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Léo Gomes

Secretario Municipal de Relações Institucionais, Prefeitura de Macaé-RJ. Jornalista e Publicitário.

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O novo Lula

Se numa mesma semana os estudos cartesianos dizem que Lula cresce, em popularidade, os gestores e/ou apolíticos não são mais a solução e 40% da população forma opinião apenas pelas redes sociais, cruzando esses dados, percebemos que existe um fenômeno social em marcha: o fim de Lula é o começo de um novo lulismo. Ou melhor, de um novo Lula, ou de um Lula novo

Lula em Terezina (PI) (Foto: Léo Gomes)
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Três informações chamaram bastante a atenção nos últimos dias. 

Uma pesquisa da CNT/MDA, publicada no jornal Folha de São Paulo, onde entre vários dados interessantes, um foi bastante impactante: 40% dos brasileiros formam opinião pela internet (redes sociais) e 50% pela televisão. Desde o advento da internet no Brasil, lá pelo meio da década de 90, é a primeira vez que existe um emparelhamento entre esses meios. Ou seja, o "mundo" brasileiro não esta mais tão ligado na Globo. 

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A segunda foi uma pesquisa publicada pela BBC/Brasil de um estudo realizado na London School of Economics (LSE) - uma das mais renomadas universidades do Reino Unido - que contesta o argumento de que empresários são melhores administradores públicos. A pesquisa que, ainda esta em andamento, foca em prefeitos de cidades brasileiras, disse: "Os primeiros achados do estudo indicam que prefeitos que se declararam empresários, comerciantes, vendedores e os que têm quotas ou participam da administração de empresas não são nem mais nem menos eficientes que seus colegas que vieram de outras áreas. A análise de indicadores de gastos públicos sugere que a performance dos empresários é muito parecida com a dos demais ao executar o orçamento e ao investir em saúde e educação. Homens e mulheres de negócios não são melhores em reduzir o deficit fiscal nem na execução do orçamento, tampouco são melhores em conseguir mais verbas do governo federal. Assim, selecionaram cerca de 200 a 300 municípios por eleição. De 2000 até 2016. Em nenhum dos cruzamentos, contudo, foram identificados sinais de que empresários no comando de prefeituras melhoraram as contas públicas. 

Aliás, Eduardo Mello, o coautor do estudo da LSE que avalia o desempenho de empresários no Executivo municipal, salienta que "o Estado não é uma empresa". "O objetivo do Estado não é gerar lucro. Não tem clientes, mas precisa cuidar de cidadãos. E negociar com o Legislativo não é o mesmo que tratar com fornecedores", avalia.

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Mello disse à BBC Brasil ter se surpreendido com os resultados, pois acreditava que a experiência pregressa em administração poderia fazer uma diferença. "É uma premissa na qual os eleitores acreditam tanto", afirmou o pesquisador. "Mas parece que é um mito."

A terceira notícia veio Domingo, pelo jornal Estado de São Paulo, em mais uma pesquisa do Ipsos, que apontou o crescimento vertiginoso da rejeição entre todos os políticos brasileiros, incluindo Sérgio Moro e a cavalar rejeição de Doria (foi de 27 para 58%). Exceto Lula, que fez o caminho inverso aumentando sua popularidade. Fora isso, os números são absurdos. 

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Bem, se numa mesma semana os estudos cartesianos dizem que Lula cresce, em popularidade, os gestores e/ou apolíticos não são mais a solução e 40% da população forma opinião apenas pelas redes sociais, cruzando esses dados, percebemos que existe um fenômeno social em marcha: o fim de Lula é o começo de um novo lulismo. Ou melhor, de um novo Lula, ou de um Lula novo. 

Afinal, mesmo com o avanço do golpe parlamentar, que deve se intensificar ainda este ano, e a possibilidade real de Lula não disputar 2018 (via condenação judicial), a parcela decisiva da socidade deixa claro que quer um novo lulismo, através destes dados apresentados pelas pesquisas. 

