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Jean Menezes de Aguiar

Advogado, professor da pós-graduação da FGV, jornalista e músico profissional

219 artigos

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O príncipe, a estupidez e os hamsters

Uma grande parcela da sociedade que não saiba distinguir a beleza da tragédia, a inteligência da estultice, a sagacidade da infâmia é uma triste gente comprometida. Em dificuldade. Como aquela referida por Bertold Brecht, em O Analfabeto Político

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Quem não consegue perceber a palermice alheia, mostra traços de lorpa. Ou de hamster. Palermice, de palerma. Lorpa, de estúpido. Hamster, de bichinho dócil, maria-vai-com-as-outras.

Certas percepções deveriam ser ‘necessárias’, afinal, não enxergar o óbvio é comprometer a própria inteligência.

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Constrói-se alguma certeza lógica e objetiva sobre a estupidez de uma pessoa pública,  quando ela demonstra uma sucessão de errância percebida e apontada pela plêiade de observadores, críticos, intelectuais, estudiosos, imprensa, cientistas e gente medianamente inteligente de uma sociedade.

Contestar que todos esses se ‘mancomunaram’ para inventar uma imagem ou um signo de idiotice sobre alguém até anteontem sem qualquer relevo para a sociedade, ignorando fatos e falas atuais, decisões confusas e parvóricas, não é, jamais, argumento que se sustente. A sempre confusa ‘teoria da conspiração’ só presta para tolos.

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Repare-se que a situação analisada sequer alcança a nobreza teórica da díade ‘direita e esquerda’, existente há mais de 2 séculos e tão magistralmente estudada por Norberto Bobbio em obra homônima, de 1994.

Está-se aqui na condição popular da inteligência, da sagacidade, da beleza de argumento, da poesia, arte, leveza, empatia e fundamentos.

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O estúpido é previsível: faz estupidezes. Já o infinitamente estúpido, vive delas. Briga com todos, trai, coleciona inimizades, provoca enfartos e tristezas. Em uma palavra: decepciona.

O que preocupa (…) é o nível de apercepção de grande bolsão social que não consegue enxergar a estupidez em fatos, atos, falas, discursos, decisões, respostas e comportamentos.

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Isso é preocupante, por exemplo, para um educador que pensa o seu mister com os corolários próprios de uma Educação minimamente correta e eficiente, quais sejam, a intelectualidade, a crítica, o conhecimento e uma saudável visão de mundo.

Uma grande parcela da sociedade que não saiba distinguir a beleza da tragédia, a inteligência da estultice, a sagacidade da infâmia é uma triste gente comprometida. Em dificuldade. Como aquela referida por Bertold Brecht, em O Analfabeto Político.

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As decisões pessoais ou políticas desses aí estimam-se comprometidas. Haverá violações antropofágicas a princípios universais como, por exemplo, o da dignidade da pessoa humana e seus desdobramentos – como as que ‘teorizam’ que direitos humanos são para bandidos, e outras asneiras-, que afetarão a essa própria gente que demonstra deficiência cognitiva basilar, sobre princípios da humanidade, do bem viver.

Mesmo com todas as dificuldades sobre o que possa ser ‘inteligência’, é fato que ela ‘existe’. Jean Pierre Changeux, diretor da unidade de neurobiologia molecular no Instituto Pasteur, ensina que ‘Nenhuma definição da inteligência é satisfatória (e jamais será), porque o termo cobre um conjunto de faculdades interdependentes, ainda difíceis de serem percebidas no plano experimental. Sua aparição no adulto resulta de um desenvolvimento lento e progressivo, em constante interação com o mundo exterior’, em Entrevistas do Le Monde.

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Sempre houve na história recente do Brasil uma gente que viveu ‘se arrependendo’ com as próprias escolhas. Houve os arrependidos de Jânio Quadros, com sua renúncia lisérgica aos 200 dias de governo. Depois os saudosos de Figueiredo, com aquele populismo-autoritário de botequim. Aí vieram os enganados de Collor, com seu jactante ‘saco roxo’ e um histrionismo honestista que envergonhou até as mulheres que votaram nele, cheias de desejos ocultíssimos. Mais recentemente, os desiludidos com o PT e seu neoautoritário Lula, a ponto de, em surto, catapultarem o atual presidente. Finalmente agora, começam a sobrar os arrependidos desta atualidade ‘difícil’ (…).

Veja que a dificuldade com o trato inteligencial, percepcional, sagaz e comprometido por uma visão de mundo canhestra, gera, historicamente, esses aí. A situação do ‘arrependimento’ ou do ‘se eu soubesse não teria votado assim’ não tem nada de nova.

Continua sendo necessário conhecer os traços da estupidez e da irracionalidade. Como elas não cessam e se reinventam, as ‘lógicas’ envolvidas são exemplos trágicos de criatividade tosca.

Requentar temas historicamente idiotas como ‘perigo comunista’ e outras bobagens acientíficas como ‘terraplanismo’ e mesmo tentar negar a ciência, é coisa própria de estúpidos. E a Pandemia em sua filial Brasil tem mostrado isso de sobra, inclusive com surreais passeatas e carreatas de cunho suicida.

Estudar um pouco de História e minimamente se alfabetizar em ciência – ‘infelizmente’ em livros, não em filminhos ‘escolhidos’ de Youtube- faz o indivíduo se libertar de correntes obscurantistas, dogmáticas, idiotizantes e oriundas de uma credulidade falencial.

Entidades como ONU, OMC, FMI, NASA, OMS, OIT, OCDE, FAO, Corte Interamericana de Direitos Humanos, guardam uma boa-fé funcional, lógica à sua própria criação necessária e justificativa global. Um brasileiro qualquer, ‘negar’ um desses organismos, sem a menor base fundante, sem qualquer razão demonstrável ou argumento motivado, como tem ocorrido no caso da OMS em que qualquer um ‘acha’ e berra, é a versão semiúltima da estupidez. A última será o zé-mané que ganhou fama ‘receitar’ remédio para a Covid19.

O mundo não vai parar para você descer, desatendendo ao que cantaram Silvio Brito e Raul. Há de se continuar nele. E torcer para que os hamsters não se unam de novo na próxima eleição.

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