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Carlos Alberto Mattos

Crítico, curador e pesquisador de cinema. Publica também no blog carmattos

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O que esperar do “Lula” de Oliver Stone?

"No cenário internacional, será mais uma vitrine para a sabedoria política e a resiliência admirável do filho de Dona Lindu"

Oliver Stone (Foto: Danny Moloshok/Reuters)
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A notícia de que o documentário “Lula”, de Oliver Stone, vai estrear no Festival de Cannes, agora em maio, chegou com estardalhaço à imprensa na última segunda-feira. Os jornais repercutiram praticamente o mesmo texto: o filme vai acompanhar os anos entre a prisão de Lula, em 2018, e a vitória nas eleições presidenciais de 2022. E transcreviam as mesmas declarações de Stone em março à agência de notícias AFP: 

"Acho que o conceito de perseguição judicial se expandiu por todo o mundo, e tem sido usado para fins políticos, como uma arma. Foi o que fizeram com Lula". E continuava: "Puseram o Lula na cadeia, ele foi libertado e ganhou as eleições. É uma história boa, mas as pessoas não a conhecem, exceto no Brasil. Ele foi um presidente bem sucedido e o colocaram na prisão por corrupção, como é comum nesses países”.

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Mas afinal, para além dessas informações muito básicas, o que se pode esperar do “Lula” de Oliver Stone?

Stone vem coligindo perfis ou entrevistas com os principais líderes não alinhados ao capitalismo ocidental: Fidel Castro em “Comandante”, “Looking for Fidel” e “Castro in Winter”; Hugo Chávez em “Mi Amigo Hugo”; Vladimir Putin em “Entrevistas com Putin”. Lula, depois de sua espetacular reentrada na política em 2022, é a bola da vez. Em todos esses filmes, o cineasta abordou seus personagens com respeito, curiosidade e mesmo admiração. Não os livrou de perguntas incômodas, mas tampouco bancou o repórter-inimigo ávido por “derrubar” seu entrevistado.

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Ele é um crítico acerbo da extrema-direita e já se manifestou por diversas vezes a favor de Lula e contra Bolsonaro. O primeiro encontro com Lula se deu em 2016. Depois disso, Stone engajou-se na luta pela libertação de Lula da prisão. “Como muitos de vocês, estou deprimido com o que está acontecendo no Brasil. Vocês devem ser firmes e resistir. Lula não pode continuar preso, precisamos tirá-lo da cadeia”, declarou em 2018. E exortou os brasileiros progressistas a não desistirem da luta: “Peço que vocês continuem resistindo. Não digam sim a esse governo. Lutem contra essa gente. Os ataques aos movimentos sociais vão acontecer. Todo o sistema brasileiro está sendo controlado pelos EUA e por seus colaboradores no Brasil”.

Em dezembro de 2020, Lula e Stone se encontraram em Cuba, mas as filmagens foram interrompidas quando o ex-presidente contraiu Covid-19. Em princípio, anunciava-se que o filme iria cobrir também o golpe contra Dilma Rousseff, mas indícios mais recentes dão conta de que se restringirá ao período 2018-2022. De qualquer maneira, tendo em vista que Stone passou três meses em proximidade com Lula, inclusive viajando com ele, muito mais deverá ter sido abordado no curso das conversas entre os dois. No cenário internacional, será mais uma vitrine para a sabedoria política e a resiliência admirável do filho de Dona Lindu. 

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