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Guilherme Coutinho

Jornalista, publicitário e especialista em Direito Público. Autor do blog Nitroglicerina Política

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O golpista está com medo do golpe

Bolsonaro, um dos golpistas mais relevantes da época do afastamento inconstitucional da então Presidenta Dilma Rousseff, que, inclusive, proferiu seu voto em homenagem ao torturador Brilhante Ustra, segundo ele “o terror de Dilma Rousseff”, parece estar com medo das voltas que o mundo dá. Afinal, a Terra não é plana, como acredita seu guru Olavo de Carvalho

Bolsonaro é um fascista (Foto: Ueslei Marcelino - Reuters)
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O General da reserva, e Vice-presidente do Brasil, Hamilton Mourão, anda sumido. Se, nos primeiros meses de mandato, o militar sempre falava em nome do governo em diversas situações, agora sua aparição na mídia é muito rara. Nos bastidores do Planalto, há quem diga que a relação dele com Bolsonaro não é mais a mesma da campanha presidencial. Não foram raras  as declarações de Mourão que divergiam daquelas emitidas pelo Presidente.  Desde então, ao que parece, o Vice passou a ser, como Temer, um artigo decorativo no Palácio do Jaburu.

Bolsonaro, um dos golpistas mais relevantes da época do afastamento inconstitucional da então Presidenta Dilma Rousseff, que, inclusive, proferiu seu voto em homenagem ao torturador Brilhante Ustra, segundo ele “o terror de Dilma Rousseff”, parece estar com medo das voltas que o mundo dá. Afinal, a Terra não é plana, como acredita seu guru Olavo de Carvalho.

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Bolsonaro está relutante em passar o cargo, ainda que de forma temporária, ao general que escolheu para compor chapa. Hoje, o presidente afirmou que não pretende se licenciar do cargo, no período que estará anestesiado para a cirurgia para correção de uma   hérnia incisional, que será realizada nesse domingo próximo.

É importante destacar que o protocolo é de que o presidente se licencie durante o período de anestesia. O receio de passar dias afastados, com Mourão ocupando o cargo, fica cada vez mais claro, e não começou agora. Vale destacar que, na segunda cirurgia em que Bolsonaro foi submetido por conta da suposta facada, que ele haveria sofrido durante a campanha, ele não transferiu o cargo ao Vice. Chegou a despachar com ministros, internado no hospital, com medo de que Mourão ficasse por tempo demais ocupando o mais alto cargo da República.

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Os filhos de Bolsonaro já fizeram diversas críticas a Mourão. Criticaram a posição de Mourão ter saído em defesa de Jean Wylliys (na época o militar havia dito que poderia proteger o parlamentar, caso ele optasse por ficar no Brasil). Em outra ocasião, Carlos Bolsonaro tuitou, em tom de ironia, que o perigo maior ao presidente poderia estar no lado dos aliados, e não da oposição. Por fim, no dia 7 de junho, ele postou a seguinte frase na rede social: “Saudades do Presidente que é pró-armamento da população e contra o aborto. Volte logo Presidente de verdade!”. Mourão já havia divergido publicamente sobre o aborto, com uma visão menos radical e mais realista.

O apego ao cargo, enquanto estiver anestesiado, demonstra claramente o receio do Presidente em passar o cargo a Mourão. Afinal, vivemos no país do golpe e a sua popularidade cai vertiginosamente a cada dia, devido sua atuação desastrosa como presidente. Mourão deixa Bolsonaro inseguro, pois ele mesmo sabe que está derretendo sua imagem, a nível mundial, com suas atitudes, no mínimo, bizarras. Essa é a sina do golpista. Ter medo de sofrer o mal que causou. Bolsonaro está com medo do golpe. 

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