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O “Fora Collor!” e o “Fora Bozo!”

Precisamos agora de ousadia, de firmeza, e, evidentemente, de um projeto e de uma pauta de mobilizações que unifique todos os campos citados acima, em todo o país. Mas sem medo de ser feliz, pôr um fim à “era da miséria”, representada pelo presidente mercenário, contratado pelo governo de Donald Trump. É “Fora Bolsonaro, já!”  

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Moro em bairro popular de uma cidade do interior de Minas Gerais, com pouco mais de 100.000 habitantes. Trata-se de uma comunidade desorganizada politicamente, onde predominam as igrejas neopentecostais. Converso bastante sobre nossa condição política com muitos moradores de diferentes faixas etárias. Entre a maioria absoluta reina o medo e a desesperança. “Tem que tirar esse homem daí” é a frase que mais ouço. “Um dia fala uma coisa, no outro volta atrás e não resolve nada”, também é sentença comum. Bolsonaro vem perdendo prestígio a passos largos na base que o elegeu. Podem estar certos! Nossas principais lideranças do campo da esquerda não precisam medrar. É “Fora Bolsonaro!”. 

Recordo-me que em junho de 1992, ao final do 42° Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE), que elegeu Lindbergh Farias como presidente da entidade, realizado no campus Icaraí da Universidade Federal Fluminense (UFF), em Niterói-RJ, foi aprovada uma extensa pauta de lutas a favor do Brasil e da educação pública, gratuita e de boa qualidade. Mas a principal decisão daquele Conune foi, sem sombras de dúvidas, a bandeira do “Fora Collor!”. Orgulho-me de, na condição de delegado àquele Congresso, ter votado a favor dessa bandeira.

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Foi uma decisão polêmica e que gerou conflitos no âmbito do 42° Congresso. Os milhares de delegados presentes, que representavam além da base dos estudantes universitários de todo o país, seus Centros e Diretórios acadêmicos, debateram desde o seu início essa questão. Outros tantos mil estudantes também presentes, representando ou não organizações de juventude, partidos políticos, DCEs, protagonizaram cenas intensas, reuniões e debates intermináveis a respeito da aprovação ou não do “Fora Collor!”.

Não que a decisão fosse difícil, evidentemente. Ali, ninguém apoiava um governo que destruía a educação pública e a economia do país. Mas o ambiente social era ainda hostil. A grande mídia, as elites políticas e financeiras, setores do meio educacional, intelectuais e integrantes considerados como progressistas de partidos como o PT, PDT, PSDB e PMDB ainda apoiavam e davam sustentação ao desgoverno de Fernando Collor. Amplos setores da esquerda e do movimento sindical consideravam ser um suicídio político, naquele momento, empunhar aquela bandeira. Defendiam mesmo, como sendo uma irresponsabilidade juvenil defender a saída imediata de Collor. O “Fora Collor!” seria, para muitos, a pá de cal na representatividade da UNE.

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Para encurtar a conversa, sabemos o que veio a ocorrer, apenas três meses depois de findado o Congresso da UNE de Niterói. Collor foi afastado e, posteriormente, em dezembro daquele ano, veio a renunciar. Independentemente das questões e do cenário político que se conformaram, dos acontecimentos e fatos nos meses seguintes, os “caras pintadas” entraram para a história do país. Estão presentes em todos os livros e manuais didáticos de História por mais questionáveis que sejam os mesmos. A ousadia da maioria dos estudantes universitários e secundaristas naquele momento desembocou em um movimento que tomou o Brasil e tornou impossível a permanência de Collor na presidência da República.

Mas Fernando Collor aparentava ser tão “firme” no poder quanto hoje parece ser Jair Bolsonaro. Para muitos, e falo no campo da esquerda, o que cabe é uma oposição política combativa e responsável ao governo do “Messias”. Apontam que ainda não há clima social para a bandeira do “Fora Bolsonaro!” Talvez estejam esperando um episódio “a la Pedro Collor”. Ainda que em conjuntura e cenário histórico diverso, a história e os argumentos se repetem.

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Medo e ousadia permeiam o debate. Contudo, para todas as pessoas com um mínimo de senso crítico, independentemente de suas posições políticas e ou partidárias, parece claro que o desgoverno Bolsonaro é uma nau sem rumos. Assim como em 1992, quando havia dezenas de posições sobre o pós-Collor, também vemos hoje uma série de posições sobre a retirada do presidente miliciano e quais seriam as alternativas sucessórias na sua após queda. Tais alternativas variam no contexto social desde a alçada à cadeira de presidente por parte do vice Hamilton Mourão à convocação de novas eleições, ou mesmo à tomada oficial do poder pelos militares. De qualquer forma, sabem que é preciso rapidamente uma alternativa a “isso daí”.

Não se trata aqui de discutir as alternativas e posições distintas. Trata-se de afirmar que o “Fora Bolsonaro!” é a bandeira que deve estar imediatamente colocada pelos partidos e lideranças políticas do campo da esquerda, pelos movimentos sindical, popular, estudantil, das minorias, artistas, intelectuais. Enfim, pelos ativistas e defensores do campo progressista e democrático. Ao lado do “Lula Livre!”, deve ser imediatamente a bandeira que unifique todas as demais (defesa da Seguridade Social, Não à destruição da Previdência, contra o corte de verbas da Educação, contra a dilapidação dos direitos trabalhistas, contra os pacotes ultrajantes do lesa-pátria Sérgio Moro, entre tantas outras).

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Precisamos agora de ousadia, de firmeza, e, evidentemente, de um projeto e de uma pauta de mobilizações que unifique todos os campos citados acima, em todo o país. Mas sem medo de ser feliz, pôr um fim à “era da miséria”, representada pelo presidente mercenário, contratado pelo governo de Donald Trump. É “Fora Bolsonaro, já!”

 

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