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O golpe veste toga

Os brasileiros que prezam as duras lutas para construir os direitos do Brasil de hoje precisam mostrar em cada canto do país e do mundo o segundo golpe que se trama, a partir da união da elite econômica com a base do governo Temer, da grande imprensa e do judiciário, contra a vontade da grande maioria dos brasileiros, impedindo a realização de uma disputa democrática sobre o futuro do Brasil.

Estátua da Justiça do lado de fora do prédio do Supremo Tribunal Federal em Brasília 07/04/2010 REUTERS/Ricardo Moraes (Foto: João Paulo Cunha)
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A elite econômica brasileira e seus braços políticos e jurídicos erraram desastrosamente no período recente e se aproximaram do abismo. Agora, caminham para dar um passo adiante. Esperam consumar o golpe parlamentar de 2016 impedindo, pelo tapete costurado com togas, a candidatura de Lula, em 2018.

Quando resolveram aplicar o impeachment na Presidenta Dilma Roussef, legitimamente eleita com mais de 54 milhões de votos, não imaginavam que aquele golpe seria uma alavanca para o PT, outros partidos de esquerda e para diversos setores e organizações da sociedade, que prezam as regras legais do país e as disputas do regime democrático. Atiçaram a maioria dos brasileiros que defendem a democracia, com uma vara curta e repleta de mentiras.

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Passado mais de um ano da consumação desse nefasto processo, dois fatos saltam aos olhos: o país não consegue sair da crise econômica e política e as intenções de voto para a eleição de 2018 indicam que Lula é hoje o favorito para vencer a disputa presidencial.

A pesquisa do Datafolha publicada no último final de semana serviu para instigar dois sentimentos primitivos da Casa-grande e alertar os brasileiros democratas e civilizados para uma necessária mobilização de modo a impedir que o processo eleitoral do próximo ano seja conhecido na história como o roubo do voto popular. O primeiro sentimento é sutil e subliminarmente induz os agentes políticos da elite a se organizarem em torno de um candidato de centro, seja lá o que isso possa significar, para enfrentar a extrema direita representada por Bolsonaro e a esquerda organizada na candidatura de Lula.

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Os projetos do PT e PSDB, desde 1994, polarizam a política brasileira. Ambos, de acordo com as circunstâncias, incorporaram teses que dialogaram com o tal centro. O PSDB venceu dois pleitos (1994 e 1998) e o PT quatro (2002, 2006, 2010 e 2014). A novidade é que o projeto encabeçado pelo PSDB, inconformado com a derrota na eleição presidencial de 2014, resolveu quebrar as regras do jogo democrático e levou às últimas consequências a disputa política.

Assim, ao estimular e organizar o golpe, o PSDB pariu uma direita extremada e irracional, que até então estava envergonhada e se escondia sobre o manto da social democracia brasileira. Essa direita, que agora se organiza na candidatura de Bolsonaro, resolveu brandir e ecoar todo o seu conservadorismo através de muitos preconceitos, homofobia e ódio contra todas as posições que são marcos civilizatórios, como os direitos humanos, a arte livre, a igualdade, a solidariedade, o feminismo, a organização sindical, etc....

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O segundo sentimento da elite nacional expressa-se no desejo de que, diante da inexorável marcha de Lula para chegar em primeiro lugar na disputa presidencial de 2018 é preciso correr com a construção de uma barreira judicial, para impedir que ele seja candidato. E já encontraram os arquitetos desse segundo golpe na democracia brasileira: o parcial juiz Sergio Moro e os desembargadores do TRF 4.

A pesquisa Datafolha mostra o crescimento e a consolidação da candidatura Lula. Sua rejeição diminui e a imagem de seu governo bem-sucedido volta a se consolidar no imaginário popular. Contudo, o mais importante não está nessa pesquisa. Duas pesquisas apresentadas pelo jornal "O Estado De São Paulo", no mês de novembro, mostram as razões da liderança de Lula, em todas as pesquisas.

