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Carlos Hetzel

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O “Grande Irmão” conseguiu

O controle completo das comunicações brasileiras estará integralmente nas mãos de empresas transnacionais. A privacidade das comunicações deixará de existir

Brasília - Presidenta Dilma visita as obras de infraestrutura de solo para operação do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas, do Centro de Operações Espaciais-COPE/ VI Comar da Aeronáutica (José Cruz/Agência Brasil) (Foto: Carlos Hetzel)
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Os meios de comunicação no Brasil sempre estiveram nas mãos das classes altas de proprietárias e rentistas, a serviço de seus interesses, desde tempos coloniais, depois dando apoio ao arremedo de República, até os dias de hoje. Mas se expandiu, se estruturou com novas tecnologias, e ganhou mais força quando o Brasil passou a fazer parte do rol de países dominados pelos Estados Unidos no ciclo da chamada "Guerra Fria". As concessões de rádio e TV, por exemplo, passam de pai para filho, nas famílias oligárquicas, como capitanias hereditárias.

A partir de 1964, com a criação do monopólio cruzado da Rede Globo (imprensa escrita, falada, televisiva e digital) e mais recentemente pela Rede Bandeirantes, Record e SBT (entre outras), parece que, o que seria o principal propósito da criação da rede cruzada, o controle de massa, foi levado a cabo: transformar a imensa maioria dos brasileiros em indivíduos sem cidadania, absolutamente sem nenhuma consciência de direitos e de nacionalidade.

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Hoje essa imensa massa de brasileiros assiste pacificamente a subtração dos próprios direitos básicos e fundamentais, com a eliminação das leis garantidoras do "bem estar social", pela afinada orquestra do golpe antidemocrático, formada pela mídia, pelo governo, pelo Congresso Nacional e pelo Judiciário, tendo como arranjador e maestro o representante do capital transnacional, os Estados Unidos.

Como que anestesiada, veem a destruição do Estado-País e a passagem do controle absoluto da sua vida para as mãos de empresas transnacionais, que seja, o sistema financeiro e o narcotráfico (sem separação de escala de valores).

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A conclusão que chegou o pensador alemão Joseph Pulitzer, no século 19, nunca foi tão atual e verdadeiro no Brasil; "Com o Tempo, uma imprensa cínica, mercenária, demagógica e corrupta formará um público tão vil como ela mesma".

Neste momento histórico estamos assistindo pacificamente, aí incluímos contrariados e com muito pesar as Forças Armadas, o desmonte completo da infraestrutura nacional e dos centros de desenvolvimento e pesquisa científica, mola propulsora de desenvolvimento de qualquer país, independentemente da cor político-partidária.

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Como por exemplo, a venda/entrega de toda a cadeia de pesquisa, desenvolvimento e inovação da produção de petróleo e gás; a paralisação das atividades (para privatização) das universidades públicas, centros de excelência na pesquisa e desenvolvimento; e, principalmente, o desmonte e a internacionalização completa do sistema de telecomunicações, pelo fato de o setor ter o poder de transversalidade com absolutamente todos os demais setores ativos da sociedade. Por meio dela se consegue controlar a informação. Isso até os ácaros dos guarda-roupas sabem que informação é poder.

Ou seja, quem controla a informação controla o conhecimento, e o conhecimento é a essência do poder. Controlando a produção e o meio de transporte dos conteúdos nas telecomunicações, controla-se o que, para quem, como e quando informar.

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E como se pode ter esse "controle" sobre o transporte da informação?

Controlando as "ferramentas" de transporte e dominando o "estado da arte" tecnológica, pois tecnologia se domina e controla com mais tecnologia, com conhecimento e expertise. Os melhores exemplos são os hakers e centros de guerra cibernéticos israelenses, estadunidenses, russos, franceses e outros.

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Entre diversas outras formas de modus operandi, há o controle operacional das hub´s e centrais, por onde passam todas as comunicações, todas as conversações entre cidadãos, bem como todo o conteúdo produzido pelos meios de produção de informações públicas ou privadas.

A produção é transportada, impreterivelmente, pela infraestrutura de telecomunicações, passando pelos "locais chave" onde, com um simples terminal de computador se acessa as conexões e se monitora o que trafega, o que é transportado.

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Com isso, pode-se interromper, não permitir, alterar, inserir, criar interferências, gravar, e outros tipos de manipulação.

Todo o sistema de comunicação privado, comunitário, estatal ou público, seja de radiodifusão (rádio e TV em rede), imprensa escrita (hoje totalmente digitalizada), blog´s, e-mail, empresas como Whatsapp, Telegram, Facebook, Twitter, Youtube, e outras, necessitam de propagação, ou seja, de transporte do seu conteúdo.

