O limite da insensatez
"Já não nos era novidade de que há muito tempo as forças armadas brasileiras se tornaram o Partido Armado das Elites do Atraso, numa paráfrase sincrética do Breno Altman e do Jesse Souza, se me permitirem; mas, que venha se transformar num entreposto militar institucionalizado de uma milícia é assombroso", exclama o autor
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A divulgação da gravação da fatídica reunião ministerial de 22 de abril, por autorização do ministro do STF Celso de Mello, deixou claro que o Brasil está sendo (des)governado por uma quadrilha.
Mas, também desnudou um raro processo, certamente sem par na história, de “milicianização” das forças armadas de um país pelo seu oficialato; grande parte deste, como vimos nas imagens da dita reunião, major domus de quadrilheiros.
Há exemplos conhecidos de cooptação de militares e oficiais de alta e de baixa patente por contrabandistas e traficantes diversos em países africanos, asiáticos, latino-americanos e no Leste Europeu pós-Cortina de Ferro; mas, em regra, foram/são casos isolados.
Não é o que está acontecendo no Brasil!
Aqui, as milícias se articularam politicamente no entorno da candidatura presidencial de Jair Bolsonaro (não por acaso, sem partido) que, com a conivência e cumplicidade da chamada grande mídia, obteve legitimidade popular com a vitória nas eleições de 2018.
A partir daí, se iniciou uma cooptação miliciana das forças armadas com a distribuição de cargos (e, por meio destes, salários, gratificações, honrarias, bajulações, poder e medalhas) para oficiais militares, parentes e aderentes em todos os escalões, ministérios, secretarias, assessorias, quinquilharias e que tais.
A presença de oficiais do Exército numa reunião ministerial onde se planejava e se perpetrava ações criminosas contra a sociedade e o Estado brasileiro; com o cúmulo do presidente, no papel de chefe de quadrilha, propor o armamento da população contra o próprio Estado, é evidência desse processo.
Não bastasse isso, a nota miliciano-golpista do nanogeneral (como diz o Fernando Brito) ministro-chefe do GSI Augusto Heleno ameaçando o STF e, por decorrência a sociedade e democracia brasileiras, com “consequências imprevisíveis”, na defesa do desgoverno gospel-fascistóide de Jair Bolsonaro, reforça-nos a percepção do nível de insensatez que atingiu o processo de milicianização das forças armadas.
Que o silêncio conivente dos primeiros reforçado pelo declarado apoio de oficiais da reserva articulados pela excrescência do tal Clube Militar, agora uma das fortalezas do clã miliciano dos Bolsonaro, não cause surpresa a ninguém nos demonstra o tamanho do abismo ao qual estamos sendo empurrados!
Já não nos era novidade de que há muito tempo as forças armadas brasileiras se tornaram o Partido Armado das Elites do Atraso, numa paráfrase sincrética do Breno Altman e do Jesse Souza, se me permitirem; mas, que venha se transformar num entreposto militar institucionalizado de uma milícia é assombroso!
Chegamos ao limite da insensatez!
Continências, por favor!
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