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Guilherme Coutinho

Jornalista, publicitário e especialista em Direito Público. Autor do blog Nitroglicerina Política

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O ódio de classes pode institucionalizar o fascismo no Brasil

Existe uma infeliz tendência de vitórias de candidatos e partidos de extrema-direita no mundo, principalmente nos últimos 3 anos. O pior erro que se pode cometer em relação a Bolsonaro é subestimá-lo

O ódio de classes pode institucionalizar o fascismo no Brasil (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
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Jair Bolsonaro é o mais legítimo representante do conceito mais literal de fascismo que temos no Brasil. O pré-candidato, pelo PSL, já demonstrou diversas vezes que sua campanha não se apoiará em propostas para o país, mas sim, no fomento do ódio latente na sociedade. A misoginia, o racismo e a xenofobia são "argumentos" recorrentemente utilizados com fins eleitoreiros, que encontram eco em seus seguidores, demonstrando o quão doente anda nossa sociedade e o qualificando como um dos favoritos para o segundo turno, em outubro. Mas existe um fator primordial para um desastre como Bolsonaro, de fato, ameaçar uma democracia, já há tempos sequestrada: o ódio de classes representado pelo medo da volta de Lula.

Lula é o mais claro representante do classismo da elite brasileira. Amado pelo povo, amplamente respeitado pela academia e considerado um dos maiores políticos da história no exterior, Lula é o líder isolado nas pesquisas eleitorais. No entanto, o ex-Presidente é odiado por uma parcela pouco numerosa, mas muito influente no país: a elite e suas adjacentes. Esse grupo é composto por industriais, grandes empresários e pelos maiores grupos de comunicação. Orbitando em volta da elite, há a classe média e servidores públicos do alto escalão, que agem como se elite fossem. É o medo da volta de Lula e da distribuição de renda, o medo da volta de um governo do povo e para o povo, por parte desses agentes, que tornaram Bolsonaro possível.

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Após Lula e o PT sofrerem, por parte da mídia, um amplo desgaste de suas imagens, com uma vil perseguição, incluindo matérias falsas e depoimentos inexistentes, foi com o – antigo – discurso de combate a corrupção, que Bolsonaro emergiu. Foi criticando a todo momento o pré-candidato petista, enfatizando sua condenação injusta, que Bolsonaro foi, aos poucos, ganhando espaço na mídia. Até em sua recente entrevista no Roda Viva, um verdadeiro show de horrores, mas que deve apresentar efeito positivo frente a seu eleitorado, Bolsonaro citava Lula a todo momento. O resto é o reforço do discurso fascista que vem, de forma desesperadora, funcionando e o mantendo em alta nas pesquisas.

Existe uma infeliz tendência de vitórias de candidatos e partidos de extrema-direita no mundo, principalmente nos últimos 3 anos. O pior erro que se pode cometer em relação a Bolsonaro é subestimá-lo. Apenas com Lula na disputa, Bolsonaro não teria chance. Sem Lula, haveria de haver ampla união em torno de seu eventual preposto – como foi por ele mesmo definido. Temos visto que o medo de Lula voltar tem feito a elite tentar a todo momento, baseando-se no ódio de classes, tirá-lo do jogo de forma prematura. Não existe definição sobre sua situação. Caso Bolsonaro vença as eleições o fascismo estará instalado de forma institucional e isso precisa ser evitado de toda forma.

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