O transporte é feito, explicando sucintamente, por ondas eletromagnéticas, pulsos elétricos ou luz, por meio de rádios transmissores, satélites, fibras ópticas, cabos submarinos (fibrado ou de cobre) e cabos de cobre (em pleno uso e muito lucrativo, embora as operadoras, estrategicamente, insistam em negar).

As diversas formas de produção de conteúdo feitas por empresas de comunicação ou por processo individual, não existem como "fim em si mesmo". Passam a ter "existência real", com telecomunicações, com propagação do conteúdo. Sem isso, não há a tão sonhada universalização, a necessária massificação.

Essa realidade não é compreendida, na sua totalidade, pelos profissionais da imprensa, e, se entendida, não é valorizada salvo raríssimas exceções. Logicamente, sem "propagação" a mídia ou as redes sociais perdem o objeto da sua existência que é a função imprescindível de informar o coletivo, ou seja, universalizar a informação.

No mesmo sentido, a comunicação uni ou bidirecional feita entre pessoas necessita de conectividade, de transporte do conteúdo. A infraestrutura de telecomunicações existente no Brasil, com raras exceções, foi implantada durante o período do monopólio estatal, quando existia a holdin Telebrás.

Na privatização de todo o setor, a preço de banana pelo governo Fernando Henrique Cardoso, a infraestrutura foi passada para as empresas operadoras privadas, "como empréstimo", para que pudessem dar continuidade aos serviços de telecomunicações.

Esse "empréstimo", deverá ser devolvido à União no final do contrato de concessão, o que justifica o nome de "Bens Reversíveis". Os Bens Reversíveis, junto como o Espectro de Frequência, compõem as ferramentas necessárias para transportar todo o conteúdo produzido.

Esse "empréstimo" é objeto de desejo e foco principal das grandes corporações que atuam fortemente por meio de lobbies nos poderes da República, principalmente no Congresso Nacional, para que se promova a entrega definitiva através do Projeto de Lei da Câmara n° 79, hoje no "forno" do Senado Federal esperando o momento certo para sanção presidencial.

Tudo o que é falado, escrito e registrado por imagens e vídeos, é produção, que quando transportados, formam as comunicações, e que hoje estão no controle das operadoras de telecomunicações, todas multinacionais.

Até mesmo o recém lançado Satélite Brasileiro de Comunicação e Defesa - SGDC, segundo proposta da Telebrás, a partir de setembro deste ano, terá grande parte dos seus "canais de comunicação" entregues para as operadoras.

Com isso, o controle completo das comunicações brasileiras estará integralmente nas mãos de empresas transnacionais. A privacidade das comunicações deixará de existir.

O Supremo Tribunal Federal, guardião da Constituição, de olhos fechados, finge não ver a violação da Constituição Federal, pelo Governo Federal. O Ministério Público também parece cego.

O que diz a Constituição:

Art. 5º - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença;

X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;

XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal.

É mais um dispositivo Constitucional desrespeitado, tornando-o mais um no rol dos artigos que prevê, mas não garante os direitos e garantias individuais do cidadão brasileiro.

"Corações e mentes" são dominados pelos operadores do "mercado financeiro internacional", donos das empresas de telecomunicações, que com a parceria e total ajuda dos entreguistas e apátridas brasileiros, principalmente da grande mídia nativa, controlarão a totalidade do setor mais estratégico e vital para a segurança do cidadão e das suas instituições.

Os referidos controles lhes darão conhecimento de tudo que falamos, escrevemos, conversamos, registramos, ou seja, tudo que produzimos no universo da comunicação. Trata-se de questão de Segurança Nacional, que afeta a soberania do país, conforme previsto na Constituição:

Art. 1° - A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:

I - a soberania;

II - a cidadania;

III - a dignidade da pessoa humana.

Manter a grande maioria da população na ignorância, desinformada ou informada como conveniente, com o controle de tudo o que se produz e se transmite, tem o poder de dividir, escravizar física e mentalmente a sociedade brasileira. O projeto em questão propicia isso, tendo como base de negócios os representantes do mercado transnacional em parceria com as oligarquias nacionais.

Os nazistas utilizaram esse método para dominar e aniquilar seis milhões de seres humanos. É o Estado vigiado pelas grandes corporações. É o "Grande Irmão" do livro de ficção 1984 de George Orwell, se tornando realidade no Brasil de 2017.

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