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Oliveiros Marques

Sociólogo pela Universidade de Brasília, onde também cursou disciplinas do mestrado em Sociologia Política. Atuou por 18 anos como assessor junto ao Congresso Nacional. Publicitário e associado ao Clube Associativo dos Profissionais de Marketing Político (CAMP), realizou dezenas de campanhas no Brasil para prefeituras, governos estaduais, Senado e casas legislativas

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O mundo precisa parar Trump

"Se esse homem não for parado, ele não terá limites. E não há como esperar que a Europa branca seja alvo"

Presidente dos EUA, Donald Trump, fala durante reunião de republicanos da Câmara no resort Trump National Doral, em Miami, Flórida - 27/01/2025 (Foto: REUTERS/Elizabeth Frantz)

Nada mais emblemático do que estar ao lado do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, para que Trump comprove sua determinação em patrocinar uma limpeza étnica no mundo. A afirmação de que os palestinos deveriam ser retirados à força da Faixa de Gaza é de uma violência extrema. Em rede mundial, Trump defende um crime contra a humanidade.

O bilionário norte-americano quer expulsar um povo inteiro, obviamente contra sua vontade, para outros 12 países da região. Nunca é demais lembrar que os palestinos estão na Faixa de Gaza porque foram expulsos das terras onde viviam, hoje parte do Estado de Israel. Curioso que, entre os 12 países que supostamente receberiam a diáspora palestina, Trump não inclua o território governado por Bibi — que, aliás, se formou em escolas norte-americanas e sabe muito bem o que está fazendo.

Trump é de um cinismo indescritível ao tentar pintar sua proposta como uma ação humanitária. Esqueceu apenas de dizer que Gaza está destruída porque é atacada, de forma igualmente criminosa, pelo exército comandado por Netanyahu, que não poupa hospitais, escolas, crianças, idosos. Porque, para eles, os palestinos são um povo inferior. E Trump demonstra concordar. Os extremistas israelenses, com o apoio dos extremistas americanos, pensam sobre os palestinos exatamente o que Hitler e seus seguidores pensavam sobre os judeus. E o resultado, bem, o resultado é história.

Primeiro foi a anistia aos extremistas supremacistas que invadiram o Capitólio. Depois, a perseguição e expulsão de migrantes latinos dos EUA. A tentativa de tomar a Groelândia na mão grande, a ideia de anexar o Canadá, o plano de tungar o Canal do Panamá. E o mundo achando normal. Agora, são os palestinos. Daqui a pouco, pode ser a vez dos irlandeses ou dos italianos que vivem nos EUA. Os escoceses, por sua vez, ele deve deixar por último — em respeito à sua mãe.

Se o mundo não percebeu o embrião do nazismo no “Putsch da Cervejaria” em Munique, quando Hitler e membros do Partido Nazista tentaram derrubar o governo da Baviera, hoje não nos é permitido ignorar para onde Trump quer e pode levar essa escalada de ódio. Se esse homem não for parado, ele não terá limites. E não há como esperar que a Europa branca seja alvo. Não há tempo.

* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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