O papa é punk

O Papa que até então estava conquistando a simpatia de quase todos, inclusive da mídia, começa a ser alvo de críticas e ataques pesados por parte de um determinado seguimento da nossa imprensa.

O Motivo? A tão falada e cantada em verso e prosa, “Liberdade de Expressão”, que virou (ou voltou a ser) o tema do momento após o atentado ao Charlie Hebdo. Mas o que o Santo Padre teria dito a respeito da liberdade de expressão que provocou uma ira, quase que tucana (tucana de atacar com o bico e não de atacar petistas), em alguns Jornalistas?

Assim disse o Papa em seu discurso nas Filipinas, a respeito do atentado: “Liberdade de expressão não dá o direito de ofender o próximo”.  Onde está o sujeito da oração? Bom! Se o sujeito for uma pessoa de bom senso e que sabe estabelecer o limite entre o humor e o desrespeito, ele está dizendo: Amém!

Agora se o sujeito for de caráter indeterminado e as opiniões que ele emite forem determinadas por um sujeito oculto, certamente ele está escrevendo um artigo usando adjetivos que desqualifiquem o autor da frase.

Um dos Jornalistas que não disseram amém para a frase do Papa escreveu que “Papa Francisco pisou feio na bola” como se o sumo pontífice fosse um Val Baiano (um centroavante que só dava de canela, assim como alguns jornalistas também o fazem) da vida e tivesse acabado de perder um gol cara a cara com o goleiro. Outro Jornalista escreveu em sua coluna: “Francisco tem cabeça e postura de cura de aldeia, não de papa. Suas entrevistas ambíguas são detestáveis. O jesuíta leu mal São Paulo e não sabe que cítara e flauta têm de soar de modo distinto”. Sobre esse comentário, podemos dizer literalmente, que ele quer ensinar o Papa a rezar a missa. Outro também recorreu a uma expressão futebolística para criticar a frase do Papa e disse que “o Papa bonzinho está jogando para a arquibancada”, como se Francisco fosse um Cristiano Ronaldo de batina, que a cada declaração dada olhava para o telão e ajeitava o seu solidéu.

O certo é que o tema “Liberdade de Expressão” vai continuar dando o que falar. Algumas pessoas pensam e acreditam que realmente podem falar o que bem quiserem sem que isso lhes traga consequências, sob o pretexto de que estão apenas fazendo uso do seu direito de se expressar livre e impunemente. O próprio Papa em outra entrevista demonstrou o seu lado um pouco mais “Punk” e disse: “Se xingar minha mãe, espere um soco”. Imagino o quanto essa frase causou revolta entre os pseudos libertários de plantão. Mas eu gostaria de desafiar a essa turma que gosta de humilhar determinados grupos sob o pretexto de que o humor não pode ter limites. Façam o seguinte: Passem por uma pessoa na rua e faça piadas e comentários pejorativos, seja com relação a sua roupa, o seu cabelo, o seu jeito de andar, ou qualquer outra observação sarcástica que a sua "liberdade de expressão" lhe permita fazer. Duvido que você não leve uma surra. Afinal, toda ação provoca uma reação.

Mas o curioso mesmo nessa história toda é que aqueles que defendem a liberdade de expressão sem limites estão a censurar a opinião do Papa. Paradoxal, não? Acredito que um possível divisor de águas possa se estabelecer na relação entre o Papa Francisco e uma parte da imprensa.  O que eles (parte da imprensa) chamariam de A.P e D.P. Antes Pop e Depois Punk.