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Portanto, afora os arroubos infantis do PT, "não vamos disputar eleição se Lula for condenado" (vai fazer o quê?) ou "a democracia só voltará pelo voto" (e os mais de 100 milhões de brasileiros que votaram e Dilma e Aécio, fizeram o quê?) um caminho começa a ser traçado claramente: o novo Lula. É fato que o povo esta cansado dos mesmos políticos, mas também do outsider (porque é vazio). As abissais contrariedades a Doria e Bolsonaro mostraram isso, pelos números. A avalanche de likes, por ambos, também era um desejo em conhecer ou se reconhecer nesses persongens. E quando conheceram, rejeitaram. Essas páginas, ainda que em branco, estão sendo viradas na política brasileira. 

Logo, redes sociais com aprofundamento e com a contextualização do real momento econômico serão tônicas fundamentais para o próximo projeto político, ou melhor, para a próxima década.  Ninguém se sustentará sem conhecer os dados demonstrados pelas últimas 3 pesquisas que versaram sobre políticos, meios de comunicação e administração pública. Elas foram um farol.

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Então, não exitem dúvidas de que vem aí o novo Lula, ou o Lula novo, ou ainda, o novo lulismo, que será fortemente amparado por uma população pseudo assalariada e agora empobrecida, que hoje rivaliza com uma classe média-média burguesa e comerciante, revestida das causas e características que o golpismo deixará: uma sociedade totalmente rachada, de forma bem rasa (intelectualmente), sobretudo. Com boa parte dela sem consciência de classe, individualista e doente. E, em seu colo, uma reforma trabalhista que a troca de roupa e o lanche serão descontados da jornada de trabalho e uma previdenciária que até a Suíça, em escalas menores, acabou de rejeitar.

Por fim, ou colocam a passagem do golpe parlamentar para o militar, ou o novo Lula pedirá passagem. Pois, a direita fracionada entre o golpe, a traição de Doria, Alckmin, Bolsonaro e agora Meirelles (o mago da economia que pede a Deus pra resolver um problema seu) e Rodrigo Maia, que suas bochechas chamam mais atenção que um partido com a sigla DEM, não serão páreos. 

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E se o novo Lula chegar falando em usar 100 bi de dolares das reservas diretamente na economia transnacional, ou seja, reequipando parques industriais; de reforma tributária (Ipea mostra que os que ganham até dois salários mínimos pagam 53,9% em impostos, enquanto quem ganha acima de 30 salários mínimos paga até 29%), com o reescalonamento do IR (proposta de isenção de  imposto de renda para quem ganha até R$ 3.390 e ampliação das faixas de alíquotas, que passariam de 5 faixas para nove, incluindo a faixa isenta), a tributação de lucros e dividendos no Brasil e das remessas para o exterior; com alterações no Imposto Territorial Rural; imposto sobre heranças e doações, além de um IPVA para jatinhos, helicopteros, lanchas, etc; sobre a causa dos LGBTs (Brasil é o país que mais mata LGBTs no mundo: 1 a cada 25 horas), lutando pela permissão de mais instituições com uso do nome social, o apoio a mais campanhas governamentais pela saúde de pessoas trans e a definição da homofobia como crime, vai passar o calendário eleitoral de trator.  E, por fim, se o novo Lula vier falando de educacão? Quem não se lembra do legado educacional de Brizola? No Sul, 1958-62, mais de 5 mil escolas e no RJ, 1983/87 e 1991-1994, mais de 500 Cieps. Com isso, reativar o projeto do MEC forte, das universidades públicas, os campis e escolas técnicas sendo bandeiras fundamentais do novo lulismo. Aliás, 30% de quem tem até 24 anos esta desempregado hoje. E, entre os quem tem 24 anos, a aprovação de Temer é de 0%, um marco nunca visto na história. 

Desta forma, quem ou "o quê" é o novo Lula? Uma dica: o novo Lula passa por uma soma dos dados das três pesquisas que parecem se resumir numa anotação de Lispector:"...simbolicamente morro várias vezes só para experimentar a ressurreição…"

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