O PT não se deixará enganar!
O apressado lançamento do livro de Cunha em que denuncia Baleia e Maia não abalará a tática unitária do PT e da maioria das esquerdas de apoiar Baleia e participar do bloco misto da oposição na Câmara
✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.
O lançamento do livro do ex-deputado Eduardo Cunha uma semana antes da disputa da Câmara, em que aponta Temer, Maia e Baleia como golpistas contra Dilma, não é fruto do arrependimento democrático. Antes de mais nada, é uma vingança contra seus parceiros de crime que estão livres da prisão.
No entanto, o seu livro está sendo usado pela turma de Bolsonaro para tentar embaralhar a disputa na Câmara, dividir a esquerda e ajudar o seu candidato, deputado Arthur Lira.
Mas isso não deve acontecer, pois grande parte das esquerdas, que carregam em sua história as cicatrizes de várias derrotas, desenvolveram nervos de aço, estômago de avestruz e olho de águia com o qual reconhece de longe as manobras do inimigo.
Para nós não há novidade sobre quem protagonizou e apoiou o golpe de Estado contra a presidenta Dilma. Todas as classes dominantes, com seus respectivos representantes políticos e midiáticos se uniram contra ela e com isso arrastram a maioria das classes médias e até mesmo parte do povo em defesa do impeachment ilegal.
Tirar lições do golpe do impeachment e desmascarar seus autores é sempre necessário para fortalecer a nossa luta e elevar a consciência democrática da Nação. Mas isso já é história.
O importante para a luta atual é compreender que foi esse golpe quem gerou o ovo da serpente e submeteu o país à barbárie fascista. Na linha de frente dos golpistas, citada por Cunha, Bolsonaro só não é destaque porque na época era apenas um ridículo figurante de ultradireita.
Mas ver esse “figurante” eleito presidente pouco tempo depois nos mostra o tamanho da destruição das instituições democráticas produzida pelo golpe do impeachment.
Nas classes médias e populares, muitos que se deixaram enganar por Bolsonaro já se arrependeram. Mas arrependimento não é exatamente o sentimento que move parte das classes dominantes, que agora defendem o impeachment de quem ajudaram a eleger. Poderíamos até mesmo dizer que elas apoiariam novamente Bolsonaro (ou outro igual) para impedir a volta da esquerda à presidência da República.
O que move as forças da direita-liberal contra Bolsonaro é, na realidade, a defesa de seus próprias interesses econômicos e a reconquista de sua hegemonia política. O país simplesmente está à deriva e o governo apenas tenta sobreviver até 2022, quando vai fazer de tudo para se reeleger ou não entregar o cargo, como Trump buscou fazer.
A “coragem” com que essa parte das classes dominantes se movimentam contra o genocida se deve, antes de tudo, à posse de Biden e à relativa fraqueza do campo da esquerda, como ficou patente nas eleições municipais.
O sucesso de toda guerra é não abrir mais de uma frente e concentrar nossa força no ponto mais fraco do inimigo. E este inimigo é Bolsonaro – o inimigo principal da maioria do país, incluindo aí a esquerda, o centro e a direita liberal.
Exploração do ponto fraco do inimigo foi o que aconteceu na derrota de Bolsonaro em sua guerra contra a vacina. A mesma coisa pode se repetir na disputa da Câmara.
A vitória de Baleia não seria de alguém que participou do golpe, mas de alguém que representa um ponto fraco da sustentação do inimigo fascista.
Por tudo isso o apressado lançamento do livro de Cunha em que denuncia Baleia e Maia não abalará a tática unitária do PT e da maioria das esquerdas de apoiar Baleia e participar do bloco misto da oposição na Câmara.
Nossa atuação em qualquer campo de luta e em particular no parlamento deve saber combinar a defesa dos princípios socialistas, caros às vanguardas, com conquistas parciais que permitam avançar na luta democrática, no caso, a luta pelo impeachment e assim abrir caminhos para o avanço do movimento de massas.
iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular
Assine o 247,apoie por Pix,inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista: