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Luiz Fernando Teixeira

Deputado estadual pelo PT de São Paulo

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O jejum de Dallagnol

O mérito do julgamento do HC do ex-presidente Lula é justa e legal. Em contrapartida, a religião cristã não reconhece o jejum como forma de pressão ou chantagem, muito menos quando tem motivação política e caráter militante

Deltan Dallagnol (Foto: Luiz Fernando Teixeira)
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Diante do julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) do pedido de habeas corpus (HC) preventivo impetrado pela defesa do ex-presidente Lula, muitas são as formas de pressão que estão sendo exercidas para que a Suprema Corte decida de forma contraria a preservação da liberdade de Lula.

A mais absurda de todas, e digo isso especialmente na condição de evangélico, veio do procurador da força-tarefa da Lava Jato, Deltan Dallagnol, que afirmou em sua rede social, no domingo de páscoa (1), que estará "em jejum, oração e torcendo pelo país". Uma declaração vexatória e totalmente inapropriada que fere claramente os princípios do código de ética da magistratura, quando visa criar uma comoção moral com a clara intenção de manipular a opinião pública forçando uma decisão que atinja Lula.

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É lamentável que em nosso país membros do judiciário sejam alçados ao status de celebridade em um peculiar circo de horrores onde seus desafetos são achincalhados através de toda sorte de ilegalidades. Falo em desafeto porque não vejo a mesma "fervorosidade" de Dallagnol contra outros personagens da política nacional. Não houve jejum contra o PSDB ou contra o PMDB nos diversos casos de escândalos, comprovados e esquecidos. Não houve jejum contra Geddel Vieira Lima, ex-ministro, dono de 51 milhões de reais (13 milhões de euros) em espécie, encontrados pela polícia num apartamento em Salvador.

Mas, me surpreende um evangélico que conhece a palavra de Deus, se utilizar desse expediente contra alguém que tanto fez pelos mais humildes deste país, justamente cumprindo aquilo que está expresso em Mateus 25:35 "Pois eu tive fome, e vocês me deram de comer; tive sede, e vocês me deram de beber".

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A bíblia também fala de um tempo em que os judeus hipócritas jejuavam, simulando justiça, e até mesmo pedindo os justos julgamentos de Jeová, enquanto se dedicavam a prazeres egoístas e interesses comerciais. Envolviam-se em lutas, opressão e violência. Numa tentativa de encobrir seu comportamento, praticavam um lamento exibicionista — curvando as cabeças como juncos, sentados em serapilheira e cinzas — aparentemente arrependidos de seus pecados. Como os judeus dos dias de Jesus agiram hipocritamente, muitos o fazem hoje.

Assim, Jesus expôs corajosamente esses hipócritas religiosos, dizendo-lhes que sua adoração era fútil. (Mateus 15:7-9)

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Certamente a atitude de Dallagnol é uma forma de ativismo político, totalmente incompatível com sua função de promotor da república.

Em tempo, o mérito do julgamento do HC do ex-presidente Lula, que tem relação direta com a possibilidade de um réu responder em liberdade até que sejam esgotadas todas as possibilidades de recursos é justa e legal. Em contrapartida, a religião cristã não reconhece o jejum como forma de pressão ou chantagem, muito menos quando tem motivação política e caráter militante.

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