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Lincoln Sousa

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O golpe do judiciário

Não foi só a democracia que saiu de férias em 2016. A justiça também. E não há previsão de retorno. Somente as gerações futuras serão capazes de medir, com exatidão, o estrago que o Golpe de 2016 fez ao país e às suas instituições

stf (Foto: Lincoln Sousa)
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Na última década, o judiciário brasileiro conquistou alguns avanços, sobretudo devido a uma informatização considerável do setor. Mas, ainda hoje, existem dois judiciários no Brasil: o judiciário para os ricos e poderosos; e o judiciário para os pobres e miseráveis. E o tratamento dispensado a cada um deles é visivelmente diferente. Com o golpe, a corrupção e o corporativismo de alguns setores do judiciário foram postos em evidência, para todos verem.

A Lava Jato nasceu com o intuito de combater a corrupção. E, em um primeiro momento, ela estava conseguindo manter esse objetivo. Isso até os golpistas assumirem o controle da operação. A partir daí, começou uma perseguição política a determinadas pessoas e partido. E Lula foi um dos principais alvos. Já prevendo a sua candidatura nas próximas eleições presidenciais, os golpistas não mediram esforços para tentar destruir, paulatinamente, a sua imagem. Até mesmo a sua família foi atacada pelos "donos" da Lava Jato. Milhões de reais (do dinheiro público) foram gastos nesta "cruzada". E, até hoje, não foi produzida uma prova sequer que o incriminasse. Mas o objetivo nunca foi a sua condenação. O plano, desde o início, era simplesmente desgastar a imagem do ex-presidente. Assim como ocorreu com a presidente Dilma. Tudo em benefício do golpe. Enquanto a mídia focava em Dilma e Lula, os golpistas usurpavam tranquilamente o poder.

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Os golpistas não estão usando a Lava Jato somente para perseguir aqueles que poderiam ameaçar o golpe. Ela também está sendo usada para atingir setores produtivos nacionais. Caso em questão: Odebrecht. Essa empresa já demitiu milhares de funcionários desde que a Lava Jato começou a sua "campanha" contra ela. E a intenção é clara: enfraquece-la para, depois, vende-la ao capital estrangeiro. A indústria de construção naval também foi duramente atingida pela Lava Jato. A construção do primeiro submarino nuclear brasileiro, que antes estava dada como certa, agora, parece uma possibilidade cada vez mais distante. O que deixou o governo norte americano muito satisfeito. Na prática, a operação que deveria combater a corrupção está ajudando os maiores corruptos do Brasil a se consolidarem no poder. O país está sendo desmantelado. E a grande mídia está conseguindo convencer parte da população de que os responsáveis por esse desmonte são "heróis nacionais". A ironia não deixa de ser trágica.

O comportamento do Supremo Tribunal Federal diante do golpe varia entre a inércia covarde e a conivência criminosa. Aquele que deveria ser, pelo menos em teoria, o guardião das leis e da Constituição perdeu qualquer credibilidade e respeito entre aqueles que realmente têm consciência do que está ocorrendo no país. Enquanto isso, a maioria do povo continua acreditando que vive em uma democracia, em um estado de direito. A grande mídia e setores do judiciário trabalharam juntos para viabilizar o golpe. E, nesse jogo de interesses, uma mão lava a outra.

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Algumas figuras como Gilmar Mendes, com o seu perfil de "coronel" do Mato Grosso, e Sérgio Moro, que tem uma relação bem estreita (e preocupante) com o governo americano, tornaram-se os "imperadores" do judiciário. A mídia os transformou em celebridades, "salvadores da pátria". Gilmar Mendes não é só ministro do STF, mas também é presidente do Tribunal Superior Eleitoral. Apesar desse fato, ele realiza "encontros sociais" frequentes com líderes do PMDB e do PSDB (e não vê problema algum nisso). Enquanto isso, Sérgio Moro reina quase absoluto na Lava Jato. E a impressão que se tem é que eles não respondem a ninguém. Parece que não existe poder acima deles. Pelo menos, não dentro do Brasil.

Foi divulgada, recentemente, uma pesquisa que compara os gastos e salários do judiciário brasileiro com os de outros países. Sem surpresa nenhuma, os juízes brasileiros ganham mais do que a maioria dos seus pares em países desenvolvidos. E o gasto do estado brasileiro com o judiciário também é consideravelmente maior. E eles estão a ponto de conseguir um "reajuste" salarial de mais de 40% com os golpistas. Algo que não tinham conseguido com a presidente Dilma. Resumindo, o Brasil tem um dos judiciários mais custosos do planeta. E um dos mais corruptos. É difícil acreditar que esse mesmo judiciário tenha valor e coragem para defender o estado de direito e a democracia brasileira. E os golpistas sempre contaram com isso.

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Não foi só a democracia que saiu de férias em 2016. A justiça também. E não há previsão de retorno. Somente as gerações futuras serão capazes de medir, com exatidão, o estrago que o Golpe de 2016 fez ao país e às suas instituições. O silêncio e a alienação de muitos, hoje, vai se transformar em arrependimento e sofrimento amanhã.

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