O povo é bode expiatório do sistema?
Nossa história é marcada pela chibata
“Bode expiatório”, um termo com um significado claro: é aquele grupo ou indivíduo que arca com a culpa de outrem. Bem, há um histórico para explicar essa expressão: o bode expiatório era usado no Antigo Testamento para levar simbolicamente os pecados do povo de Israel para longe. Isso acontecia uma vez por ano, no Dia da Expiação. O bode expiatório representava a salvação em Jesus.
Jesus, sem dúvida, foi uma figura histórica e religiosa de alto valor para os cristãos, depositários de tal fé, em sua maioria, no Brasil. Neste Brasil, onde o modus operandi “Casa-Grande e Senzala” ainda não foi arrefecido.
Nossa história é marcada pela chibata — e mesmo diante de sublevações importantes, especialmente as genuinamente populares — os dados a respeito da igualdade social são alarmantes: “O Brasil tem 345.542 pessoas em situação de rua, de acordo com relatório do Observatório Brasileiro de Políticas Públicas com a População em Situação de Rua da UFMG — Universidade Federal de Minas Gerais, relativo ao mês de maio de 2023”. E tal nota expressa “aquilo” que realmente fora estatisticamente compilado.
Quem são essas trezentas mil pessoas que perambulam pelas ruas do Brasil, sem teto, sem alimento, sem vínculo empregatício ou o que o valha? Será que elas mereciam esse cruel destino...
“O Orçamento de 2025 prevê R$ 245 bilhões para despesas com a saúde pública e R$ 226 bilhões para a educação pública. Além disso, os destaques ficam para as despesas de R$ 972 bilhões da Previdência Social e os R$ 158 bilhões do programa Bolsa Família, programa governamental de transferência de renda. A Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2025 recebeu a numeração de Lei 15.121.
O Benefício de Prestação Continuada (BPC) e a Renda Mensal Vitalícia (RMV) contarão com R$ 113,6 bilhões. O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) abrange empreendimentos distribuídos em 16 órgãos, com total de R$ 57,6 bilhões.
A principal peça orçamentária do país foi sancionada pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, na quinta-feira (10), com apenas dois vetos. A LOA é a norma que prevê as receitas e define as despesas da União para o ano. Os vetos foram sugeridos pelo Ministério do Planejamento e Orçamento após análise técnica do texto aprovado pelo Congresso e encaminhado para a sanção de Lula.”
A notícia acima veio da fonte Agência Senado e demonstra que, dos 5,8 trilhões do total orçamentário de 2025, a fatia da saúde e da educação foi maior. Todo o processo é intrincado. É certo que um cidadão médio brasileiro teria muita dificuldade para entender. Há um regimento árduo e, até mesmo aqueles que lidam com ele cotidianamente, em suas funções correlatas, devem ficar perdidos no espaço da legislação. Os brasileiros veem bilhões destinados à saúde, à educação, à previdência e a outros órgãos e podem sentir a baixa autoestima bater fundo, quando se percebem tão desprotegidos na sociedade.
Se pesquisarmos os anos anteriores, veremos que quase nada mudou. Sempre paira uma sombra de dúvidas sobre se realmente há equidade e justiça nas demandas.
“As cifras são altas, e nem sempre há isonomia nos direcionamentos”: foi o que eu disse a um professor de um curso sobre Orçamento da União que realizei no Instituto Legislativo Brasileiro (ILB).
Continuemos a nossa jornada jornalística pensando se o povo brasileiro é ou não bode expiatório do sistema: “O policial penal que atirou em um entregador do iFood durante uma discussão em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio, alegou em depoimento que o disparo foi acidental. José Rodrigo da Silva Ferrarini foi preso neste domingo, após se entregar à polícia. A Justiça do Rio já tinha expedido um mandado de prisão temporária contra ele por tentativa de homicídio qualificado.
O caso aconteceu na madrugada de sábado, depois que o motoboy Valério de Souza Júnior se recusou a entregar o pedido na porta do apartamento. O entregador gravou o momento em que o policial atira no pé direito dele. O vídeo, publicado nas redes sociais, mostra o agente dizendo: ‘você não subir é uma parada’.”
Bem, meu caríssimo leitor, talvez já possas opinar.
O povo é bode expiatório do sistema?
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.




