O fiasco dos 100 dias de Trump é uma excelente notícia para o mundo
O colapso do líder da extrema-direita global irá afetar negativamente figuras como Jair Bolsonaro, Javier Milei e até mesmo Tarcísio de Freitas
A queda abrupta e consistente da popularidade do presidente estadunidense Donald Trump nos primeiros 100 dias de seu segundo mandato é uma excelente notícia para o mundo. O fiasco trumpista comprova que a fórmula da extrema-direita global, baseada em ódio, xenofobia e ataques às instituições democráticas, está se esgotando. Segundo pesquisa divulgada neste domingo, apenas 39% aprovam a gestão Trump, enquanto 55% desaprovam e 5% não responderam. Trata-se da pior aprovação para um presidente norte-americano em início de mandato desde 1953.
O desgaste, desta vez, é ainda mais acelerado do que no primeiro mandato. A maioria dos norte-americanos (73%) afirma que a economia dos EUA está em má situação, 53% dizem que ela piorou desde a posse de Trump para o segundo mandato, e 41% relatam deterioração em suas finanças pessoais. A guerra comercial contra a China, principal aposta de Trump na política externa, já mostrou ser um tiro pela culatra: 71% dos entrevistados apontam que as tarifas de importação impostas recentemente agravaram a inflação. Lançada por Trump de forma infantil e ao mesmo tempo prepotente, essa estratégia gerou apenas prejuízo, volatilidade nos mercados financeiros e, no fim, recuos humilhantes por parte do presidente, além de incerteza para os agentes econômicos.
O colapso de Trump certamente irá repercutir para além das fronteiras dos Estados Unidos. Como o grande fiador da extrema-direita internacional, Trump emulou uma geração de políticos que agora também começa a afundar junto com ele. Na América Latina, o reflexo será inevitável. Experimentos grotescos como o de Javier Milei na Argentina, tendem a perder sustentação e ele dificilmente resistirá sem o "apadrinhamento" ideológico trumpista.
No Brasil, os impactos também virão – e serão positivos. Jair Bolsonaro, que pretendia ser salvo da cadeia por Donald Trump, ficará sem padrinho. E Tarcísio de Freitas, o governador paulista que, numa demonstração de subserviência caricata, vestiu o boné do "Make America Great Again" no dia de sua posse, mais cedo ou mais tarde terá que se explicar.
A boa notícia para o mundo é que o fracasso de Trump e de seus imitadores abre espaço para uma nova etapa histórica: o fortalecimento de um mundo multipolar, menos submisso a impulsos autoritários e mais comprometido com o diálogo, a cooperação e o respeito à soberania dos povos. A era do bullying, das bravatas estéreis e do nacionalismo raivoso perde força, abrindo caminho para uma reconstrução democrática baseada na inclusão, na diversidade e na paz.
O fiasco de Trump, portanto, deve ser comemorado, pois abre uma janela de esperança para que o mundo possa, enfim, virar a página da extrema-direita grotesca que tanto atrasou o progresso da humanidade nos últimos anos.
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