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Marcia Tiburi

Professora de Filosofia, escritora, artista visual

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O pastor que se diz ex-gay fazendo papel de burro

"Demagogos que dominam a língua do povo são os primeiros a destruir a democracia", indica

(Foto: Thiago Arruda / 247)

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Um pastor que é deputado federal e de burro não tem nada, protagonizou uma cena em que aparece “montado” como um burro pela esposa. A cena serve de explicação para muito do que acontece na política brasileira há anos. Fardado como de costume, na última posse de Lula, ele apareceu com sua Bíblia e se tornou notícia. Se declarando “ex-gay” e “ex-drogado”, ele chegou a se oferecer para falar com o “doido” do Bolsonaro apresentando como principal credencial a sua própria condição de “doido”. O pastor já passou por 8 partidos, inclusive o PT, e foi o mais votado da Bahia para o congresso nacional em 2018, com cerca de 320 mil votos. Em 2022 ele se reelegeu com menos de 1/4 dos votos. Diante de tantos aspectos, ele se torna um caso a ser analisado. Ele se elegeu em função de um elemento que se tornou o principal capital político da última década, a saber, o ridículo político. Estamos em 2023 e a curva da publicidade política começa a escalar. Sabemos que 2024 vai ser o ano da reabilitação dos desqualificados. Os agentes do ridículo começam a encenar falas grotescas, usam de todas as artimanhas para aparecer. O pastor que sabe que está morrendo politicamente, quer ressuscitar e, espertamente, decidiu entrar na onda das mulheres. Ele sabe que as mulheres, feministas ou negacionistas, vão crescer na próxima eleição, porque daqui para a frente a política será um lugar cada vez mais desejado pelas minorias violentadas. Os homens vão atacar - e praticar violência política de gênero - cada vez mais por medo de perder o lugar. O pastor com a esposa nas costas resolveu se “submeter”. Mas na verdade, ele finge submissão para simular que está “sob” as mulheres e criar simpatia com a causa, muito embora seja ele que está instrumentalizando sua mulher para passar por submisso e servil sob a imagem de uma mulher poderosa e sádica. Mas, na posição de burro de carga, ele fala e ela não fala. O poder político, que continua nas palavras, não muda de dono. 

Demagogos dominam a língua do povo. Eles são os primeiros a destruir a democracia e preparar terreno para o fascismo. Sugiro atenção, pois todo cuidado é pouco com a manipulação do coeficiente que é o ridículo político, capaz de afetar o resultado da eleição.

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