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Roberto Malvezzi

Graduado em Estudos Sociais e em Filosofia pela Faculdade Salesiana de Filosofia, Ciências e Letras de Lorena, em São Paulo. Também é graduado em Teologia pelo Instituto Teológico de São Paulo. Atualmente, integra Equipe CPP/CPT do São Francisco

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O problema do Brasil é o Fascismo, não o Comunismo

O Brasil de hoje tende para uma ditadura teocrática de neopentecostais católicos e evangélicos, de um Deus desumano e distante, de supremacistas brancos, de exaltação do Estado e de mitos ridículos, de eliminação dos povos indígenas e seus territórios, assim como de quilombolas e outras comunidades tradicionais, também de nossos biomas

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É só chegar o período eleitoral para que grupos religiosos - e os manipuladores eleitorais da religião -, levantem a bandeira do pavor comunista. É uma receita de bolo que garante votos, por aterrorizar pessoas inocentes que nem sabem o que é comunismo. Então, o slogan fascista “Deus, Pátria e Família” volta aos santinhos eleitorais.

Essa retórica anticomunista na Igreja Católica é anterior ao Vaticano II. Foi por não inserir nos textos do Vaticano II a condenação explícita do comunismo que se formaram muitos grupos integristas no mundo e no Brasil. Nosso caso exemplar é a TFP. É que o Vaticano II optou pelo diálogo com a humanidade, em vez de insistir em condenações. Esse é um dos motivos para que a Igreja Pós-Vaticano II seja considerada herética por eles.

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Mas, o mesmo Papa XI que fez uma condenação explícita do Comunismo em 1937 (Divini Redemptoris), já o fizera do Fascismo Italiano em 1931 (Non abiammo bisogno) e do Nazismo (Mit Brennender Sorge), também em 1937, poucos dias antes da condenação ao comunismo. Só que as cartas condenatórias do Fascismo e do Nazismo nunca são divulgadas, mas somente aquela contra o Comunismo. Ainda mais, um cânon no Direito Canônico de 1917, que codificava essa condenação ao Comunismo, foi suprimido pelo cânon 6 do Código do Direito Canônico de 1983. Até mesmo o “Decretum Contra Communismum”, de Pio XII, de 1949, perdeu significado diante da postura dialogal da Igreja a partir do Vaticano II.

Essa adesão ao Fascismo é uma opção com muitas conveniências. A ala carreirista do Clero sempre se deu bem com os fascistas. Assim foi na Itália com Mussolini, na Espanha com Franco, em Portugal com Salazar e no Brasil em tantos períodos, como no Regime Militar e agora com o Bolsonarismo. Não é possível saber se representam a maioria, mas esses padres, bispos e leigos existem em quantidade. Entretanto, o próprio Pio XI, tão exaltado pela ala anticomunista, já declarava em 1937: “Quem quer que exalte a raça, ou o povo, ou o Estado, ou uma forma particular de Estado, ou os depositários do poder, ou qualquer outro valor fundamental da comunidade humana - por mais necessária e honrosa que seja sua função nas coisas mundanas - quem levanta essas noções acima de seu valor padrão e diviniza-os a um nível idólatra, distorce e perverte uma ordem do mundo planejada e criada por Deus; ele está longe da verdadeira fé em Deus e do conceito de vida que essa fé defende” (Mit brennender Sorge n.8).

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O Brasil de hoje tende para uma ditadura teocrática de neopentecostais católicos e evangélicos, de um Deus desumano e distante, de supremacistas brancos, de exaltação do Estado e de mitos ridículos, de eliminação dos povos indígenas e seus territórios, assim como de quilombolas e outras comunidades tradicionais, também de nossos biomas. O atual governo uberizou o trabalho, precarizou a saúde e assina a contaminação de quase 5 milhões de pessoas pelo Covid-19 e mais de 140 mil óbitos. Portanto, votar nessas eleições é prioritariamente votar contra vereadores e prefeitos de linha fascista e escolher candidatos que pensem na inclusão e na justiça.

O Papa Francisco acaba de lançar a carta “Fratelli Tutti”, afirmando que somos todos irmãos nessa Casa Comum. O problema atual do Brasil é o Fascismo carregado de ódio, não o Comunismo. O futuro do país é uma imensa escuridão no fim do túnel. Só a resistência ao Fascismo Brasileiro sinaliza a esperança.

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