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Eduardo Martins

Professor de História da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul

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O nazi-fascismo contra a filosofia e a virtude

A filosofia é útil, no sentido de dar ao homem um direcionamento crítico-pensante e reflexivo acerca da sua própria vida, do seu destino, e para se questionar as ordens de outros homens que lhes parecem estranhas. Não é de se estranhar que o regime nazi-fascista procure de todas as maneiras escusas destruí-las e com elas a humanidade dos homens de boa fé

O nazi-fascismo contra a filosofia e a virtude (Foto: Marcos Corrêa - PR)
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Sendo a virtude uma ação tipicamente humana e que faz o humano ser altivo, reflexivo, humanista, ter empatia, ser dócil e compreensivo para com os seus semelhantes e dado que tais condições humanas não são inatas, mas treinadas, ensinadas e aprendidas pelos mestres e filósofos. Diante de tais constatações podemos entender porque o nazi-fascismo tem como projeto prioritário o de deseducar, embrutecer, animalizar e tornar seus membros, ou cidadãos de um tipo de Estado ditatorial dessa maneira.

Cumpre, assim ao regime do tipo nazi-fascista atacar as ciências humanas, as Escolas e Universidades, mas especialmente, a filosofia para a execução do seu projeto de embrutecimento de um tipo de sociabilidade que única e exclusivamente cumpra ordens, marchem, façam flexões de braços e cantem hinos estranhos. É, ainda, função de regimes nazi-fascistas o ataque sistemático a livros científicos e pedagógicos, sua queima e seus autores perseguidos. Por outro lado, tais regimes desumanizados, animalizados e bestializados buscam impor outras literaturas de autoajuda, astrologia, vulgatas, bravatas, balelas, charlatanismo esotérico e o pior de tudo tentam impor o revisionismo histórico com a finalidade de enganar esse povo-bestializado que cumprirá ordens desse regime imbecilizado e imbecilizante, geralmente, comandado por imbecis.

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Dado que a filosofia cumpre a função de esclarecer e no seu limite de pureza, coragem, generosidade e amor ensinar a virtude, ação tipicamente humana. A virtude é a força que age, a virtude de um homem é agir humanamente. Aristóteles dizia que a excelência do homem é a vida racional e que o desejo de um homem não é o desejo de um cavalo, bem os desejos de um homem educado não são os de um selvagem ou ignorante, tampouco os de um nazi-fascista. A virtude de um homem é o que o faz humano. Dito isso, podemos perceber, que o regime sócio-político ora em decurso vem com uma força brutal batendo contra a filosofia e o que ela representa de humanismo e virtude, coragem, reflexão e justiça. É a peleja do diabo contra o dono do céu, como disse o poeta. Mas, isso não é novidade, considerando que a virtude do homem mal é ser mal caráter, odioso, vingativo e burro. Isso não o faz menos virtuoso, apenas torna exponencial seus atributos e sua força de ser mal, assim como a virtude de uma boa faca é a de cortar bem, a virtude da cicuta é matar instantaneamente, a virtude de um ser é o que constitui o seu valor, remédio bom é o que cura, veneno bom é o que mata. Nesse primeiro sentido as virtudes são independentes do uso que delas se fazem.

À faca basta cumprir sua função, sem julgar, e é  nisso, certamente, que sua virtude não é a nossa, ao nazi-fascista basta ser estúpido, violento e cumprir as ordens do seu líder, independentemente dos fins desumanos. Mas ao homem humanista, generoso, misericordioso, humilde e racional cumpre ser bom, se valer da filosofia enquanto instrumento humanizador e crítico-pensante é mesmo isso que o faz humano, em detrimento ao homem nazi-fascista bestificado. Assim, podemos entender que a filosofia e sua área máxima de estudo que é a virtude estejam sob violentos ataques nesses tempos de obscurantismo, de regime social e político acéfalo e violento.

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O bem não é para se contemplar, é para se fazer, assim a virtude: é o esforço para se portar bem, que define o bem nesse próprio esforço. A filosofia é útil, no sentido de dar ao homem um direcionamento crítico-pensante e reflexivo acerca da sua própria vida, do seu destino, mas essencialmente do que o levará ao prazer de uma vida singela, é útil para se questionar as ordens de outros homens que lhes parecem estranhas; tais como fazer guerra, se armar para matar um semelhante, fazer trabalho escravo ou degradante, abrir mãos dos direitos conquistados historicamente. Cumpre à filosofia essa função do despertar da consciência de não ser guiados por imbecis desescolarizados e charlatães como um tal Olavo de Carvalho.

Sendo a filosofia esse esforço, não é de se estranhar que o regime nazi-fascista procure de todas as maneiras escusas destruí-las e com elas a humanidade dos homens de boa fé.

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