O partido lulista dos brasileiros
As marcas maiores do governo de Lula foram a saída do Brasil do Mapa da Fome da ONU e 20 milhões de empregos. Os programas sociais e de infra-estrutura mundialmente reconhecidos foram insumos para estes resultados
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Dois spots publicitários elaborados por Duda Mendonça, entre 2001 e 2002, marcaram o que viria a ser o projeto realmente existente do Partido dos Trabalhadores.
Uma casa humilde, com um casal e seus filhos pobres finalmente descobrindo que podiam não saber, mas, no fundo, também eram um pouco PT.
Um certo João, jovem que não nascera mau nem bandido, amava seu país e só queria uma oportunidade, em busca da qual gritava vivas a um Luiz Inácio Lula da Silva.
Não eram nem dirigentes sindicais e nem estudantes.
As frentes de esquerda e o discurso mais ou menos radical de 1989, 1994 e 1998 foram incapazes, antes, de conduzir o maior do operariado brasileiro ao poder, ainda que seu partido tenha se tornado player por expressar as lutas do operariado na Vila Euclides.
As marcas maiores do governo de Lula foram a saída do Brasil do Mapa da Fome da ONU e 20 milhões de empregos. Os programas sociais e de infra-estrutura mundialmente reconhecidos foram insumos para estes resultados.
Para isso, primeiro chamou para ser vice um industrial e, depois, aliou-se ao maior partido do Brasil, de centro e fiador desde a abertura, da governabilidade. Antes, fez divulgar a Carta aos Brasileiros, documento que expressou o acordo permanente com o sistema financeiro sobre os rumos da economia.
Desse processo, emergiu a classe C, fruto da mobilidade social, que bancou Lula em 2006, 2010 e 2014 e, em 2015-2016, assistiu ao Impeachment por ter perdido empregos e poder de compra.
O tradicional pacto das elites, modernização conservadora e transição por cima deram lugar ao pacto nacional, com participação dos trabalhadores.
Hoje, quando o PT discute diversas maneiras de se reinventar, cresce a ideia de que o que cientistas sociais chamam de Lulismo foi o erro cometido, sobretudo porque, supostamente, a fase do ganha-ganha teria terminado.
Ora, nada prova que Lula não poderia reconciliar interesses para reformas estruturais ou pontuais que atualizassem o ganha-ganha.
Quando o PT sofre sua mais retumbante derrota eleitoral e cai do governo, com a maior rejeição de seu trajeto, Lula parece liderando as pesquisas presidenciais para 2018 no primeiro turno em todas as cenas.
Ou seja, a recuperação do PT reside unicamente em transitar do “Partido dos Trabalhadores” para o “partido Lulista dos trabalhadores”. A melhor forma, inclusive, de projetar seu legado como uma corrente perene na sociedade, como se trata o peronismo, na Argentina. Com Lula vivo ou morto.
De fato, a esquerda do Brasil tem dois governos para chamar de seu. O de Jango (assim como o Dilma 2) perdeu. O de Lula foi um sucesso.
Apenas não enxerga a solução quem não quer. Quem deseja que Lula seja reduzido a um radical concentrado em polêmicas do marxismo e da “estratégia socialista”.
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