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Luciana Oliveira

Jornalista de Porto Velho, Rondônia, e membro da Comissão Nacional de Blogueiros

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O prêmio da indecência vai para...

É bizarra a premiação com registros fotográficos que comprovam a obra do tripé golpista legislativo-judiciário-mídia e sentenciam que este foi o ano da exaltação à indecência

É bizarra a premiação com registros fotográficos que comprovam a obra do tripé golpista legislativo-judiciário-mídia e sentenciam que este foi o ano da exaltação à indecência (Foto: Luciana Oliveira)
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Quando me pediram para resumir o Brasil em 2016 com apenas três palavras, respondi: ano da indecência. E não é que nesta terça-feira (6), a revista Istoé, premiou dois personagens hors concours em danos à República por desvio de função.

O juiz Sérgio Moro foi eleito o "Brasileiro do Ano na Justiça" e Michel Temer levou o prêmio de "Brasileiro do Ano" em todas as áreas.

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No caso de Moro, pesou muito a competência para desviar de 14 representações apresentadas à Corregedoria Nacional de Justiça e também sua determinação em incriminar com base em convicções o ex-presidente Lula como o verdadeiro proprietário do tríplex no Guarujá, mesmo que várias testemunhas de acusação o tenham absolvido.

O caos institucional que vive o país, recentemente agravado com a ameaça de renúncia coletiva na Força-tarefa como forma de interferir no Poder Legislativo, é mérito de Sérgio Moro.

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O juiz que extrapolou suas funções pra exercer atividade política na mídia, naturalmente, não enfrentou concorrência.

A prova irrefutável de sua contribuição à presteza da justiça brasileira foi o riso frouxo e a conversa no pé do cangote do senador Aécio Neves (PSDB), citado por 12 delatores da Operação Lava Jato e sequer chamado a depor.

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Ouso delirar sobre a possibilidade de ver Aécio no lugar de Renan Calheiros – afastado da presidência do Senado por inventar de querer punir juízes e membros do Ministério Público por abuso de autoridade – e de lá para a cadeira de Temer. Não duvide que Aécio já ensaiou colocar a faixa presidencial.

Do ponto de vista da decadência moral do judiciário, não há dúvidas, Sérgio Moro mereceu o prêmio.

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Mais quem recebeu a homenagem principal da noite pela singularidade da obra foi Michel Temer, a quem Ricardo Noblat premiaria só por ter conquistado a Marcela.

Nunca na história, um presidente legítimo ou não, conseguiu transformar o Brasil em seis meses "num país mais injusto, menos democrático e menos relevante", como resumiu o sociólogo Emir Sader.

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Nunca um vice-presidente vazou premeditadamente à imprensa uma carta pessoal à presidenta da república, pra 'justificar' a cumplicidade ao golpe contra a democracia.

Desde que assumiu perdeu seis ministros por denúncias de corrupção e sua cabeça está marinando numa bandeja do aliado golpista, após ser flagrado agindo criminosamente em favor de interesses pessoais de um ministro e parentes dele.

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Temer fez tudo que seus mestres mandaram para impedir a governabilidade da presidenta eleita e agora não consegue sair do abismo que cavou com os próprios pés.

A revista Istoé o premiou pela coragem em assumir um país com a economia e política conturbadas e conseguir tornar tudo muito pior. E Temer gostou, afinal, não foi vaiado. Dizem que confirmou rapidinho a participação no evento, o oposto do que fez diante do apelo para que comparecesse ao velório da tragédia de Chapecó.

É bizarra a premiação com registros fotográficos que comprovam a obra do tripé golpista legislativo-judiciário-mídia e sentenciam que este foi o ano da exaltação à indecência.

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