O genocídio cultural sob Bolsonaro
A decomposição da cena cultural e educacional brasileira passa pelo aparelhamento de importantes órgãos federais, que passam a ser geridos por pessoas desqualificadas, boçais e grotescas e que representam uma deletéria ideologia destrutiva de extrema direita.
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O GENOCÍDIO CULTURAL SOB BOLSONARO
Ingressamos no segundo ano do desgoverno de Bolsonaro e o cômputo dos danos e malefícios provocados, nos mais variados setores da vida nacional, segue em curva ascendente, com o desmantelamento do que restou do Estado do Bem-Estar-social, com graves prejuízos aos direitos trabalhistas e a empregabilidade, à Saúde, à Previdência Social e à Educação. Além da devastação do meio ambiente, dos inomináveis retrocessos na política externa brasileira e na deterioração do ambiente político interno.
Vou me ocupar, neste momento, do aviltamento, em vertiginosa marcha, da cultura e educação brasileiras, que são vistas, pelos atuais ocupantes do poder, como ameaças ao seu projeto retrógrado, autoritário e obscurantista, uma vez que a educação e a cultura fomentam e produzem a massa crítica, tão necessária para fazer face aos desmontes que vão sendo gerados e consolidados, durante estes tétricos meses, sob o desgoverno de Jair Bolsonaro.
A decomposição da cena cultural e educacional brasileira passa pelo aparelhamento de importantes órgãos federais, que passam a ser geridos por pessoas desqualificadas, boçais e grotescas e que representam uma deletéria ideologia destrutiva de extrema direita.
Reportagem do jornal inglês “The Guardian”, publicada no último dia 02 de janeiro do corrente ano, destaca, principalmente, os perfis de Filipe Martins, Roberto Alvim, Sérgio Camargo e Dante Mantovani, que se situam nos escalões inferiores da hierarquia governamental bolsonarista. Colhe-se da matéria jornalística o seguinte "Eles parecem ter sido escolhidos pelo seu QI: isto é, seu quociente de imbecilidade, incapacidade, idiotice, incompetência ou impiedade”.
Todavia, os qualificativos depreciativos, verbalizados pelo aludido jornal, aplicam-se, igualmente, a quase todo o estafe escolhido por Bolsonaro, para formar seu governo. Mesmo no que diz respeito ao primeiro escalão, a exemplo de Damares Alves, Ernesto Araújo, Abraham Weintraub e Sérgio Moro é pertinente e aplicável a mesma assertiva. Ouvido pela reportagem, o jornalista Mauro Ventura arrematou: “Diga o que quiser sobre Bolsonaro, mas é preciso reconhecer seu raro talento em escolher as pessoas mais desqualificadas, lunáticas e/ou perigosas para os empregos”.
A expugnação dos cargos da administração pública federal em curso, vide as recentes exonerações dos principais dirigentes da Fundação Casa de Rui Barbosa, tem o objetivo de fazê-los ocupar, com toda certeza, por “pessoas mais desqualificadas, lunáticas e/ou perigosas”, cujos perfis já vem sendo denunciados há meses, por amplos setores da Cultura e da Educação e agora ratificados pela reportagem do jornal britânico. Estamos a assistir ao desdobrar das “invasões bárbaras”, que ocorreram no ano de 2019 d.C., com a ensandecida horda bolsonarista chegando ao poder e, ato contínuo, dar início à destruição de tudo aquilo que a cultura clássica levou milênios para edificar, no seio da civilização ocidental, cujo legado somos neófitos destinatários.
Com o objetivo de promover a estruturação e o desenvolvimento de nefastas diretrizes protofascistas de ação, nas searas da Cultura e da Educação, os cargos públicos nestes setores, vão sendo amesquinhados e desvirtuados de seus objetivos institucionais. Como num escarnecido paradoxo, os órgãos de fomento à cultura e educação nacionais, como a atual Secretaria de Cultura, antes Ministério, Ancine, Funarte, Fundação Biblioteca Nacional, Fundação Palmares, dentre outros, passaram a ser gestados, ideologicamente, por pessoas que, como já se disse, são destituídas dos mais comezinhos conhecimentos nas respectivas áreas, ostentando uma medíocre formação cultural e educacional, mas alçadas a tais postos para os implodirem de dentro. São verdadeiros Cavalos de Tróia de uma amalucada batalha ideológica. O que, infelizmente, vai ao encontro do projeto anacrônico dos atuais ocupantes do poder.
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