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Na primeira pesquisa, o Ibope perguntou se em 2018 teremos "maior prosperidade econômica, maior dificuldade econômica ou permanecerá igual? 76% dizem que teremos maior dificuldade econômica ou permanecerá igual. E mais: 81% acham o atual governo ineficiente, 86% corrupto, 81% que não respeita a vontade das pessoas e 85% acham que o atual governo está levando o Brasil pelo caminho errado. Esses números, em relação à expectativa de desempenho da economia, são os mais baixos nos últimos 8 anos.

A segunda pesquisa tinha o objetivo de inflar a candidatura natimorta de Luciano Huck. No entanto, o que sobressaiu foi o bom desempenho de Lula. O Instituto Ipsos, em parceria com o "Estadão", perguntou: "Agora, eu vou ler o nome de alguns políticos e gostaria de saber se o Sr. (a) aprova ou desaprova a maneira como eles vêm atuando no país.". A aprovação de Lula (43%) só perde para Huck e, na margem de erro, para Sergio Moro. Mas ganha de todos os políticos apresentados. A desaprovação de Lula é menor ou igual a todos os políticos como Marina, Alckmin, Dória, Bolsonaro Ciro Gomes, Serra, Aécio e Temer. Os números de todas as pesquisas confirmam que Lula já tem um sólido patrimônio de apoio e possui condições efetivas de crescer ainda mais.

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Esse mix de pesquisas publicadas no último período mostra que:

- Lula se consolida na liderança com taxas significativas nas pesquisas espontâneas (18%) e estimuladas (33% e sua capacidade de transferência é muito maior do que qualquer outra liderança brasileira);
- A rejeição a Lula vem caindo substancialmente, mesmo diante de uma campanha midiática caluniosa, difamatória e mentirosa, que persiste por anos a fio;
- O PT recuperou boa parte de terreno na simpatia do povo brasileiro e atinge aproximadamente 20%, na média nacional;
- Michel Temer é considerado o pior presidente da história, sua aprovação não alcança nem 5% e o apoio do seu governo tira voto;
- A política econômica do Governo Temer não apresenta resultados satisfatórios para o povo brasileiro e gera descrença em uma melhora para 2018;
- Forças políticas regionais, independentemente de suas direções nacionais, iniciam processo de aproximação com a candidatura de Lula;
- A perseguição implacável da grande mídia e do judiciário sulista contra Lula, tentando condená-lo sem provar que ele cometeu um crime, poderá transformá-lo numa vítima da elite que, temerosa de nova derrota nas urnas articula um novo golpe, que usa a toga de juízes e desembargadores para tirá-lo da disputa presidencial.

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Nesse contexto de afronta à democracia brasileira e ao amplo direito de defesa de Lula, cabe a sociedade brasileira civilizada e defensora do Estado Democrático de Direito organizar-se para impedir que no tapetão do judiciário seja interrompida uma disputa democrática que poderia pôr fim a um processo que impede o Brasil de crescer e avançar nas melhorias de condições de vida de seu povo.

Os brasileiros que prezam as duras lutas para construir os direitos do Brasil de hoje precisam mostrar em cada canto do país e do mundo o segundo golpe que se trama, a partir da união da elite econômica com a base do governo Temer, da grande imprensa e do judiciário, contra a vontade da grande maioria dos brasileiros, impedindo a realização de uma disputa democrática sobre o futuro do Brasil.

Também cabe aos partidos democráticos e seus aliados nos movimentos sociais organizarem nas ruas a resistência a eventuais medidas que alterem a disputa eleitoral do próximo ano. Nesse momento, portanto, a grande tarefa é organizar os democratas do Brasil para mostrar que a eleição sem o nome de Lula na cédula é golpe, que aprofundará no Brasil o caos e as trevas, caracterizadas pela afronta à democracia e aos direitos sociais e políticos.

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