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Fernando Horta

Fernando Horta é historiador

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O golpe fantasma com a mão invisível do mercado

"Sem Bolsonaro, o capital se aliaria totalmente com a terceira via e ressurgiria o antipetismo doentio com uma força ainda maior", avalia Fernando Horta

Forças Armadas, urnas eletrônicas e Jair Bolsonaro (Foto: ABr | Alan Santos/PR)
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Por Fernando Horta

A história registra que a aliança entre fascistas e liberais é efêmera. Inicialmente o efeito do fascismo é baixar o valor da mão de obra e controlar os movimentos sociais que se insurgem contra a precarização do trabalho. Até aí, os liberais todos estão de acordo com os fascistas. Contudo, a implementação do receituário liberal é antagônica aos interesses populistas do fascismo. Rapidamente a liderança autoritária percebe que o empobrecimento da população não lhe rende um aumento do poder político, muito antes pelo contrário. Neste momento ocorre a separação neste casamento de conveniências.

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A situação já é visível no Brasil desde o ano passado. Mesmo as elites liberais brasileiras perceberam que Bolsonaro era insuportável também para o capital. A falta de previsibilidade política e econômica, as constantes agressões a outros poderes, a turba fascista empoderada e a completa falta de respeito a qualquer dos valores liberais do século XXI colocaram o presidente na condição de insuportável. 

Aqui surge o grande problema liberal de 2022. Como retirar Bolsonaro da possibilidade de reeleição SEM legitimar todo o discurso da esquerda brasileira desde 2016? E como fazer isso sem permitir uma vitória esmagadora da liderança do ex-presidente Lula?

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Até agora, os liberais pareciam estar numa situação sem saída. A tal “terceira via” é natimorta no Brasil. Sérgio Moro demonstra toda sua incapacidade intelectual se auto sabotando em todas as oportunidades que tem, e as figuras globais como Luciano Huck soam, para a população, como o Thiago Leifert: elitista, inepto e sem qualquer empatia para com os problemas da população.

Ocorre que parece que os liberais encontraram uma solução para o problema. Se continuar estática a situação político-eleitoral no Brasil, Lula vence no primeiro turno. Ao mesmo tempo, muitos analistas denunciam a “letargia das instituições” e todos pensávamos que isso era um sinal de fraqueza delas em relação a Bolsonaro. Pois aí está o nosso equívoco. Desde o início deste ano a estratégia dos liberais (que dominam as instituições) é dar corda a Bolsonaro. Deixar que ele tente um golpe, deixar que ele atente contra as instituições eleitorais e deixar que ele remonte o esquema ilegal de mentiras e violências nas redes que lhe rendeu a vitória em 2018 com o consentimento dos mesmos liberais.

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O que pensávamos que era uma fraqueza, é plano.

Se a chapa de Bolsonaro for cassada ou interditada a eleição seria entre Lula e uma figura da terceira via. Enquanto Lula se aproxima das instituições com a “frente ampla”, Bolsonaro perde o controle e age, cada vez mais, como um autocrata no limite do descontrole. E aqui deve surgir o “golpe fantasma”. As instituições brasileiras estão convidando: “tente, Bolsonaro; tente um golpe”. 

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Seria uma das únicas possibilidades de alterar o cenário eleitoral de 2022 sem destruir ainda mais as instituições brasileiras, tão aviltadas desde 2016. Sem Bolsonaro, o capital se aliaria totalmente com a terceira via e ressurgiria o antipetismo doentio com uma força ainda maior. O revés é ter que controlar as lideranças militares que ainda sustentam Bolsonaro. Mas para este problema a solução acontece atrás das portas e em conversas escondidas dentro dos prédios de Brasília. Uma outra especialidade dos liberais no Brasil, aliás. Os conchavos silenciosos contra a vontade do povo só perdem na nossa história para as manobras de manipulação das armas contra a população. Esta última estratégia foi posta em prática em 2018. Em 2022, os liberais farão voltar a outra.

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