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Laurez Cerqueira

Autor, entre outros trabalhos, de Florestan Fernandes - vida e obra; Florestan Fernandes – um mestre radical; e O Outro Lado do Real

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O homem é o maior inimigo do cachorro

Cheguei a essa conclusão depois de refletir bastante sobre os absurdos a que somos submetidos por seres da espécie humana. Pior ainda é ouvi-los dizer que o cachorro é o melhor amigo do homem. É de uivar!

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Cheguei a essa conclusão depois de refletir bastante sobre os absurdos aos quais somos submetidos por seres da espécie humana. Pior ainda é ouvi-los repetir que o cachorro é o melhor amigo do homem. É de uivar!

Os seres humanos dizem isso porque abusam da nossa bondade animal. Eles são os únicos mamíferos da face da terra que, além de escravizar animais, escravizam-se uns aos outros.

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Nós não!

Confundem nossa lealdade, nossa afetividade com servidão. Não entendem que simplesmente a gente ama e ponto.

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Não se contentam com isso, querem que a gente seja gente, como eles.

Tanto que certa vez o ex-ministro do Trabalho, do Governo Fernando Color, Rogério Magri, de triste memória, disse que o cachorro é um ser humano como outro qualquer.

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O cantor Waldick Soriano, por sua vez, numa visão contraditória ao que diz o ministro, ganhou muito dinheiro com uma música que dizia: eu não sou cachorro não.”

Dá para entender o ser humano?

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Urghhhhh!

Não nos respeitam como somos, como a natureza nos fez. Conversam com a gente como se fôssemos pessoas e acham que entendemos tudo o que dizem. Que coisa estranha!

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Ora, precisam compreender que somos cachorros e cachorras e queremos permanecer cachorros e cachorras.

Nos dão banho, nos vestem roupas, sapatos, e, se cachorras, põem colares, brincos, pintam as unhas, organizam encontro de namoros e até casamentos de terno, véu e grinalda.

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Nos põem até óculos de sol, sem saber se queremos, se gostamos ou não. Uns óculos esquisitos, ficamos parecendo marginais humanos.

Apelaram, dizem que inovaram. Agora têm televisão e analista, para os nossos mais agitados ou mais quietos, com filmes e sessões de análise de fazer o psicanalista maior, Sigmund Freud, resmungar no sono eterno.

Estão indo longe demais. Já imaginou a sessão? Eu, todo vestido de gente, de óculos escuros, no divã, analisando o que fizeram de mim?

Ou na mão de um psicólogo comportamental sendo moldado para me tornar mais humano? Como se o problema fosse eu.

Sem se darem conta de que estão naquela de “o meu inferno é o outro.”

Por que querem autoritariamente nos descaracterizar, nos humanizar? Para servi-los mais e melhor?

Até onde sei, os que não conseguem amar, talvez por serem egoístas, individualistas, por se sentirem vítimas do mundo humano, vítimas de si mesmos, sei lá mais o quê, inventaram que somos a melhor coisa para preencher o vazio deles.

Muitos vivem repetindo que somos melhor companhia que o ser humano, mas querem nos fazer à imagem e semelhança deles.

Eles inventaram Deus à imagem e semelhança deles para explicar a existência, se sentem poderosos, agora querem fazer a gente humano.

O poeta Vinícius de Moraes, com todo respeito, disse certa vez que o uísque é o cachorro engarrafado. Todo mundo ri, acha isso engraçado.

Na verdade nos querem como remédio para as misérias humanas. Isso por que certas revistas e programas de televisão, muito lidas e vistos, andam dizendo que o cachorro desperta o amor incondicional na espécie humana.

Viu só o poder que estão nos dando, o de despertar nos seres humanos o sentimento que perderam por eles mesmos? Quanta responsabilidade para nós!

Só que para isso nos enfiam nos cubículos dos apartamentos onde vivem, nessa selva urbana, humana, nos põem coleiras no pescoço, nos castram, esterilizam as cachorras com injeções de hormônio para interromper ciclos menstruais e muitas outras barbaridades.

Se estamos nas ruas, livres, lá vêm as tais sociedades protetoras dos animais ou a famosa carrocinha para nos levar sei lá para onde, nos doar para pessoas que acham que cachorro é gente, nos mandar para o inferno, aqueles depósitos pestilentos, ou para as mãos dos veterinários, que têm o poder científico de nos “sacrificar”, sem culpa.

Depois, quem sabe, nos transformar em sabão, para lavar roupa, banheiro, cozinha, e, se misturado a uma essência perfumada, até ser usado num banho de alguém apaixonado, para depois o moço ou a moça se encontrar com o namorado ou a namorada.

Não sei ao certo se essa de fazer de nós sabão ainda acontece, mas soube que já foi assim.

Isso sem falar que cientistas ainda nos usam para experiências em laboratório.

Recentemente anunciaram duas novidades. Nessa gana de querer nos tornar gente, parlamentares cariocas fizeram um projeto de lei que nos obrigam a portar um documento de identidade.

Seremos Senhora Cachorra Fulana de Tal e Senhor Cachorro Fulano de Tal.

Nessa toada, em breve teremos passaporte, CPF e outros documentos do mundo humano.

Se um policial, com seu poder discricionário, nos julgar em atitude suspeita, pode vir para cima da gente na rua e ir logo dizendo: – documentos! Ou querer dar baculejo.

E se a gente latir, rosnar, poderão nos levar presos por desacato à autoridade?

Enfim, com essa história de documento parece que eles querem é formar famílias tradicionais, iguaizinhas às deles para nos impor uma sociedade como a deles.

A outra novidade vem do mundo da ciência, dos laboratórios, da Turquia.

Lá cientistas inventaram um cachorro fosforescente com modificação genética a partir da introdução de um gene de Água Marinha.

Imagina aquela Senhora ou aquele Senhor passeando à noite com um filho nosso fosforescente, aquela bola de luz verde?

Com essa história da transgenia, confesso que estou apavorado com as possibilidades e com o que o ser humano tem demonstrado ser capaz de fazer com a gente.

Muitos podem achar que estou sendo ingrato, que os humanos nos dão amor, carinho, do bom e do melhor, e que eu não reconheço.

Nada disso, reconheço sim, porém o problema é outro: os humanos estão indo longe demais com essa de ora nos querer gente ora nos querer brinquedo, sem levar em consideração que queremos ser apenas cachorros e cachorras.

Esse dilema dos humanos persiste e eles não se dão conta disso.

O mais grave não é isso, nos transformaram numa mercadoria e em consumidores num ramo de negócios que rende bilhões a um seleto grupo de magnatas.

Será que vamos ter que criar um movimento de direitos caninos para lutar contra essa humilhação, contra essa violência?

Na loucura dos humanos, eles acham que estão nos fazendo o bem e que “o cachorro é o maior amigo do homem.

” Aaaauuuuuuu!!!

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