, Bolsonaro tem utilizado as Forças Armadas, instituições essenciais do Estado brasileiro, para levantar suspeição sobre o nosso sistema eleitoral. O mais recente capítulo de vergonha passada pelo ministro da Defesa envolveu o pedido ao TSE para acesso “urgentíssimo” ao código-fonte das urnas que serão utilizadas nas eleições deste ano. Acontece que esse acesso já está disponível há 10 meses.

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Dessa maneira, Bolsonaro segue apostando em duas táticas, a eleitoral e a golpista, para tentar se segurar no poder. Na prática, um dos filhos cuida da tática eleitoral e o outro, com o apoio da rede de fake news, do golpe. Sempre que a decisão depende do próprio Bolsonaro, o ex-capitão radicaliza em direção ao golpismo.

Nesse cenário, a sociedade brasileira, de forma inédita, começa a reagir ao ataque de Bolsonaro contra o sistema eleitoral. Temos o manifesto pró-democracia da Fiesp, que reúne mais de 100 entidades nacionais, da Febraban a centrais sindicais.  Um outro, organizado por ex-alunos de direito da USP, pode chegar a 1 milhão de assinaturas. Também surgem, no mesmo sentido, iniciativas de movimentos de carreiras do Estado, delegados de polícia, entre outros.

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Por isso, aumenta a adesão generalizada de setores da sociedade, inclusive conservadores, à frente democrática Lula-Alckmin. O que está em jogo nesta encruzilhada histórica não é só a eleição, mas fundamentalmente a defesa da democracia, do Estado de Direito e dos valores civilizatórios conquistados a duras penas no processo de redemocratização do país. E Lula é a única força com condições de derrotar Bolsonaro.

Importante adesão a esse movimento democrático liderado por Lula e Alckmin foi o entendimento com o candidato do Avante à Presidência da República, André Janones. Assim como Lula, Janones tem uma trajetória de superação da miséria. É filho de uma empregada doméstica, foi cobrador de ônibus e firmou compromissos sólidos com o combate à fome e à miséria.

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Além disso, tem uma estratégia inovadora de gestão de redes sociais, que pode alavancar ainda mais a nossa candidatura. Se conseguir transferir votos para Lula, Janones será importantíssimo para o enfrentamento de Bolsonaro e a construção de uma possível vitória já em primeiro turno, o que diminuiu a temperatura de contestações infundadas sobre o nosso processo eleitoral.

O caminho para a vitória de Lula está cada vez mais sólido e pavimentado, com a ampliação de alianças e a realização de enormes eventos de massa pelo país. Logo, entraremos na fase da propaganda de rádio e televisão, em que poderemos apresentar ao povo nossas propostas inovadoras e portadoras de futuro para a reconstrução do país, bem como comparar o que foi o governo Lula com o que é o inescrupuloso uso da máquina pública de Bolsonaro, um verdadeiro estelionato eleitoral.

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