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Cássio Vilela Prado

Escritor

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O olho do Golpe

Bestas verde-amarelos, a minoria derrotada do povo brasileiro nas eleições presidenciais de 2014 ainda é o nosso pior inimigo (da maioria), pois deles se valem as escórias elitistas através de seus discursos infantiloides emocionais, incitando-lhes a misoginia e o ódio de classe persecutório

São Paulo - Manifestação na Avenida Paulista, região central da capital, contra a corrupção e pela saída da presidenta Dilma Rousseff (Rovena Rosa/Agência Brasil) (Foto: Cássio Vilela Prado)
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Não devemos nos apequenar e nem tentemos manter o bom humor dissimulado diante do robusto Golpe de Estado implantado no Brasil a partir de 2013. O suposto niilismo que se pensava como o olho do furacão daqueles movimentos de rua, demonstrou-se, a posteriori, claramente outra coisa: movimentos de rua pré-Golpe.

A repressão psíquica à qual a elite brasileira fora obrigada a operar mediante à simulada coligação com a esquerda na eleição do Presidente Lula em 2002 já dava evidentes sinais de cansaço e sintomas diversos. Essa elite sempre se sustentou de suas reminiscências coloniais delirantes escravocratas e excludentes e delas se valeu para se impor enquanto classe superior e proprietária exclusiva do território e da nação Brasil, dona majoritária dos corpos e das subjetividades de todo o povo brasileiro: é ela quem sabe o que o povo deve ser, ter e fazer.

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É ela quem decide quem morre, quem sofre e quem vive.

Estamos todos dominados, desde a chibata confeccionada pelas mãos negras da senzala, o sangue e o suor de nossa gente miscigenada reluz sob o lindo sol abissal brasileiro, compondo as belezas naturais do país do futebol e do carnaval. Além de jagunços e capatazes sanguinários, passando por sutis aparelhos repressivos ideológicos de estado até os novos troncos de tortura da força-tarefa destruidora a jato curitibana, sobreposta ao afã purpúreo resplandecente de uma claque recoberta com os seus brocais dourados, iluminados e teleguiados pelos holofotes de uma mídia escrota.

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Como é indigno, triste e asqueroso assistir aos meus conterrâneos de sangue e língua se venderem tão baratos pelos quatro cantos de nosso sempre Brasil do futuro. Tudo parece uma grande ficção que não se acaba mais: Como pudemos entregar nossos corpos, nosso sangue, nossa força de trabalho física e intelectual para um pequenino grupo que sempre esteve no poder? Em troca de quê?

Talvez e tão somente em troca da esperança de uma outra realidade prometida mas que também não chegará jamais...

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Por que se submeter à condição de meros meios de gozo para os fins orgásticos de uma pequena parcela elitizada da população brasileira?

Pela força da convivência e pelo mal da subserviência continuada nos tornamos também eternos perversos versão sadomasoquista?

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Parece que a nossa imaginária esperança assassinou a verdade de nossa realidade social.

Saímos do trilho que prometia uma nova nação tupiniquim no acordo coligativo de 2002. A estrutura de caráter da elite mostrou a sua velha face. A conspiração sintomática arrebatadora veio a cavalo na figura trágica de um Michel Temer e quadrilha. Esse mesmo que entra em sua sala quase todos os dias e faz você e a sua família de palhaços, contando histórias do arco da velha. Esse fingidor de égua, com cara de paisagem e que lhe diz que ele está sendo vítima de um golpe, pois seria ele um exemplo de moralidade e honestidade. Esse traidor de sonhos de nossos irmãos de sangue mais humildes e marginalizados. Esse senhor abjetal que entrega os recursos naturais e toda a riqueza de nosso país a pequenos grupos de empresários e bandidos rentistas nacionais e internacionais (esses mesmos que você aplaude e quer se tornar um igual).

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Esse pulha e equipe que está tomando todos os seus direitos individuais e sociais conquistados a duras penas e com fartos derramamentos de sangue ao longo de nossos pequenos passos, quiçá súbitos engatinhar em direção a uma construção de país que nunca se ergue verdadeiramente para nós: o povo.

Trocamos o agora da real democracia em 2016 por um amanhã imaginário inacessível e impossível de atingir. Colocamos entre nós mesmos e o presente uma frívola e alucinante "ponte para o futuro". Quando na verdade não há ponte alguma, muito menos futuro, senão um país de bolhas, reacionários e ignorantes a atravancarem o nosso caminho de nação verdadeira.

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Bestas verde-amarelos, a minoria derrotada do povo brasileiro nas eleições presidenciais de 2014 ainda é o nosso pior inimigo (da maioria), pois deles se valem as escórias elitistas através de seus discursos infantiloides emocionais, incitando-lhes a misoginia e o ódio de classe persecutório. Esses coloridos, supostamente mais brasileiros que os outros, não deixam o país avançar, desde aquele dedo duro da senzala, o X-9 refém da Casa Grande.

Um bando de otários kamikazes, pois também se afundam atualmente com o país que incendiaram e que agora vai literalmente a pique de forma irremediável. Não se podem mais se salvar, pois as portas de Miami lhes foram fechadas pelo trumpismo o qual idolatram na figura projetada do militar Bolsonaro da Vida Messias: o salvador de bestas.

Enquanto isso, para a sua diversão, indignação e manifestação, dão-lhe as redes sociais virtuais, eminentemente o Facebook e o WhatsApp.

Sutis estratégias midiáticas para você expressar a sua ira ou sua compactuação com o nosso esdrúxulo momento sociopolítico, estarrecedor e acachapante, contudo, desde que seja apenas na sua linha do tempo, recluso em seu pequeno quadrado, onde não cessa de se iludir e gozar ao tempo em que a sua morte simbólica já está decretada.

Eis o olho do Golpe dentro de si.

E você ainda continua preocupado com os presentes do Lula!

Tudo que a nossa elite mais deseja.

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